Imigração Italiana II

06:05 Postado por Geremias Pignaton





No mês de maio passado, escrevi o post sobre o livro "Colônias Imperiais na Terra do Café" do sociólogo trentino Renzo M. Grosselli. Acabei de ler o livro no final de junho e continuo achando que ele é obrigatório para quem quer entender a colonização do Espírito Santo, sobretudo as colônias de imigrantes italianos.

Na década de 70 do Século XIX, o Espírito Santo tinha três colônias estabelecidas pelo governo imperial, as colônias de Santa Isabel, Santa Leopoldina e Rio Novo.

A colônia de Santa Isabel, onde hoje é Domingos Martins, recebeu imigrantes de várias nacionalidades,  sobretudo alemães. A colônia não foi muito para frente e os alemães ficaram isolados por muito tempo. O livro do Grosselli trata muito pouco dessa colônia, que em termos de italianos foi pouco significativa.

A Colônia de Rio Novo, no sul do estado, deu origem a várias cidades. Podemos citar Rio Novo do Sul, Iconha, Alfredo Chaves, Cachoeiro do Itapimirim, Alegre.  Ela era dividida, naquela época, em cinco territórios numerados: Territórios I, II, III, IV e V. Várias nacionalidades de imigrantes nesta colônia: suíços, alemães, franceses e até chineses. Depois de 1875 começaram a chegar em Rio Novo os trentinos e italianos que passaram a ser maioria.

A colônia de Santa Leopoldina é que mais nos interessa em Ibiraçu e região. Antes da chegada dos Italianos, ela era dominada por imigrantes alemães e poloneses. Era dividida em Núcleos Coloniais. O primeiro núcleo era o central, Núcleo Colonial do Cachoeiro, onde hoje é a sede do município de Santa Leopoldina. Depois, em 1875, com a chegada de imigrantes trentinos ( lembrar que Trento na época não fazia parte da Itália, pertencia à Áustria ), criou-se o Núcleo Colonial do Timbuhy, onde hoje é a cidade de Santa Teresa. Em agosto de 1877, chegou o navio Columbia, seguido pelo navio Isabella em setembro e Clementina em outubro, com imigrantes italianos que foram estabelecidos num novo núcleo, o Núcleo Colonial Santa Cruz, que depois passou a chamar-se Núcleo Colonial Conde D'eu, onde hoje é Ibiraçu.

Para abrir o novo núcleo de Santa Cruz foi encarregado o General Aristides Armínio Guaraná, veterano da Guerra do Paraguai. Com o sucesso da instalação do novo núcleo, Guaraná, no ano seguinte, passou a exercer a função de diretor de toda a Colônia de Santa Leopoldina, cargo que ocupou até 1882.

Em janeiro 1880, Guaraná escreveu um relatório de suas atividades ao presidente da província que foi parcialmente transcrito por Grosselli no livro. Transcrevo abaixo um trecho reproduzido por Grosselli à página 491:

O Núcleo Conde D'Eu ( que ainda por alguns anos seria chamado Santa Cruz ) era considerado o mais moderno.Sua população era de cerca de 2.000 pessoas, divididas em 308 núcleos familiares italianos, 57 de imigrantes do Ceará e 55 "de índios naturais da província". O núcleo apresentava "um notável progresso e boas perspectivas". Dividia-se nos seguintes distritos: Pendanga, Perobas, Sapateiro, Santa Maria, Mundo Novo, Aracaju e Monte Seco.

No texto acima tem dois trechos aspeados. Grosselli cita literalmente as expressões do escrito de Guaraná. Os índios aí mencionados não são relativos ao significado de hoje. São pessoas da província do Espírito Santo. Os Brasileiros começaram a exigir das autoridades os mesmos direitos dos colonos estrangeiros. Com a pressão política, conseguiram igual tratamento e muitos foram também assentados nas colônias como  eram os imigrantes. Grosselli ressalta no livro que poucos foram os colonos brasileiros que conseguiram êxito como agricultores. Segundo o autor, eles não tinham o costume de trabalharem a terra.
A expressão "um notável progresso e boas perspectivas" é um discurso impregnado de otimismo político de Guaraná, que tratava o núcleo aberto por ele quase como uma propriedade sua.
Sei onde ficavam todos os distritos citados acima. Eu nasci no distrito de Sapateiro, onde hoje é a Cascata. Só não sei onde ficava o distrito de Aracaju.
Segundo Grosselli, o primeiro navio,  Columbia, que chegou em agosto de 1877, trouxe 256 italianos, quase todos provenientes de uma pequena faixa entre o Veneto e Friuli, nas províncias de Treviso e Pordenone. Esta informação bateu com minhas observações. O meu bisavô, Basilio Pignaton,  veio neste navio, era originário de Pordenone. Encontrei naquela região, entre os rios Piave e Tagliamento, muitos sobrenomes que vieram no Columbia. Cito alguns: Pignaton, Redivo, Pianca, Campagnaro, Della Valentina, Rosalém, Spinazzé, Piol, Peruch, Sarcinelli.

Para quem quer ler o post escrito em maio, basta acessar o link http://gereblog.blogspot.com.br/2012/05/imigracao-italiana.html


Famiglia Pignaton - Encontro 19 de Agosto 2012

06:59 Postado por Geremias Pignaton

Este Blog reabre para publicar a programação do Encontro da Família Pignaton do dia 19 de agosto próximo.





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Pretendemos que este encontro vire tradição e seja realizado no mês de agosto de cada ano. A família Pignaton chegou ao Brasil em agosto de 1877.