Procissão

16:06 Postado por Geremias Pignaton

Queridos irmãos, minhas lembranças daquela época não são lá essas coisas. Eu era pequenininha, por volta dos cinco anos, talvez uns sete, e me recordo como se fosse um sonho.
Corriam os anos trinta, metade da década, mais provável mil novecentos e trinta e cinco, Getúlio era o presidente e o país passava por conturbados tempos na política.
Naquele ano, a seca estava terrível. Mesmo agora, depois de toda a degradação ambiental, depois de todo o desmatamento, depois da morte dos rios, nunca mais se teve notícia de uma seca tão forte.
Foram mais de cinco meses sem chuva. Se fosse hoje, a meteorologia poria culpa em algum fenômeno conhecido, El Niño ou La Niña, por exemplo. Naquela época, ninguém tinha conhecimento disso.
Os pastos secaram, o gado morria de sede e de fome. O Rio Taquarassu, que era grande, não esta vala de esgoto como é hoje, havia se transformado num filete. O Sapateiro e o Perobas secaram completamente. Raras eram as árvores das matas que ainda ostentavam algum verde. Muitas propriedades não tinham mais água sequer para beber.
Os agricultores, a imensa maioria dos habitantes, começavam a enfrentar a fome. Cinco meses sem chuva comprometiam toda a safra daquele ano. Os paióis se esvaziavam, acabava milho para a polenta e para alimentar os animais. Faltava o leite, o feijão, até a mandioca não existia mais. O café, que se convertia em dinheiro para o pequeno colono, nada produziu.
Dava pena ver a paisagem, tudo seco, praticamente sem verde. O sol nascia e se punha sem uma nuvem no céu. O calorão era insuportável.
Começava a bater o desespero na população. Alguns, em vão, procuravam ajuda na prefeitura. Os políticos, como hoje em dia, prometiam fazer alguma coisa.
O povo, quase todo colonos italianos, começou a recorrer aos santos católicos. Os poucos negros existentes na região recorriam aos seus orixás e a São Benedito.
Alguém teve a idéia de organizar uma procissão. Sairiam do centro da cidade, da praça da matriz e iriam em oração até a capelinha de Nossa Senhora da Saúde, no pé do Morro de Aricanga.
A idéia foi prontamente aceita. Nossa Senhora da Saúde era o socorro médico de todos, poderia também resolver o problema da seca. Afinal, ninguém pode ter saúde se não comer e beber.
No dia marcado, às 8 horas da manhã, o povo reuniu-se na frente da Igreja Matriz. Veio gente de toda a região, do Monte Seco, de Pendanga, de Piabas, de Rio da Prata. Formou-se uma multidão.
No céu não havia uma nuvem. O calorão era insuportável. Algumas pessoas portavam cantis improvisados porque não havia mais nenhuma fonte com água no trajeto.
A procissão passou por sobre o morro da propriedade do Antônio Furieri e desceu na propriedade dos Rosalém, onde está a capelinha de Nossa Senhora da Saúde. Passou por uma estradinha de pedestre, uma picada dentro da mata.
O povo, como costume da época, ia em duas filas indianas paralelas. Uma era formada por mulheres e a outra por homens. Onde a estrada era muito estreita, as filas se juntavam. Todos acompanhavam as rezas e cânticos.
Lembro-me dos homens cantando. Eles tinham um coral na igreja. Esse coro também acompanhava as procissões e os enterros pelas ruas da cidade. Eram vozeirões graves. Cantavam em latim ou em italiano.
Eles iam cantando pelo meio do mato, serpenteando junto da procissão pelas curvas da estradinha. Cantavam nas descidas ou nos planos, quando a estrada era em subida, eles iam calados, apenas respirando com maior freqüência.
Ressoava pelas matas o belo canto:

“Perdono mio Dio, perdono, perdono
Perdono mio Dio, perdono, pietá!”

Eu, menininha pena saída das fraldas, ouvia o eco das vozes dos homens pelas matas e achava que eram os anjos que respondiam:

“Perdono mio Dio, perdono, perdono
Perdono mio Dio, perdono, pietà!”

Chegando à igrejinha, aos pés de Nossa Senhora, rezou-se a ladainha. Todos com muita fé, pedindo à santa por chuva.
O retorno do povo, por volta das onze horas da manhã, foi desorganizado. Cada qual seguiu seu caminho. Nós retornamos pelos fundos de nossa propriedade.
Papai vinha observando o tempo. Não tinha ainda uma nuvem no céu. Naquele dia, o sol parecia mais forte. O vento, que dias antes soprava forte, estava morto, completamente parado.
Chegamos em casa para o almoço. Depois ficamos nos afazeres domésticos. Ninguém foi para a roça, não havia o que fazer, a terra estava preparada para plantar feijão e estávamos aguardando a chuva que não vinha.
Por volta das duas da tarde, papai viu a pontinha de uma nuvem por trás do Morro das Freiras. Sentado na varanda, fumando seu cachimbo de jequitibá, ele ficou com os olhos atentos àquele sinalzinho de chuva.
A nuvem foi subindo e parecia mais grossa. Às três horas, ela estava no meio do céu e com o pé enegrecido. Por volta das quatro, havia um negrume mais significativo. Cinco da tarde ouvia-se trovões distantes.
Uma ventania atingiu toda região prenunciando o temporal.
Oito horas da noite, começou a chover. No início, eram pingos grossos e esparsos, depois, o tempo fechou.
Dormimos felizes, ouvindo o barulho daquela chuvarada.
Só parou de chover, no outro dia, depois do almoço. Os rios estavam cheios. O Taquarassu quase atingiu a pinguela mais baixa que dava acesso à parte de cima de nossas terras.
À tarde, todos saímos para plantar o feijão.
Daí para frente, naquele e nos anos seguintes, o tempo correu normalmente e a seca acabou.
Até os mais incrédulos reconheceram a natureza milagrosa daquelas chuvas.
Desde então, essa procissão da chuva é realizada todo ano para agradecer a Nossa Senhora da Saúde e para pedir que o tempo corra bem.

