O ESPÍRITO NÃO TÃO SANTO

17:45 Postado por Geremias Pignaton

Sentados nas escadarias do Convento da Penha ao lado do frei guardião do templo, a Confraria de O PAU GIGANTE faz uma reflexão sobre o nosso Estado do Espírito Santo e a disparidade entre o que se diz e o que se vê neste pedaço de torrão. Observando a paisagem espetacular da capital, voltamos nossos pensamentos para a Virgem da Penha, mãe de Jesus Cristo e de todos os capixabas. Enlevados pelos pensamentos, voltamos nossa atenção para as mães, símbolo maior de amor e abnegação. Mães que choram, apesar de toda a cantinela daqueles que deveriam zelar pelo bem estar de suas famílias. Mães que dormem em filas para que seus filhos tenham oportunidade de obter educação, obrigadas que são de lhes proporcionar o ensino, enquanto os dirigentes do estado não cumprem a obrigação de lhes propo rcionar vagas nas escolas. Mães que se desesperam nas portas dos hospitais, com seus filhos enfermos no colo, por não conseguirem atendimento para sanar seus males, já que os governantes e legisladores não tem capacidade de sanar as deficiências do sistema de saúde. Muitas levarão seus filhos, não para casa, mas para os cemitérios! Mães que tem seus filhos mortos, vítimas de uma violência que cada vez ceifa mais vidas, ainda jovens, por absoluta falta de controle da marginalidade. Marginalidade que cresce pela falta de oportunidade e de esperanças. Somos um estado rico, dizem! Temos grandes empreendimentos, vangloriam-se! Somos competentes, alegam! Mas a realidade e cruel e vergonhosa! Se por um lado a economia vai bem, o povo vai mal. Se os políticos sentem-se realizados, as pessoas estão frustradas! E quando acontecem as tragédias, lá estão eles, os benfeitores, a apresentar soluções e a culpar o tempo ou a maldade humana pelas mazelas resultantes do se u interesse egoísta e mesquinho. Enquanto vivem sob as luzes dos holofotes, atentos aos seus próprios interesses, deixam a população na escuridão, entregues à sorte ou a clemência de Deus. Não querem ver que a raiz de todos os males esta no egoísmo e na insensatez de seus interesses particulares. Louvam a família, mas deixam que famílias se degenerem a mercê das necessidades básicas que corroem e destroem a harmonia dos lares. E quando o desespero de pais e mães atinge seu clímax de insanidade e violência, dizem: “monstros”! E o único pensamento que lhes ocorrem é o castigo implacável e a justiça sem critérios humanos. Então, saem em romarias religiosas ou vão orar nos templos. Depois, vão dormir o sono dos justos, pensando nas próximas eleições! Amém!

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