Sem fazer força

05:44 Postado por Geremias Pignaton

Se toda vez que a campanha de Serra tiver uma dificuldade eles começarem a chamar Aécio para ser o vice, o ex-governador mineiro não precisa nem se preocupar com sua campanha para senador. Sua eleição, que parece ser barbada, ficará ainda mais fácil.
Poderia voltar de férias para os states ou então descer para praia no Rio, que a eleição ficaria garantida.
Ele recusou-se mais uma vez a compor chapa com Serra.
Nos bancos de apostas em BH estão jogando no número de vezes que isso ocorrerá. Os mais jogados estão pra lá de dez.

6 comentários:

  1. Fransergio Rolling Stones disse...

    Quantas são as verdades do mundo?

    Abaixo a visão de Oliver Stone. Parece bem diferente das verdades vendidas todos os dias nos jornais.

    Vale a pena olhar o mundo de outros ângulos antes de chegar uma conclusão!

    "Pedra que rola não cria musgo"

    FOLHA DE SÃO PAULO – 27/05/2010

    OLIVER STONE DIZ QUE LULA NÃO DEVE CONFIAR EM ELOGIOS DE OBAMA

    O cineasta americano Oliver Stone (“Platoon”, “JFK”, entre outros) chega ao Brasil na segunda, 31, para lançar “Ao Sul da Fronteira”, documentário sobre sete presidentes da América Latina – com destaque para o venezuelano Hugo Chávez, de quem é admirador. Por telefone, de seu escritório, em Los Angeles, Stone falou à coluna:

    Folha – Como é Chávez?

    Oliver Stone – Ele é muito acolhedor e amoroso. As notícias sobre ele nos EUA têm sido muito negativas, porque ele mudou as regras. Fez coisas que nenhum outro, exceto Fidel] Castro, havia feito. Ele tem feito coisas novas, assim como Nestor Kirchner na Argentina e Lula no Brasil. Como Cristina Kierchner diz no filme, as pessoas que estão no poder na América do Sul têm o semblante do povo que as elegeu. Hugo Chávez é um soldado e obviamente tem algumas das faolhas de um soldado. Lula é um sindicalista e tem algumas das falhas de um sindicalista. Mas ambos representam uma grande mudança. E eu espero que dê certo. Porque é o desejo de controlar o seu próprio destino, de ser levado a sério, de não ser ignorado.

    Folha - O filme é pró-Chávez?

    Não é pró-Chávez. Apenas mostra honestamente o que ele está fazendo e o que estão dizendo sobre ele. Não é um documentário longo que vai defender tudo, é uma “roadtrip”. Se fosse pró-Chávez, ele teria três horas a mais.

    Folha - O presidente Hugo Chávez tenta controlar a mídia na Venezuela…
    [Interrompendo]

    Não mesmo. 80% da mídia na Venezuela é privada, dirigida por ricos que falam mal do governo. Chávez brigou pela liberdade de expressão. Alguns canais e revistas convocaram greves e chamaram as pessoas para um golpe de Estado em 2002. Em meu país, se você fizer isso, sua licença [de TV] será retirada.

    Folha - Há relatos de jornalistas sobre a pressão do governo.

    Estou falando do que vi e ouvi. O governo respeita a liberdade de imprensa, exceto nos casos em que a mídia desrespeita a lei ou tenta um golpe. Aí as licenças das empresas de comunicação não são renovadas. A maioria das TVs do país é dirigida por lunáticos, caras de direita que perderam seu poder quando Chávez nacionalizou o petróleo. É uma das imprensas mais histéricas que já vi.

    Continua...

  2. Fransergio Rolling Stones disse...

    Continuação... "pedra que rola não cria musgo"

    Folha - O sr. desaprova algo no governo de Chávez?

    Ele comete erros assim como qualquer outro governo do mundo. Mas 75% votaram nele em 2006. Nos EUA, a votação de Obama não chegou nem perto. Você não tem ideia de quão pobre era a Venezuela antes de Chávez. Parte por causa do neoliberalismo praticado, inclusive, no seu país, o Brasil. Washington e o FMI não têm interesse, de coração, nas pessoas. Chávez, Lula, Kirchner, [o boliviano Evo] Morales têm. E pagam o preço sendo criticados por pessoas que têm dinheiro e controlam a mídia.

    Folha - No filme, Lula diz que só quer ser tratado com igualdade. Ele está sendo?

    Por quem?

    Folha - Por líderes do mundo.

    Não. Ele e os outros líderes da América do Sul ainda são ignorados. Eu admiro muito o Lula. Ele fez uma coisa nobre indo ao Irã. Ele está tentando manter a sanidade, manter suas posições. Os americanos e europeus acreditam que podem controlar o mundo. Lula representa uma terceira via, de quem não quer a guerra, um caminho fora dessa loucura. Os EUA costumam dizer que Chávez é a má esquerda e Lula, a boa. Isso é nonsense. Obama apoiou Lula até quando ele cruzou a linha.

