Millôr - Reprise de Post

 Publiquei o post abaixo em março de 2011.
Lia Millôr na revista Veja - na época Veja era uma revista - no final dos anos 70 e início dos anos 80. Entendia muito pouco, minha cabeça juvenil não tinha alcance para a maioria, mas conseguia sempre pinçar alguma ideia engraçada.


Millôr - O Discurso de Deus a Eva




Copiei este post do Blog do Grijó ( acesso no alto deste blog ) publicado por ocasião do Dia Internacional da Mulher. A ideia é genial, tanto do Millôr em escrevê-lo, quanto do Grijó em publicá-lo nesse dia. Aliás, vale sempre dar uma passadinha no Blog do Grijó.



“Minha cara,

eu te criei porque o mundo estava meio vazio, e o homem, solitário. O Paraíso era perfeito e, portanto, sem futuro. As árvores, ninguém para criticá-las; os jardins, ninguém para modificá-los; as cobras, ninguém para ouvi-las. Foi por isso que eu te fiz. Ele nem percebeu e custará os séculos para percebê-lo. É lento, o homenzinho. Mas, hás de compreender, foi a primeira criatura humana que fiz em toda a minha vida. Tive que usar argila, material precário, embora maleável. Já em ti usei a cartilagem de Adão, matéria mais difícil de trabalhar, mais teimosa, porém mais nobre. Caprichei em tuas cordas vocais, poderás falar mais, e mais suavemente. Teu corpo é mais bem acabado, mais liso, mais redondo, mais móvel, e nele coloquei alguns detalhes que, penso, vão fazer muito sucesso pelos tempos afora. Olha Adão enquanto dorme; é teu. Ele pensará que és dele. Tu o dominarás sempre. Como escrava, como mãe, como mulher, concubina, vizinha, mulher do vizinho. Os deuses, meus descendentes; os profetas, meus public-relations, os legisladores, meus advogados; proibir-te-ão como luxúria, como adultério, como crime, e até como atentado ao pudor! Mas eles próprios não resistirão e chorarão como santos depois de pecarem contigo; como hereges, depois de, nos teus braços, negarem as próprias crenças; como traidores, depois de modificarem a Lei para servir-te. E tu, só de meneios, viverás (…)” (Discurso de Deus a Eva, 1971)

Mr. Pink

O Pink Floyd marcou a minha geração. Não consigo ouvir qualquer faixa do "The Dark Side of the Moon" sem me recordar do pátio do Colégio Salesiano em Vitória. Depois, veio a obra prima "The Wall".
A mega banda era composta por quatro talentosos músicos, mas o gênio criador, sem dúvida, foi o Roger Waters. Ele era responsável pela composição das canções.

No Rio de Janeiro, para um show hoje à noite, Waters, aos 69 anos, concedeu uma entrevista em que falou de muita coisa e pouco de música. Copio um pequeno trecho da entrevista para reflexão:


"Há certas culturas que querem nos vender uma noção de vida que não corresponde ao que a vida é de verdade. O muro da desinformação é provavelmente a força mais potente e negativa que existe"

O Problema do Demóstenes

Trenzinho das Montanhas

                                 imagem: http://vilamundo.org.br/2010/12/passeio-de-trenzinho-pela-vila-madalena/






Na eleição de 2010 para deputado Federal, o marido da prefeita de Ibiraçu, o homem que comanda o município há mais de 20 anos, usou como principal propaganda o trem das montanhas capixabas.
Esse trem funcionou durante muitos anos e foi desativado. O marido da prefeita, como secretário de turismo do estado, reativou-o e usou isso como sua principal realização a frente daquela secretaria.
Seria a redenção do turismo capixaba, foi vendido por ele como uma grande realização.
Quem o conhece bem, como nós de Ibiraçu, sabia que não era nada, que não daria nada, que ia virar nada, como tudo que por ele é magalominiacamente - não sei se existe esta palavra - anunciado.
Pois bem, duas notinhas hoje na coluna do Victor Hugo da Gazeta mostram bem no que deu. O trem só opera com um vagão, por falta de demanda. O preço é estratosférico, são 156 reais por cabeça para fazer o passeio.
O grande projeto do marido da prefeita à frente da Secretaria de Turismo, o grande feito para o Espírito Santo está em vias de ser fechado.
Como na imagem lá de cima, o trem das montanhas capixabas virou um ônibus das montanhas sobre trilhos, uma carretinha de reboque, um trem de brinquedo.
Midas de ré, tudo que ele toca vira...
Leia a coluna do Victor Hugo de hoje: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/03/noticias/a_gazeta/dia_a_dia/1165921-violencia-aumenta-o-preco-do-seguro.html

Canela-de-Ema e Chuveirinho

A canela-de-ema é uma das plantas mais conhecidas do Cerrado. Seu nome provém de sua aparência com o pé da enorme ave. Sua flor é fantástica, combinando o lilás e o amarelo.




