Crack

Na última vez que estive em Ibiraçu, circulei com um amigo pelos bairros periféricos da cidade. Aricanga, Mutirão, Pombal, São Cristóvão e Guatemala. Esse meu amigo, profundo conhecedor do mundo da droga, foi me mostrando os pontos de venda. Era fácil de observar que as pessoas nas imediações, vendo um carro com placa de Brasília, ficavam agitadas com medo de que fosse uma operação policial.
Mais assustado fiquei eu. Eram muitos pontos de vendas, muitas pessoas envolvidas e o pior: a droga mais vendida e usada, conforme relato do meu amigo, é o crack.
O crack é um flagelo nacional. Entrou no Brasil por São Paulo e hoje está presente em todos o cantos deste nosso imenso país. É uma droga barata e com potencial lesivo altíssimo. Ela é uma espécie de borra resultante do refino da cocaína. Tem ácido sulfúrico na sua composição. Custa em torno de dois reais uma dose em formato de pedra. O indivíduo fuma a pedra e tem alguns minutos de forte sensação de prazer. O poder viciante é quase instantâneo. As crianças de rua que antigamente usavam a cola de sapateiro, hoje, a substituíram por crack. São zumbis que perambulam pelas ruas com potencial altíssimo para o roubo e o latrocínio.
O governo federal tem que, urgentemente, fazer uma super campanha de conscientização contra esse mal. Entretanto, cidades como Ibiraçu não podem ficar paradas. Temos que atacar esse mal unindo toda a sociedade. Administração pública, escolas, igrejas, polícia, associação de moradores, enfim, todos devemos nos juntar para combater o crack.
Devemos também juntar municípios vizinhos, como João Neiva, Fundão e Aracruz que certamente tem o mesmo problema e devem estar enfrentando o mesmo sistema de distribuição.
Não podemos perder nossa juventude para o crack.