Jango, Juscelino e Carlos Lacerda

Eles eram os três maiores líderes políticos do Brasil em 1964. Juscelino era o ex-presidente, ainda jovem, esperando a eleição seguinte para ser candidato novamente e, provavelmente, eleito. Jango era o presidente que foi deposto pelo golpe, tendo sido eleito vice-presidente em duas eleições seguidas. Carlos Lacerda era governador do Rio, oposicionista aos outros dois, dono de um discurso ferino, era uma liderança direitista capaz de produzir estragos com suas falas avassaladoras, apoiou o golpe dos militares.
Quando os militares, após Castelo Branco, resolveram espichar a ditadura, Lacerda virou-se contra e fez pacto com os outros dois para combatê-los. Jango vivia no exílio entre Uruguai e Argentina. JK voltou do exílio clandestinamente e fazia forte sombra ao regime.
Curiosamente, os três morreram em circunstâncias misteriosas, no mínimo esquisitas, sobretudo Jango e Lacerda, num espaço de tempo de poucos meses.
Juscelino morreu num acidente estranho na Via Dutra em agosto de 1976. Jango morreu no dezembro seguinte de um suposto ataque cardíaco, numa fazenda no interior da Argentina. Lacerda morreu em maio de 1977, após ser internado com uma gripe num hospital particular do Rio. O corpo de Jango nunca recebeu autopsia. Os militares permitiram seu enterro no Rio Grande do Sul, mas sequer deixaram abrir o caixão.
Essas mortes nunca foram muito bem explicadas. Ficarão sempre creditadas ao regime militar. Talvez ainda apareça a verdadeira história, se é que ela realmente existiu.