A Periquita da Dona Raimunda

Não sei se é a verdadeira periquita da Dona Raimunda, servidora da prestigiosa Confraria de O Pau Gigante, mas, se não é, pode ficar sendo. Na verdade, é uma ararinha - conhecida Brasil afora também como maritacas e tiribas - cujo nome popular mais usado é maracanã-nobre. Seu nome científico é "Diopsittaca nobilis". Mede aproximadamente 35 cm e vive na região central do Brasil, no cerrado e caatinga, também pode ser encontrada na Venezuela e Suriname - Chavéz adora a convivência com essa periquita. Foi introduzida por criadores em cidades e pode ser encontrada no Rio e em São Paulo, onde existe oferta de alimentos. Vive aos bandos, podendo ser encontrada em grupos de dezenas de indivíduos. É toda verde, com parte inferior do bico preto e superior creme esbranquiçado, mesma cor em volta do olho. Possui manchas vermelhas no encontros das asas. Alimenta-se basicamente de frutas.

Escolhi essa ave para este post porque um bando de dez indivíduos frequenta dois pés de ingá que tenho na frente de casa, a trinta metros da janela de meu quarto, de onde as observo. Elas aparecem ao entardecer, por volta das cinco da tarde. Vêm em voo alto, do lado do sul e descem num rasante vertiginoso, pousando nas fruteiras. Permanecem comendo por uns vinte minutos e depois partem para o norte, provavelmente para o pouso de dormir. Lindas, me fornecem esse espetáculo todo dia, há mais de duas semanas.

Se essa realmente for a periquita da Dona Raimunda, ela tá com tudo. Com a retaguarda descrita pelo Pau Gigante e uma periquita dessas, breve ela dominará o mundo.

Dedico esse post ao Maurício Silva, cuja identidade desconheço e que o sugeriu num comentário.

Para ouvir a algazarra delas clique http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=Diopsittaca+nobilis