Brasília 50 anos - O Catetinho
07:54 Postado por Geremias Pignaton
O Palácio do Catetinho foi o primeiro palácio construído em Brasília. Ele fica nas margens da BR 040, saída sul da cidade, a uns 25 quilômetros do Plano Piloto. Foi construído em madeira, em dez dias, do dia 22 a 31 de outrubro de 1956. Juscelino fez a inauguração no começo de novembro daquele ano. O palácio foi usado para que o presidente tivesse um local para trabalhar e descansar, durante o período da construção. O nome Catetinho deriva do Palácio do Catete, sede da Presidência da República no Rio de Janeiro. O projeto do majestoso e, incrivelmente, ao mesmo tempo, tosco e humilde palácio foi do arquiteto Oscar Niemeyer. JK era um homem simples, típico mineiro do interior. Podemos ver isso visitando o palácio. Hoje ele é um museu. Quem realmente quiser sentir como foi a epopeia da construção da nossa capital deve visitar o Catetinho. Lá ainda encontramos a estrutura daquele tempo. Vemos com nitidez que Juscelino era realmente um visionário, um "maluco" peitudo, que sabia muito bem o que queria e tinha determinação e garra para alcançá-lo. Vindo a Brasília, não deixe de visitar o Catetinho.
A usina que gerava energia para o Catetinho está até hoje intacta, inclusive com alguns maquinários, pertinho da minha casa, na Cachoeira Saia Velha. É um exemplo do que devemos fazer com a barragem de Ibiraçu.
Tom Jobim e Vinícius de Moraes visitaram o Catetinho no final dos anos 50 e conta-se uma história muito interessante do episódio da visita. A rede de energia que vinha da usina, perto de minha casa até ao Catetinho caiu e faltou energia. Eles estavam tomando wisky sem gelo e JK disse-lhes que iria dar um jeito. Minutos depois, caiu um chuvarada de granizo, com pedras imensas. JK, então, disse que foi ele quem providenciou o gelo. O homem era milagreiro.
Do lado do Catetinho, tem uma fonte de água cristalina. Uma fonte linda. Naquele local, Tom e Vinícius compuseram a canção "Água de Beber".
Eu quis amar mas tive medo
E quis salvar meu coração
Mas o amor sabe um segredo
O medo pode matar o seu coração
Água de beber
Água de beber, camará
Água de beber
Água de beber, camará
Eu nunca fiz coisa tão certa
Entrei pra escola do perdão
A minha casa vive aberta
Abri todas as portas do coração
Água de beber
Água de beber, camará
Água de beber
Água de beber, camará
Eu sempre tive uma certeza
Que só me deu desilusão
É que o amor é uma tristeza
Muita mágoa demais para um coração
Água de beber
Água de beber, camará
Água de beber
Água de beber, camará
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