                                     

Também muito conhecido é o chuveirinho. Não há necessidade de explicar o motivo do nome. Ele gosta das partes mais secas e mais pedregosa do Cerrado. Nesta época do ano abrem-se centenas, milhares, milhões. Espetacular!




A foto aí de baixo é de uma flor que não é tão exuberante. Incluo neste post devido o local. Encontrei-a sobre um poço cristalino de uma pequena cachoeira. Era no mato e não consegui posição para uma foto melhor do local maravilhoso. Tenho o paraíso aqui bem pertinho de casa. Tem hora que acho que ele inclui minha casa.
                                                                 
                                                                         

Este cachinho rosa está presente o ano todo no Cerrado, ele floresce mesmo na seca intensa. O cerrado é assim, quando parece morto, até depois de ser totalmente queimado, ele demonstra sua força com flores magníficas.

                                                                         
Não é flor, mas tem uma cor dourada excepcional. Sempre o encontro em minhas incursões passarinheiras no Cerrado. Este tá pequeno, algumas vezes o encontro enorme. Maravilha de cogumelo dourado!

                                                                       
                    
Fotos GPignaton Clique sobre elas para ampliar.                              

Renovação

LIXO

Flores do Cerrado

                                            Fotos Gpignaton clique sobre elas para ampliar

Vivo comparando o Cerrado com a Mata Atlântica. Sou de Ibiraçu - ES, da Mata Atlântica, um bioma incomparável em riqueza e diversidade, mais rica que a Amazônia. Entretanto, o Cerrado ganha quando o quesito é flor. Incrível como elas estão presentes. Você vai um dia tem uma espécie por todo o campo, volta no outro dia e tem outra. Nascem das plantas menos prováveis. Ora são arbustos, ora gramíneas, ora bromélias, ora saem do solo sem nem a planta aparecer.
Sábado fui ao cerrado perto de casa e não tinha quase nada. No domingo voltei e  estava cheio destas aí das fotos. São flores de um arbusto. Centenas, milhares, milhões...Um show.
Fotografo e levo para minha esposa. São flores virtuais, mas ela gosta muito.
De agora para frente, vou mostrá-las aos leitores do blog, como venho fazendo com as aves.
Só não posso, por ora,  classificá-las e nomeá-las. Sou metido a ornitólogo,  ainda não sou metido a botânico.

Vale a Pena Lembrar

Em novembro de 2010, publiquei o Post  intitulado Cepemar e Outros. neste Post enumerei os doadores para a campanha eleitoral do marido da prefeita que são fornecedores da prefeitura de Ibiraçu.
Essa mesma situação levou muita gente boa a ser condenado pela justiça eleitoral. No caso, nem repercussão teve.
Só mesmo gente muito honesta procede assim.
Segue o post para rememorarmos:


As doações para a campanha do marido da prefeita declaradas à justiça eleitoral mostram inúmeros fornecedores e prestadores de serviços da prefeitura de Ibiraçu contribuindo com quantias vultosas. Essa situação, se não é ilegal, é, no mínimo, muito estranha. Pode denotar irregularidade eleitoral. Com a palavra o Ministério Público do Espírito Santo.

Licitações

O Fantástico da Globo domingo fez uma série de denúncias contra empresas que atuam na obtenção de contratos junto a hospitais públicos do Rio de Janeiro.
Licitações de cartas marcadas, com propostas forjadas levadas pelos próprios ganhadores da licitações.
Propinas para servidores que poderiam evitar o jogo fraudulento.
Consequente aumento do preço contratado com lucro abusivo das empresas e danos aos cofres públicos.

Ninguém sabia disso. Precisou o Fantástico mostrar. Agora vai todo mundo correr atrás daqueles casos. Vai Polícia Federal, vai MP, vai Tribunal de Contas, vai CPI, vai CGU...

