Casamento Gay 2

03:11 Postado por Geremias Pignaton

Fiquei grande parte da tarde de ontem acompanhando a sessão do Supremo que aprovou por unanimidade a equiparação da união estável homoafetiva com a união estável heterossexual. Agora, os amancebados gays têm os mesmos direitos que os amancebados heteros.
A pressão dos conservadores religiosos, sobretudo os católicos, não surtiu com os juízes o mesmo efeito que surtiu com os políticos do parlamento. O Supremo, num momento de rara inspiração, deu uma aula.
Foi patética, anteontem, a atuação do advogado da CNBB falando contra a decisão tomada ontem à tarde. Lembrei-me de 1977 - eu ainda um menino -, quando o senador Nelson Carneiro quase foi excomungado pela Igreja Católica por ter lutado e aprovado o divórcio, pondo na legalidade milhares de casais separados que viviam no submundo da ilegalidade.
Não falo aqui de fé, respeito todas elas e sempre defendi a liberdade irrestrita com relação a isso. Entretanto, a Igreja Católica quer voltar para a idade média . Aliás, a igreja nunca saiu das trevas medievais. Ela e outras denominações cristãs que são ainda piores.

Por falar no conservadorismo cristão, destaco uma fala da Ministra Carmem Lúcia na sessão de ontem. Ela disse que o direito existe para a vida e não a vida para o direito. Cristo, com outras palavras e muitos exemplos, já disse isso há dois mil anos.
Acho que a decisão de ontem no Supremo mudará muito o comportamento da nossa sociedade e abrirá novas perspectivas com relação àquela casa julgadora.
Ontem, fiquei orgulhoso da nossa democracia e das nossas instituições.
Ufa!

6 comentários:

  1. Carlos Cacau Furieri disse...

    Gere, não sou jurista, porém acredito na democracia. Quero analisar essa questão de uma forma muito imparcial, sem as "vestes religiosas", sem legalismo algum, ou qualquer pré-julgamento que transgrida o direito de ir e vir de meu semelhante. Essa questão do casamento gay é muito complexa para ser definida pelo Supremo, do qual, aliás, duvidamos de muito coisa. Repito: cada um faz o que bem quiser de sua vida, mas legalizar algo que é compromete a estrutura da ordem natural de uma vida familiar é bagunçar de vez a a base da formação de uma sociedade, e confundir a cabeça de muitos, principalmente dos jovens, os quais aderem o este "modismo-afetivo" pelo barato induzido do inconsciente coletivo. Sou contra o casamento gay, apesar de entender que o livre-arbítrio é permitido a todos. Essa questão é muito séria e certamete trará muito discussão à tona. Duvido que o Congresso aprove algo neste sentido. Vida que segue. Carlos Cacau Furieri

  2. Geremias Pignaton disse...

    Cacau, nossas posições sempre foram muito claras. Aqui, ao contrário da política ibiraçuense, estamos em desacordo. Você acredita na Bíblia como a palavra de Deus. Eu, ao contrário, não creio nisso, com todo respeito à Bíblia e aos que nela creem assim. ///Acho muito complicado e retrógrado fundarmos um Estado com bases bíblicas. ///Na ciência, até hoje, ninguém encontrou nada contra os gays. Ao contrário, a ciência diz que tudo indica que o comportamento gay não é voluntário ou opcional./// Continua, caríssimo Cacau, o nosso respeitoso impasse.

  3. Guti Lanschi disse...

    A legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo não tem nada de afronta às idéias religiosas. Trata-se apenas de dar respaldo jurídico ao que já vem acontecendo em todo o mundo. Se a religião de alguém não permite esse tipo de união, então não a pratiquem. O que não se pode querer é que as imposições das religiões afetem a vida das pessoas que não as aceitam. Uma coisa são as leis civis outra são as proibições religiosas. Apesar da proliferação de “bancadas religiosas” no poder legislativo querendo impor leis do tempo em que a menstruação feminina era uma “imundice”, vivemos num país laico, ou quase. A lei deve atender a todos, inclusive os ateus e aqueles que não praticam nenhuma religião.