Tarrafada

16:18 Postado por Geremias Pignaton

Quando vejo uma operação da Polícia contra corrupção, dessas que pegam alguns figurões, fico com a sensação de uma pescaria de tarrafa.
O pescador chega num bonito remanso, provavelmente com um imenso cardume, lança uma tarrafada bem aberta e apanha uns cinco, seis peixes bonitos. O restante do cardume escapa e nada para longe.
Azar daqueles que foram pegos. Vão parar na frigideira.
O cardume, com centenas de outros peixes, ficará escorraçado, esperto, será difícil apanhá-los por um bom tempo. Uns deram muita sorte, outros foram mais esperto do que aqueles apanhados.
A Operação Naufrágio no Tribunal de Justiça do Espírito Santo foi assim.
Certamente, a peixada lá era infinitamente maior do que foi apanhada.

Direitos Humanos

11:53 Postado por Geremias Pignaton

Sempre vejo, sobretudo no meio policial, pessoas falando mal dos direitos humanos.
Falam como se direitos humanos fosse um ser, um ente, uma personalidade protetora de bandidos e marginais que atacam a sociedade.
Os Direitos Humanos são os direitos do ser humano, como dizem nesta gíria horrível, "tipo" direito à liberdade, à uma boa alimentação, "tipo", se preso, a ser tratado em condições humanas, "tipo", se cometer um delito, ter um julgamento legal.
Não existe nada de errado com os direitos humanos. Pode ser que exista com alguma instituição que diz defendê-los.
É comum se ouvir dizer que quando o bandido mata um policial não aparece ninguém dos direitos humanos para falar nada, mas, quando um policial mata um bandido, logo aparecem.
É preciso lembrar que o policial tem o estado por trás. O cidadão, que nesses casos nem sempre é um bandido, não tem, na maioria das vezes, nada.
Direitos humanos é a mínima garantia que necessitamos.

Casagrande

05:05 Postado por Geremias Pignaton

Outro indefinido é o Senador Casagrande. Ele não sabe se vem candidato a governador.
O problema do senador são as alianças. Ficou isolado pelo governador.
Sem alianças, seu tempo na televisão seria muito reduzido para aguentar a imensa pressão da recheada candidatura Ferraço.
Na minha avaliação, o senador pode não ser candidato, tudo bem. O que ele não pode é dar apoio ao candidato do governador. Se isso acontecer, ele poderá perder muitos eleitores fieis.
Tenho conversado com eleitores de Casagrande. A imensa maioria não admitiria ele no palanque de Ferraço.

Pinguela

04:51 Postado por Geremias Pignaton

Como a obra da ponte que caiu, no Bairro Ericina em Ibiraçu, não anda, sugiro, sem brincadeira, que se faça uma pinguela emergencial no local.

Isso proporcionaria a passagem de pedestres e facilitaria a vida das pessoas que têm que pegar condução para Aracruz e João Neiva.

Os moradores de todo o Bairro Ericina, do Aricanga e do Mutirão agradecerão a atenção.

Em tempo, a pinguela deverá ter a segurança como principal preocupação.

Indefinição

03:19 Postado por Geremias Pignaton

Dilma é. Ciro e Serra não se sabe. Ora, parece que são, ora, parece que não são.
Gostaria muito de conhecer os bastidores para saber a causa dessas indefinições. Não dá nem para comentar se é certo ou se é errado. Não se sabe o que existe por trás da estratégia de cada um.
O fato é que, Marina à parte, esses parece que serão os protagonistas da próxima eleição para presidente.
Ciro parece aguardar a definição de Serra. E este, por sua vez, parece aguardar uma definição melhor dos números.
Se Serra confirmar sua candidatura a presidente, Ciro vai para o sacrifício e concorre ao governo paulista.
Se Serra ficar, aí muda tudo e Ciro virá num contraponto a Dilma.
Não vislumbro nenhuma possibilidade de mudança desse quadro.