Tudo sendo feito embaixo do manto da legalidade.

Enquanto isso, em Ibiraçu, tem gente dizendo que é honesto porque em volta todos estão sendo pegos com a boca na botija. Ou seja, são honestos porque os outros são ladrões. Tem lógica?

Jacuaçu e Jacupemba

O Jacupemba e Jacuaçu são dois jacus que se parecem muito. Até mesmo passarinheiros veteranos têm dificuldade de identificá-las.
A jacupemba é menor e possui coloração mais amarronzada, com uma mancha comprida sobre os olhos que dá o nome científico da espécie "Penelope superciliaris".
O Jacuaçu ou jacuguaçu, Penelope obscura,  é maior, como diz o nome em tupi-guarani, e mais escura.

Vai abaixo as fotos das duas aves. O jacupemba fiz aqui em Brasília. O jacuaçu fiz em Santa Teresa-ES.



                                             Fotos: Gpignaton clique sobre elas para ampliar

A Logo do Twitter

                                                Fotos: Gpignaton clique nelas para ampliar.



Em novembro passado, um passarinheiro aqui de Brasília, o Jonatas Rocha, chamou-me para ir até um reserva em Taguatinga, a Floresta Nacional,  fotografar o campainha azul, um pássaro da família Emberezidae, a mesma do canário-da-terra e do tico-tico. Jonatas me chamava com tanta empolgação que eu não resisti. Não foi um dia de muita sorte, estava ventando muito e com chuviscos, atraímos apenas o pardinho- jovem com plumagem pouco colorida - da última foto.
Depois de novembro, fiquei tentando encontrá-lo nos cerrados aqui perto de minha casa. Ontem, finalmente, ele apareceu atraído pelo meu play-back. Redeu umas dezenas de fotos maravilhosas, como as três primeiras deste post.
Ele é do tamanho de um tico-tico, um azul tendendo ao marinho, contrastando com o bico amarelinho. Vive no Cerrado, em meio a arbustos e vegetação rasteira. Alimenta-se de grãos e insetos que captura forrageando no solo.
É uma ave rara, em vias de entrar em extinção.
A emoção de vê-lo e fotografá-lo só pode ser entendida por quem é do ramo. Entretanto, apreciar a beleza  nas fotos pode ser para qualquer leigo.
Acredito que este pássaro inspirou a logo do Twitter.

Grande Zuza

                                              Foto: gazetaonline


Li hoje reportagem na Gazeta dizendo que Zuza, nosso técnico campeão em 1988, vai dirigir o Serra pelo restante do campeonato capixaba.
Naquele Ano vitorioso no futebol ibiraçuense, tive a honra de trabalhar com Zuza, um grande profissional, homem digno e honesto. Grande conhecedor de Futebol.
Lembro-me que, no dia 3 de março de 1988, fizemos a apresentação do elenco ao Zuza. Não tínhamos ainda um time formado e apenas alguns jogadores contratados. Tinha um jovem lateral direito, o Canário, que estava lá para teste. Zuza fez apenas um rachão de meio campo, com golzinhos sem goleiros. Ao final da recreação chamou-me  e disse. Temos que contratar o menino Canário, ele sabe jogar. Só um grande conhecedor como ele para ver isso rapidamente num rachão. Todos vimos depois o sucesso que foi o Canário, inclusive eleito a revelação daquele campeonato.
Os heróis foram: Sandro, Canário, Laedes, Daniel Alves e Marinho; Auri, Tião e Dário; Valdecyr, Ederlane e Marcelo. Carola e Raul jogaram praticamente todos os jogos, eram reservas titulares. Destacaram-se ainda Vino, Deley, Donato, Carminate, Jader, Mazinho, Maroquinha, Elcimar.
Zuza e Armando Mangnago, treinador e preparador físico, foram os esteios desse grupo.
Carlinhos Pignaton ajudou muito na preparação do Goleiro Sandro, que naquele ano treinou pela manhã, num horário extra, para aprimorar a forma. Aliás, Sandro foi a nossa muralha.
Não sabia que Zuza ainda estava na ativa. Quem o encontrar, transmita a ele meu abraço e meu desejo de sucesso. Tenho-o na mais alta conta.

