Seminário

03:46 Postado por Geremias Pignaton

O Seminário Nossa Senhora da Saúde de Ibiraçu foi construído no final dos anos 50 do século passado e funcionou até o final dos anos 70, comecinho dos anos 80. Foi seminário por duas décadas. É a maior edificação do nosso município, abrangendo uma área construída de mais de 4000 metros quadrados. Ele foi construído pelos Combonianos com uma substancial ajuda da comunidade ibiraçuense.
Lembro, de ouvir contar, que meu pai e seus irmãos serraram muitos e muitos caminhões de madeiras para a construção. Madeiras que vinham do interior de Aracruz, região de Olho D'água, perto de onde é a fábrica de celulose. Além da madeira, muitos caminhões de areia foram retirados da propriedade da família lá no Sapateiro, onde hoje chamam de Cascata. Papai também trabalhou de carpinteiro como voluntário nos fins de semana e feriados. Assim como minha família, toda a comunidade ibiraçuense ajudou a fazer aquele portentoso educandário.
Pouco a comunidade usufruiu de lá. Seus filhos, com exceção de alguns no início, não eram aceitos naquela escola. Eu mesmo fui rejeitado na década de 70 sob a alegação de que eles não aceitavam mais estudantes da cidade.
Depois de desativado pelos combonianos, o seminário passou a fazer parte do patrimônio da Arquidiocese de Vitória e, com a criação da Diocese de Colatina, agora, pertence àquela instituição. Hoje recebe o pomposo título de Centro de Formação Nossa Senhora da Saúde.
A comunidade ibiraçuense pouco usa aquele majestoso palácio. Nada traz para a cidade. Os eventos ali realizados, quase sempre, são fechados e pouco acrescentam à economia.
Antigamente, quando na ativa, lembro-me que lá funcionava um teatro. A comunidade podia assistir às peças e tinha mais uma opção de cultura e lazer. Hoje, sequer isso temos lá.
Ficamos olhando para a maior obra já construída em nosso município como se fosse um imenso castelo inacessível.
Acho que nossas lideranças devem cobrar da diocese uma maior integração da população com aquele majestoso edifício.
Pelo menos, no mínimo do mínimo,reativar o antigo teatro.

2 comentários:

  1. Carlos Cacau Furieri disse...

    Belo resgate da memória viva de Ibiraçu. Ao que tudo indica a igreja Católica Romana parece não perder o seu lado templário. Tudo fechadim, fechadim, no miudinho, e assim vão caminhando sem efetivamente criar a interação que necessita a nossa sociedade e as demais. Vida que segue. Carlos Cacau Furieri

  2. Guti Lanschi disse...

    Excelente!!!