Santa Luzia
14:21 Postado por Geremias Pignaton
Hoje, 13 de dezembro, é dia de Santa Luzia.
Este é o nome aportuguesado da Santa Lucia italiana. O nome se escreve "Lucia" sem acento - em Italiano não existe esse acento e não é uma palavra paroxítona e se pronuncia mais ou menos assim "lutchia".
Ela foi uma heroína dos primeiros anos do cristianismo. Era Siciliana e morreu martirizada na época de Diocleciano, por volta dos anos 300.
A questão dela ser a protetora dos olhos, provavelmente, advém do nome que tem relação com luz - luce em italiano.
Lembro-me quando criança, lá em Ibiraçu, que era tradição a gente por capim debaixo da cama, na noite da véspera, para Santa Luzia dar ao seu cavalinho e deixar balas e doces em troca.
Não sei de onde vem essa coisa de cavalinho e capim.
Também me recordo de uma simpatia para tirar cisco do olho. Passava-se os dedos sobre os supercílios e dizia-se: "Santa Luzia passou por aqui com seu cavalinho comendo capim".
A tradição religiosa tem de tudo. Tem muita cultura que fica incrustado no nosso inconsciente pela vida afora.
Mesmo não sendo religioso atualmente, é impossível separar-me da religiosidade.
13 de dezembro de 2011 às 17:02
Pois é, Gê, com todo respeito, eu já me sinto o contrário de você ! Nem me lembrava mais dessas coisas, e falo sério, apesar de ter colocado inúmeras vezes o prato com capim debaixo da cama. Apesar disso, você tem razão quando diz que a religiliosidade impregna. É algo a ser tratado em todas as religiões por mais pueril que pareça ser. Estou lendo um livro, vagarosamente, chamado Corações Sujos. Diz respeito ao processo de imigração japonesa no Brasil desde o início da II GW até o 1o de janeiro de 1946, quando o Japão perdera, em definitivo a Segunda Grande Guerra Mundial. O autor faz uma análise comportamental dos japoneses envolvendo o lado político-social-econômico-religioso. É uma obra muito bacana. Um fato me chamou a atenção neste livro. Hiroito, Sua Majestade o Imperador, teve que renunciar publicamente a sua condição de divindade. Para o povo ele era Deus. Sim, assim como um deus grego, e mitológico, Hiroito tivera que se colocar na condição de ser humano e falível. Os japoneses, petrificados, tiveram que ouvir essa confissão sem jamais acreditarem que um dia isso pudesse acontecer. O imaginário humano torna-se algo imprevisível quando é invadido pelo inconsciente coletivo. No aspecto da religiosidade, as tradições acabam constituindo verdades que se relativizam diante do que é inputado como absoluto. São de aspectos como este que a religiosidade afasta o ser humano daquilo que trás fôlego e esperança. Fico imaginando, diante dos japoneses que conheço, o desmembramento de fatos como o de Hiroito no século passado, no que tange a manutenção de vários aspectos do tradicionalismo-religioso, mesmo hoje conhecendo a verdade. Neste processo, invariavelmente, a tradição e a religiosidade misturam-se ä supertisção. No final, tudo torna-se sincrético e "aceitável". Culminam no ecumenismo, diante de tantos fetiches humanos. Neste liquidificador histórico-religioso, o produto final acaba tendo o mesmo conteúdo, o mesmo sentido. Hiroito, se aqui voltasse, talvez passasse pelo Limbo, ou quem sabe tivesse lugar cativo no purgatório. Lembro-me sempre do profeta Joel: é necessário que homem possa entender qual o sentido de se meditar Na Verdade! Gê, apesar de pensar diferente de você e muitos dos nossos, mesmo falando da II GW o meu comentário não tem sentido belicoso, apenas reflexivo. Vida que segue. Carlos Cacau Furieri
14 de dezembro de 2011 às 01:09
Cacau, pode explicar o que é II GW? Isso faz muita diferença no entendimento do seu comentário?
Desculpe minha ignorância.
14 de dezembro de 2011 às 09:18
Segunda Guerra Mundial