Mark Davis ou Fábio Júnior

      Na década de 70, a indústria fonográfica brasileira passou por uma grave crise. Os grandes cantores e compositores brasileiros estavam debaixo de forte censura da ditadura militar. Outro grave problema que sempre nos afetou, mas que naqueles anos era mais forte, foi a colonização cultural americana.
        Nesse quadro, muitos cantores e compositores adotaram pseudônimos ingleses e lançaram canções em Inglês para alcançarem sucesso de venda. Alguns nomes marcaram a época, outros emplacaram apenas uma ou duas canções de sucesso.
          As músicas eram românticas e faziam sucesso nos bailes dos clubes, onde os casais dançavam agarradinhos, num balançado muito discreto, que foi batizado pejorativamente como "mela-cueca".
          Dentre os nomes mais conhecidos, estão os Pholhas, Morris Albert, Dave Maclean, Chrystian, Mark Davis, Don Elliot, Michael Sullivan, Tony Stevens, entre outros.
           Morris Albert, nessa brincadeira, emplacou um sucesso mundial. Sua canção "Feellings" é até hoje, desbancando "Garota de Ipanema", a canção que mais teve versões diferentes mundo afora. Foi gravada até por Frank Sinatra.
             Os irmão Chrystian e Don Elliot formaram depois, na década de 80, a dupla sertaneja Chrystian e Ralf.
             Michael Sullivan virou um compositor aclamado dos anos 80 e 90.
              Tony Stevens foi o cantor Jessé, muito competente, que morreu em 1993 num acidente de automóvel.
             Mark Davis é o famoso Fábio Júnior, ator global e cantor de sucesso. Em 1974 ele lançou "Don't Let me Cray", uma canção que ele compôs para um namorada que morreu no incêndio do Edifício Joelma. Você pode ouvi-la no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=B6rgMN66sKI

Espírito Santo, Amém.

Estamos na iminência de vermos o Espírito Santo perder duas enormes fontes de arrecadação.
Depois dos royalties do petróleo, agora é a vez de vermos seriamente ameaçado o Fundap.
Os políticos do estado, sobretudo o governador Casagrande, correm o risco de serem responsabilizados pelas duas catástrofes econômicas.
Nunca tivemos muita força política no cenário nacional, mas a tivemos para o gasto. E agora? Cadê os paladinos defensores do estado? Cadê o coronelzão Hartung? Onde estão nossos caciques?

Vejam a matéria do Congresso em Foco no link abaixo:

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/manchetes-anteriores/espirito-santo-o-ente-desenganado-da-federacao/

Revisitando o Blog do Gerê

Nestes dias que estive meio de molho, devido ao problema de cálculos renais, dei uma revisitada nos antigos posts do Blog. Fiquei surpreso com o conteúdo. Aqui temos muito mais do que um livro. Temos dois anos e meio de história, do Brasil, do Espírito Santo e de Ibiraçu. Sem contar posts de história anterior. É uma obra da qual estou muito orgulhoso. Melhor, é uma obra que não se acaba, não tem, pelo menos por enquanto, um "the end".
Você pode fazer o mesmo, caríssimo leitor - são dois zilhões e meio de leitores. Você pode ir aí do lado, abrir os arquivos ano a ano, mês a mês, e fazer uma viagem no tempo.
Uma outra coisa que fiz foi reler os contos da coluna "metido a escritor". Normalmente o escritor quando relê sua obra fica decepcionado. Eu, tirando um errinho aqui outro ali, gostei de rever meus escritos.
Estou pensando em selecionar alguns posts e fazer uma obra impressa.


Para Ilustrar vai abaixo um post que escrevi em fevereiro de 2010. Gostei muito dele. Acho que todos vão gostar de revê-lo, sobretudo os leitores da família Pignaton.


                                   Madonna del Rosario



                                               

A Queda do Teixeira

                                                   Foto: lancenet.com.br




    O assunto do momento é a queda do Ricardo Teixeira. Ele caiu de dois cargos, presidente da CBF e do comitê organizador da copa 2014. Um tombaço! Ninguém imaginava que ele sairia antes da copa.
   Teixeira era acusado constantemente de corrupção e pelo jeito, agora fora do poder, continuará sendo acusado mais ainda.
     Dos bastidores, sabe-se que Dilma e seu governo não toleravam mais o cara. Parece que a retirada do apoio político do governo foi determinante para a queda de Teixeira. Com Lula ele se equilibrava mais porque Lula é político. Dilma, ao contrário, é mais pragmática e toma conta do terreiro sem esse tipo de cuidado político.
      Teixeira alegou problemas de saúde. Um homem de 79 anos, com raríssimas exceções, tem sempre problemas de saúde. Acho que o buraco é mais embaixo.
       Ouve-se, de todos os cantos, que o José Maria Marim, sucessor de Teixeira, homem oriundo do malufismo paulista, não vai se aguentar no cargo.

