Código Florestal

03:22 Postado por Geremias Pignaton




Dois fatores determinaram durante toda a história o poder das nações no mundo, o poderio bélico e a capacidade de alimentar o povo. Até aqui, o poderio bélico tem levado vantagem , mas, depois das duas grandes guerras do século passado, com uma destruição incrível, aliada a sofrimento e mortandade, o mundo tem cada vez mais tirado a guerra da moda. Mesmo que ainda resista como fato, a guerra vem perdendo importância na humanidade e cada vez mais vem sendo jogada no lugar adequado, a lata de lixo do pensamento mundial. Assim, a capacidade de alimentar se entrona como o fator de maior poderio de uma nação.




Existe uma demanda crescente de alimentos no mundo e muito pouco de possibilidade de crescimento de produção. Só o Brasil, alguns vizinhos da América Latina e a África possuem potencial para aumentar de forma significativa a oferta mundial de comida. Só o Brasil pode fazê-lo em curtíssimo prazo, os outros, devido ao atraso de tecnologia e conhecimento, carecem de uns 10 a 20 anos para alcançarem estágio significativo.




Para aumentarmos nossa produção de alimentos, necessitamos ampliar as fronteiras agrícolas e isso comporta provocarmos mais desmatamentos. Isso nos leva a uma guerra política que estamos assistindo agora para aprovação do novo Código Florestal. Uma guerra cheia de interesses e que pode determinar o nosso futuro.




Antes de pensarmos em ampliar a nossa fronteira agrícola, temos que aproveitar melhor a área que já temos explorada, vocacionando melhor a produção e utilizando mais o mal utilizado.




No Espírito Santo, por exemplo, nossas melhores terras estão sendo utilizadas para produção de madeira. Em todo país desenvolvido do mundo, o plantio de florestas para madeira se faz em áreas montanhosas, de difícil cultivo de produtos alimentícios.




Com toda essa briga sobre o novo Código Florestal, onde existe um saco de gatos de interesses, acho que perderemos a oportunidade de discutirmos melhor a matéria. E olha que tudo isso desaguou depois de mais de uma década de debates desse código no Congresso Nacional.




Estamos torcendo para que saia alguma coisa, no mínimo, mais ou menos.




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