Caracará

O nome científico deste falconideo é "Carcara plancus". Também conhecido popularmente como carcará, carancho, caracaraí, gavião-de-queimada. É encontrado em todo o Brasil, com exceção de áreas densamente florestadas da Amazônia. Vive aos pares, podendo se agrupar em bandos pequenos, em campos, caatingas, bordas de matas e pode ser encontrado no meio de cidades grandes. Adora viver à margem de rodovias aproveitando os animais mortos por atropelamento.

Mede em torno de 56 cm e tem uma grande envergadura, podendo atingir 1,23 metros. Tem o corpo escuro, com parte do pescoço e das costas carijós. Pescoço e cabeça esbranquiçados, com uma espécie de solidéu negro na cabeça, marca que torna a espécie inconfundível. As pernas fortes e longas são amarelas. Em volta do bico e dos olhos, apresenta uma formação alaranjada. O bico, como todo falconideo, é curvo e forte.

Voa com enorme destreza, mas também caminha com enorme desenvoltura, passando grande parte do dia no solo procurando alimento. Em voo, pode ser facilmente confundido com um urubu. Para diferenciá-lo, existem duas manchas brancas nas asas, observáveis quando em voo planado.

É onívoro. Sua dieta vai de frutos até carcaças de animais grandes. Divide a carcaça com os urubus, sem grandes disputas. Alimenta-se de insetos maiores, répteis, aves, peixes mortos na margem de lagos e rios, mamíferos. Pode aproveitar os mortos ou caçá-los. Espreita em ninhais, esperando descuido dos pais com o ninho, para atacar ovos e filhotes.

Ninho grande feito de gravetos, geralmente utilizando-se do espaço entre o troco e folhas das palmeiras. Põe de 2 a 3 ovos brancos avermelhados.

Seu canto é a origem do nome. Ouça no link http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=caracara+plancus

Essa ave de rapina foi imortalizada na canção de João do Vale e José Cândido. A letra descreve bem o comportamento do bicho.

Carcará

Lá no sertão

É um bicho que avoa que nem avião

É um pássaro malvado

Tem o bico volteado que nem gavião

Carcará

Quando vê roça queimada

Sai voando, cantando,

Carcará

Vai fazer sua caçada

Carcará come inté cobra queimada

Quando chega o tempo da invernada

O sertão não tem mais roça queimada

Carcará mesmo assim num passa fome

Os burrego que nasce na baixada

Carcará

Pega, mata e come

Carcará

Num vai morrer de fome

Carcará

Mais coragem do que home

Carcará

Pega, mata e come

Carcará é malvado, é valentão

É a águia de lá do meu sertão

Os burrego novinho num pode andá

Ele puxa o umbigo inté matá

Carcará

Pega, mata e come

Carcará

Num vai morrer de fome

Carcará

Mais coragem do que home

Carcará

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