Cachoeira Capixaba

Estamos assistindo um escândalo de proporções nacionais. É muito parecido com muitos outros que já assistimos e, com esse nosso sistema eleitoral, continuaremos assistindo. Carlinhos Cachoeira, um milionário oriundo do jogo do bicho, que explora esquema de jogo ilegal no entorno de Brasília e Goiânia, envolvido com os políticos e com o jogo do poder.

Com nosso sistema eleitoral de financiamento privado de campanha, onde tem dinheiro sujo, tem um monte de político em volta. Parecem urubus na carniça.

Cachoeira tem grande parte dos políticos de Goiás nas suas relações, não é só o Senador Demóstenes. Comentários nos bastidores  dão conta de contaminação no Governo Marconi Pirilo de Goiás e Agnelo Queiroz do Distrito Federal. Todo o poder aqui na região de Goiás e do DF parece que está envolvido.

O esquema funciona mais ou menos assim: para lavar dinheiro sujo precisa dar mais de 3 por 1. Então, dá-se o sujo ao político, que o aplica na campanha, e obtém-se mais tarde o favor do cara.  O favor pode ser mais valioso que dinheiro.

Por aqui, Cachoeira molhou quase todo mundo.

No Espírito Santo, nos anos 80 e 90, até depois de 2000, na chamada "Era Gratz", aconteceu parecido. A cachoeira de lá foi tanta que o próprio entrou na política e comandou pessoalmente o esquema de poder.

Nós, em Ibiraçu,  de forma quixotesca, enfrentamos a cachoeira capixaba, fomos afogados por ela e vimos nascer assim um poder local imensamente ditatorial, a ponto de controlar o que as pessoas falavam na rua.

Esse poder, oriundo da cachoeira capixaba, permanece até hoje em nosso município e na federação capixaba de futebol.

Esperamos, depois desses longos 20 anos, que a enxurrada passe.