Pronto-Socorro, a Saga

04:53 Postado por Geremias Pignaton

Em 1983, quando Jauber assumiu a prefeitura de Ibiraçu, depois de quase 30 anos de domínio político de João Neiva, existia uma pressão da comunidade de Ibiraçu para se construir um hospital. Na época, o município englobava os distritos de João Neiva e Acioly e possuía um hospital em João Neiva. Era muito difícil manter o hospital existente no município e chegou-se a conclusão que ficava inviável a construção de um outro hospital em Ibiraçu. Decidiu-se então, pela construção e funcionamento de um pronto-socorro, com médicos de plantão 24 horas por dia.


O pronto-socorro municipal começou a funcionar ao lado da entrada do estádio, com um equipe médica excelente. Tinha Dr. Marcos Moro, Dr. Euman, Dr. Carlos Eduardo, Dr. Peruch - hoje prefeito de João Neiva, Dr. Eloísio, entre outros. Funcionou ali até o fim do mandato do Jauber, sempre muito elogiado pela população, dando segurança ao povo que sabia para onde correr com alguém passando mal.


Quando Jauber deixou a prefeitura em 1989, foi substituído pelo marido da prefeita. Daí para frente, com a desculpa de que a emancipação de João Neiva tinha empobrecido Ibiraçu, o marido da prefeita foi deixando o pronto-socorro de lado, sem médico, sem remédios, sujo, abandonado, até que, meses depois, aquela casa de saúde fechou.


Essa conversa de que a emancipação de João Neiva empobreceu Ibiraçu foi usada politicamente pelo marido da prefeita para justificar seus insucessos e para criticar o Jauber. O fechamento do pronto-socorro era injustificável. Prova disso é que logo após a posse, no seu segundo mandato, em 2005, Jauber reativou o pronto-socorrro, aproveitando um prédio construído para abrigar uma maternidade, inaugurada com pompa, circunstância e intenso foguetório e que, até hoje, nunca funcionou - Ibiraçu é pródigo em coisa inaugurada que nunca funcionou.


Durante a segunda administração do Jauber, o pronto-socorro funcionou a contento, sem maiores reclamações da sociedade.


Quando a atual prefeita assumiu em 2009, começou a faltar médico e uma enxurrada de reclamações surgiram na comunidade. Pensei que iam fechar aquele centro de saúde novamente. Aí, comecei uma campanha a favor do pronto-socorro, no ibirinha e no blog do gerê. Com a ajuda de Cacau, Betinho, Adriano, Vaval, Samuel e outros resenhistas, pressionamos a administração a mantê-lo aberto. Estou convicto que essa campanha foi fundamental para a manutenção daquela casa de saúde.


Hoje, apesar de instalações precárias, inclusive com portas podres, o pronto-socorro vem funcionando e há dias não se houve reclamação de falta de médico.


Para o prefeito, aquele que não tem compromisso com o bem-estar da comunidade, o pronto-socorro é um estorvo. Melhor ter umas 4 ambulâncias para atender as pessoas passando mal, levá-las para os hospitais das cidades vizinhas e larga-las sob a responsabilidade deles. Os gastos são menores, a responsabilidade é menor e ainda se faz mais política assistencialista com o favorzinho de socorrer o cidadão na ambulância.


Entretanto, para a sociedade, o pronto-socorro é fundamental. Ele dá segurança ao cidadão. O sujeito sabe como levar rapidamente alguém passando mal à presença do médico. Pode até carregá-lo nas costas, se não houver outro meio para o transporte. Em muitos casos, o tempo do doente chegar ao médico é preponderante para a manutenção da vida.


Não vamos deixar fechar o pronto-socorro, ao contrário, vamos exigir que melhorem suas instalações e seu atendimento. Para Ibiraçu que não tem hospital, ele é vital.

1 comentários:

  1. Carlos Cacau Furieri disse...

    Esse é um dos casos que mais me entristece em Ibiraçu: o pronto-socorro e sua porta podre. Tomara que não fechem mais o pronto-socorro em Ibiraçu. Será que ainda virá o Hospital do Cancer e a maternidade?????? O Ibiraçuense, neste aspecto, vive pródigo de sonhos. Acoooooorda Ibiraçu, pelo Amor de Deus. Vida que segue. Carlos Cacau Furieri