    Folha - Ele disse que Lula é “o cara”.

    Eu não confiaria nos EUA. Os americanos sempre jogaram com os brasileiros desde que pudessem controlá-los. Apoiaram o golpe militar no país em 1964. O Brasil sempre esteve no bolso de trás dos EUA, mas agora eles têm que ser mais espertos. Sabem que não podem controlar o Brasil. E Lula é muito importante. Ele se dá com Chávez, com os Kirchner, e com a Colômbia, o Peru e o México, que são aliados dos Estados Unidos.

    Folha - E Obama?

    Nós estamos tentando. Ele é um homem racional, ético, mas faz parte de um grande sistema. Se ele não estivesse lá, estaria John McCain ou Sarah Palin. Você prefere eles? Eu não. Mas, em relação à América Latina, Obama está jogando o mesmo jogo. A reação americana ao golpe em Honduras foi típica.

    Folha - O sr. vai fazer um documentário sobre o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad?
    Não estou pensando nisso no momento. Houve um problema de comunicação. Eu quis fazer o filme, e ele [Ahmadinejad] não quis. Quando ele quis, eu estava fazendo o filme “W”, sobre George W. Bush. (LÍGIA MESQUITA)

    “Obama apoiou Lula até quando ele cruzou a linha.”

    “A maioria das TVs da Venezuela é dirigida por lunáticos de direita. É uma das imprensas mais histéricas que já vi.”
    OLIVER STONE

  3. Guti Lanschi disse...

    Excelente, Fransergio!! As pessoas estão acostumadas a julgar aqueles que discordam dos EUA através da visão da mídia que é controlada por eles. Hoje nos jornais a Hillary Clinton disse que os EUA tem "graves divergências com o Brasil." Isso agora, quando o Brasil está se tornando independente em seus relacionamentos internacionais. Logo estarão criticando o Lula e, seguindo o "modus operandi", vão associá-lo ás Farc ou inventar que estãmos enviando urânio para o Irã, que temos ligações com o Talibã, etc. Depois que a opinião pública mundial estiver acreditando nisso, vem as sanções da ONU e finalmente a intervenção militar feita através de uma coligação de puxa-sacos.

  4. Carlos Cacau Furieri disse...

    Fransergio e Guty, penso contrario a vocês e ao Oliver Stone. Essa resenha de mandar fechar a mídia, independente do que ela seja, privada ou náo, é um despautério. Fico aqui imaginando golpe na Venezuela. Um país que foi golpeado, onde democracia náo existe, falar em golpistas é uma piada. É golpista agindo contra golpeadores. Náo tenho o pensamento de me nos render aos americanos, porém, a América Latina tem alguns percalços políticos bastante visíveis. Chaves é um deles. Para mim nao deveria estar aonde está. Se por um lado Oliver Stone fala dos golpeadores midíacos, por outro uma parte da população fala do golpeador estatal. Isso para mim é fato. Sou contra Estado inchado, gente demais, saindo pelo ladráo, contas públicas no fio da navalha e politicazinha de sindicalista na boca do caixa. De ditador, entáo, vixe!!! Saudoso abraço a vocês. Carlos Cacau Furieri

  5. Fransergio Rolling Stones disse...

    É Guti! Postei essa reportagem principalmente por ser um americano falando (se fosse brasileiro não passaria de um chorão) e que representa, em boa parte, o que eu acredito. A grande mídia taí mais para confundir do que para esclarecer, com algumas boas exceções. Não me arrisco a entrar no mérito do governo de outros países, simplesmente por que não tenho conhecimento suficiente, mas o certo é que não acredito na imagem que grande mídia tenta passar. Tento buscar o que é fato dentro das reportagens, mas tento também entender quais são as posições políticas dos jornalistas. Na verdade, acredito que a grande maioria dos jornalistas não passa de meros palpiteiros, cumprindo as diretrizes determinadas pelos seus jornais. Não quer dizer que o Oliver Stone também não seja um palpiteiro, mas é a outra visão que falta nos nossos noticiários; não é a visão única e consolidada que lemos nos grandes jornais todos os dias.
    Será que a liberdade de impressa aqui é assim essa maravilha, uma vez que toda a grande imprensa pertence à meia dúzia de famílias, e se um jornalista pisar fora da faixa ele é demitido?
    Veja como é pisar fora da faixa! Segue link:
    http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/05/11/imprensa35627.shtml

  6. Guti Lanschi disse...

    Cacau, fiz o comentário e por coincidência saiu no Jornal do Brasil de hoje que a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (leia-se EUA) montou este mês, em segredo, uma força-tarefa para investigar o programa nuclear brasileiro depois do acordo com o Irã. Começou o processo de satanização do Brasil. Logo estaremos na lista negra de Washington.