        Sabe-se, no Espírito Santo, que o presidente da federação, marido da prefeita, é unha e carne com o Teixeirão. As doações de campanha da CBF eram gordas, sem contar as doações dos agregados, como foi o caso do BMG na última eleição que doou 100 mil reais. Será que ele enfraquecerá e cairá também? Ou será que ele continuará desadministrando o nosso futebol?

Vale a Pena Ler de Novo - O Demônio de Catulé

                        Escrevi este post em 2010, quase dois anos atrás. É uma história fantástica. Seu eu fosse cineasta faria um filme com esta trágica história de ignorância e terror. Vai abaixo o post escrito naquela época e que tem alcançado muito sucesso aqui no Blog, com muitos acessos.


" Sempre que passo por uma cidade, mesmo que só de passagem rápida em viagem de carro por uma estrada, procuro depois pesquisar para conhecê-la melhor.
Depois desta última viagem, fui ao google pesquisar sobre o município mineiro de Malacacheta e me deparei com uma história fantástica, uma história de terror.
Trata-se do que foi chamado de "A Aparição do Demônio no Catulé".
Ocorreu na zona rural daquele município em 1955.
Um grupo de crentes neófitos, analfabetos em sua grande maioria, a pretexto de expulsar o demônio incorporado, mataram por espancamento quatro crianças e dois adultos.
Meses depois, a USP enviou três profissionais, um sociólogo, uma antropóloga e uma psicóloga, para estudar o caso.
O sociólogo, o professor Carlo Castaldi, produziu um estudo de caso, que exponho no link abaixo.
Se você tiver um tempinho, vale a pena dedicá-lo à leitura desse assombroso episódio.http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20702008000100016&script=sci_arttext "

Falcão-de-Coleira

                                           
                                             Fotos: GPignaton Clique sobre a foto para ampliar

          A vida de fotógrafo de aves é verdadeiramente emocionante.
          Depois de 15 dias praticamente parado, convalescendo de uma cirurgia de cálculos renais, resolvi ontem visitar um amigo antigo que mora numa fazenda aqui perto de casa. Peguei a máquina para o caso de aparecer alguma coisa interessante na estrada. De carro, pela beirada da estrada, é muito bom para isso, as aves, sobretudo as aves-de-rapina, normalmente muito ariscas, não se assustam  com o carro.
          Eis que me deparo com esta belezura da foto. É o falcão-de-coleira, uma das espécies mais bonitas da família. Muito provavelmente uma fêmea. Entre as aves-de-rapina, quando não iguais aos machos, as fêmeas são maiores e mais coloridas.
           Foi um dia feliz. Fiquei muito contente por ter capturado esta maravilhosa espécie.

Família

                                                       
                                                          foto: elisabarros.blogspot.com




Quando se  discute o direito de união de gays, o direito deles constituírem lar e terem filhos, adotados ou gerados de forma não convencional, o principal argumento contrário é a questão da degeneração da família. As opiniões são contrárias sob a alegação de proteger a instituição familiar.

Diante dessa polêmica,  eu volto aos anos 70 e me lembro da discussão em torno da Lei do Divórcio. Na época , o deputado Nelson Carneiro lutava com uma coragem fenomenal pela aprovação de uma lei que permitisse o divórcio no Brasil. A principal alegação dele era regular a situação fática de milhares de pessoas que viviam marginalizados pela separação do casamento e que não podiam resolver suas vidas. A igreja e a parte conservadora da sociedade era contrária e o principal argumento era a proteção da família.

Hoje, o divórcio está aí, a sociedade o aprova e aquele debate de 40 anos atrás parece absurdo.

Lá na faculdade de direito, estudamos que não é a legislação que move a sociedade. Ao contrário, é a sociedade que move a legislação. Quanta coisa que achávamos normal décadas atrás e hoje é crime. Por outro lado, quanta situação era reprovadíssima pela sociedade e hoje é vista como normal e natural.