  4. Fransergio disse...

    Concordo 100% com Guti. Apesar disso, não acredito que ninguém nasça gay, não acredito que isto venha "escrito" no DNA. Não necessariamente as pessoas também escolham ser gay, existem muitas questões psico-sociais e culturais as quais estamos envolvidos desde o nascimento e que refletem diretamente no que nos tornaremos ... acho que a coisa é muito complexa para dizer que nascemos assim ou assado.

    De qualquer forma, acho que a decisão do judiciário, acertadamente, só legalizou uma questão que já é uma realidade na sociedade.

  5. Carlos Cacau Furieri disse...

    Essa questão do casamento gay dá um tratado. Eu discordo de alguns pontos descrito sobre este assunto. Discordo do Fransergio, em partes, pois existem sim, até comprovados pela ciência, disfunções hormonais que desencadeiam inúmeros comportamentos. Porém, concordo com Fransergio quando fala das questões psico-sociais e culturais, sendo que esta última é abrangente. O grande lance é que não dá para discutir essa questão já condenando o cunho religioso sem você tentar entender o que o outro está querendo dizer, menosprezando suas experiências. O que devemos ignorar é o fundamentalismo religioso, mas não a Deus e seus princípios. Essa discussão ela é extensa e precisa ir muito mais além de meia dúzia ( sem sacanagem com os Palmeirenses ) de cabeças pensantes extremamente questionáveis, mesmo sendo togados e conhecedores da literatura jurídica. Estão indo pelo inconsciente coletivo, pelo espírito das multidões, tão combatido por Jesus, pois na multidão surgem as não-verdades, “absolutizadas” pelo relativismo humano. Quem de vós teria coragem de mandar matar um inocente sozinho???? Mas o clamor das multidões, por exemplo, levou Jesus ao calvário. É por isso que O mesmo trata individualmente cada questão, cada gesto, cada um, mesmo andando no meio das multidões. Permiti-Lo pode-nos elucidar muitas coisas. E aí, dentro do contexto geral, o melhor discurso da humanidade passa a ser o cultural e principalmente de conveniência. Há quase um mês pude ver o desespero de um pai em Santa Catarina, um amigo de mais de 10 anos. Ao entrar o MSN de sua filha viu as conversas onde as coleguinhas a chamavam de idiota porque ela não se relacionava com fulaninha e beltraninha. E pior, a pressão não parava de ser exercida até o pai ir a escola e conversar com a psicóloga e a orientadora educacional. Aos prantos vi meu amigo tremer de tanto nervoso ao constatar que não só naquela escola, como em muitas outras, o espírito das multidões já tinham tomado conta do inconsciente coletivo de muitos. Em muitos lugares, principalmente na mídia, estamos vendo uma “fábrica de vezes do intestino grosso da humanidade”. Calados, e até mesmo nos tornando ativistas de muitas causas “normais”, vivemos no melhor estilo Zeca Pagodinho: Deixa a vida me levar, vida leva eu. Nunca em toda minha pude constatar a Verdade em Cristo como nestes últimos dias. Ele está Vivinho entre nós!!! Gentleman que é, sempre bate à “porta”, entretanto só entra se assim O permitirem. Reitero: sou contra casamento gay. Vida que segue. Carlos Cacau Furieri

  6. klerman disse...

    Sem discriminacao alguma e indiferente do que pensam, sou da opiniao de que cada um escolhe o proprio caminho da felicidade. A sociedade e a igreja nao tem o direito de interferir no "Eu" das pessoas. Preconceito idiota, ridiculo. O ser humano nasceu para ser feliz, somente. Primeiro os homens, agora as mulheres e num futuro bem proximo os gays mandarao no mundo. Quem viver vera!