Quinta Coluna
05:28 Postado por Geremias Pignaton
Em Ibiraçu, isso também aconteceu. A italianada aderiu ao Integralismos. Papai foi militante de camisa verde. Um dos líderes do movimento em Ibiraçu era Guilherme Pagiola.
As autoridades eram indicadas pela ditadura de Vargas e o ódio aos italianos era muito comum. Papai contava-me sempre que, nessa época, eles não iam à rua, nem andavam sozinhos ou em grupos pequenos. A perseguição da polícia era imensa.
Quando estourou a Segunda Guerra, a coisa piorou. Com a entrada do Brasil, piorou mais ainda. Os italianos passaram a ser perseguidos e chamados de "quinta coluna", jargão da época que queria dizer que estavam do lado do adversário. Em Ibiraçu era pior ainda, pois os padres eram alemães: Luiz e José Parensen. Colônia italiana e padres alemães.
Neste período o delegado de Ibiraçu era um tal de Pedro Alcântara. Esse delegado chegou ao cúmulo de invadir a canônica, tomar um rádio dos padres, sob a alegação de que eles eram espiões e estavam escutando e transmitindo notícias a Hitler. Ele também invadiu o cemitério e retirou todas as cruzes e inscrições em italiano dos túmulos.
Foi um período duríssimo vivido por nossos ancestrais italianos. Período em que eram vistos como criminosos, bandidos e tratados como cães sarnentos.
Por tudo isso que, dias atrás, dei a sugestão de o município, com seu departamento de cultura, fazer, junto às familias, um levantamento no cemitério, ver os imigrantes italianos que lá estão enterrados, reformar os túmulos e botar inscrições destacando-os como fundadores e pioneiros dessa nossa amada terra. Seria também uma forma de reparar a injustiça feita naquela época da guerra.
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