A legislação deve acompanhar a evolução da sociedade e regular as relações existentes e aceitas por ela.

A família tem muitos atributos sociais e  tem como pilares o amor e o afeto. O que não derrubar os pilares pode ser considerado e discutido, sem causar nenhum espanto.

Costa Dourada, Uma Praia Baiana, Quase Capixaba

                                       Fotos: GPignaton Clique Sobre as Imagens Para Ampliar


Nas minhas viagens de férias fui de Brasília a Ibiraçu passando pela Bahia. Passei em Bom Jesus da Lapa, Porto Seguro e por Costa Dourada.
Costa Dourada é uma praia muito bonita, uma das mais bonitas que conheci, na divisa da Bahia com o Espírito Santo. Pertence ao município baiano de Mucuri. Apesar de pertencer à Bahia, os acessos são feitos pelo Espírito Santo, sendo muito fora de mão a ligação à cidade de Mucuri. Por esse motivo, ela, mesmo bela e aprazível, ficou abandonada, quase deserta.
Agora começa a ser povoada e frequentada por turistas de todos os cantos do Brasil. Tem umas pousadas ainda rústicas, mas com boa condição de hospedagem. O acesso é ruim, cerca de 40 km de estrada não pavimentada.
Eu e as crianças adoramos. Elas gostaram da praia em si, de piso bem solado, ondas grandes e água bem morna. Eu gostei de tudo, do sossego, do peixe fresco abundante, da falta de estrutura - sou bicho do mato -, das aves, do excelente piso da praia para caminhadas e corridas e da beleza das falésias, aqueles barrancos vermelhos muito comuns nas praias do sul da Bahia.
Comprei um lote lá, quem sabe, no futuro, será minha praia também?
Fica a pouco mais de 200 km de Ibiraçu. Vale a pena conhecer.

Choca-Listrada

Santa Rita de Jacutinga

Lucio Dalla

Diversidade Capixaba

O Estado do Espírito Santo é vendido no turismo como tendo o mar e a montanha. Essa diversidade é também traduzida no elemento humano. Somos um estado com boa diversidade de raças. Temos vários povos europeus, negros e índios.
As fotos dos indiozinhos foram feitas por mim na aldeia guarani de Santa Cruz, em Aracruz,  e das pomeranas, em Santa Maria de Jetibá.
Santa Cruz eu conhecia bem, desde os meus tempos de criança; Santa Maria, bela cidade e região, conheci agora.

Espirito Santo, amém!

Monte Negro

                                                                     

Vivo fora de Ibiraçu há 17 anos. Toda vez que retorno, sinto-me mais distante da minha terra. Vou com a expectativa de rever a cidade onde nasci e vivi 34 anos e dela encontro apenas traços, lembranças, pedaços de minha memória. São traços e lembranças agradáveis, mas que, por serem cada vez mais escassos, tornam-se decepcionantes.
As pessoas são quase sempre desconhecidas.  Por serem mesmo desconhecidas, ou, pelo afastamento, serem velhos conhecidos e, quase sempre, os antigos conhecidos são novos desconhecidos.
No campo pessoal, apenas os familiares são os mesmos. Com eles não perdemos os contatos, estamos sempre ligados e acompanhando todas as mudanças experimentadas. Até mesmo os grandes amigos vão se distanciando e os encontros são apenas para relembrar o passado que não existe mais.
Tenho notado que as pessoas, com raríssimas exceções, estão desinteressadas da cidade. Não se importam mais com o rumo que a cidade toma. Acham que vivem independentes e ainda ficam  por falta de oportunidade de sair ou por comodidade, apenas  pela tranquilidade do local.
Por incrível que pareça, até a acirrada briga política da cidade parece que não existe mais. Poucos se importam com ela e o domínio imperial tende a se acentuar.
Por todas essas situações, minha viagens a Ibiraçu cada vez mais se concentram em visitar parentes próximos e  lugares que trazem boas recordações. As paisagens, nos pontos que ficaram preservadas, no interior, são as que mais satisfazem.
As montanhas que circundam a cidade são quase imutáveis, são as referências dos bons tempos que vivi. A que considero mais bonita é o Monte Negro, retratado, lá em cima no post,  pela minha lente passarinheira.