Caos Político

16:33 Postado por Geremias Pignaton

Estamos vivendo um caos político aqui no Distrito Federal. Logo que apareceu este problema do Arruda, o blog aqui falou imediatamente em intervenção- não sei exatamente se falei aqui ou no ibirinha. Não vislumbro outra saída. O remédio é amargo, com inúmeros efeitos colaterais, mas não existe outro.
Quinze dias atrás era um governador que foi preso. Entrou um outro que renunciou. Agora tem um outro que, ao que parece, não tem a mínima competência para segurar o abacaxi.
Muita gente em Brasília torceu pela renúncia do Paulo Octávio, talvez a maioria da população. Melhor o Arruda, com toda a desgraça, do que o PO.
Brasília está com obra inacabada por tudo que é lado. Se não for tomado um rumo logo, será um caos também administrativo.
E o DEM nacional tentando tirar o fedor de perto deles. Nenhuma responsabilidade com os companheiros de Brasília que entraram em desgraça. Pior ainda, nenhuma responsabilidade com o povo de Brasília.
Tudo ficou adiado para a semana que vem. Não sei se vai dar tempo.

Inhambu Chitão e o Xororó

05:11 Postado por Geremias Pignaton



O da foto acima é o inhambu xororó e o de baixo é o inhambu chitão. São aves pertencentes à ordem Tynamídea, família Tynamídea, ao mesmo gênero Crypturellus. São, portanto, muito confundidas, por serem muito parecidas. O xororó é menor, cerca de 18 cm, e o Chitão, um pouco maior, cerca de 21 cm. O xororó é mais avermelhado, o chitão mais acinzentado, com a traseira meio pedrês, o que lhe valeu o nome por parecer, aos olhos dos matutos interioranos, com o estampado de um pano de chita. Fêmeas e machos quase não se diferem, sendo os machos menores nas duas espécies, como acontece com todas as aves dessa ordem: macucos, perdizes, jaós, codornas e inhambus. Os nomes científicos são respectivamente, Crypturellus parvirostris e Crypturellus tataupa. O xororó vive em quase todo o Brasil e em vários países da América do Sul. O Chitão vive mais na faixa litorânea, chegando a Paraguai, Uruguai e Argentina. Aqui no cerrado, encontramos muitos xororós. Na Chácara onde moro, antes do anoitecer, escuto muitos piarem. O Chitão não temos por aqui. Em Ibiraçu, nos capoeirões, ouvimos seus piados, mais frequentes no início e no final do dia. Fêmeas e machos piam de forma diferente. Para ouvirem o xororó http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=crypturellus+parvirostris e para ouvirem o xitão http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=crypturellus+tataupa
Abaixo vai a letra da música Inhambu Chitão e o Xororó que foi imortalizada na interpretação da dupla caipira Tonico e Tinoco e que inspirou o nome de outra dupla sertaneja famosa, Chitãozinho e Xororó.

Eu não troco meu ranchinho
Amarradinho de cipó
Por uma casa na cidade
Nem que seja bangalô.
Eu moro lá no deserto,
Sem vizinho eu vivo só
Só me alegra quando pia
Lá praqueles cafundó
É o inhambu-xitã e o xororó
É o inhambu-xitã e o xororó
Quando rompe a madrugada,
Canta o galo carijó
Pia triste a coruja,
Na cumeeira do paiol
Quando chega o entardecer,
Pia triste o jaó
Só me alegra quando pia
Lá praqueles cafundó
É o inhambu-xitã e o xororó
É o inhambu-xitã e o xororó
Não me dou com a terra roxa,
Com a seca larga o pó
Na baixada do areião,
Eu sinto um prazer maior
Ver a rolinha no andar,
No areião faz caracol
Só me alegra quando pia
Lá praqueles cafundó
É o inhambu-xitã e o xororó
É o inhambu-xitã e o xororó
Eu faço minhas caçadas,
Antes de sair o sol
Espingarda de cartucho,
Patrona de tiracolo
Tenho buzina e cachorro,
Pra fazer forrobodó
Só me alegra quando pia
Lá praqueles cafundó
É o inhambu-xitã e o xororó
É o inhambu-xitã e o xororó
Quando sei de uma noticia,
Que outro canta melhor
Meu coração dá um balanço,
Fica meio banzaró
Suspiro sai do meu peito,
Que nem bala jeveló
Só me alegra quando pia
Lá praqueles cafundó
É o inhambu-xitã e o xororó
É o inhambu-xitã e o xororó

Caso Cassab

03:01 Postado por Geremias Pignaton

Depois de Arruda, o ex-PFL Dem, partido da prefeita de ibiraçu - só para registro, partido político não significa nada no Brasil -, enfrenta outro problema com sua segunda estrela na ordem de importância de Cargo. O prefeito de São Paulo vem tendo problemas com a justiça eleitoral.
Não quero comentar o fato político, apenas gostaria de comentar a inutilidade da decisão do Juiz Eleitoral. Ele demorou mais de ano, quase ano e meio, para decidir pela cassação do mandato do prefeito. Decisão inútil que não produz efeito algum. A mera recepção de recurso suspende o efeito da sentença.
Para que, então, um juízo se debruçar sobre um processo por tanto tempo? Parece coisa feita para não funcionar mesmo.
Isso acontece com toda a justiça nacional, neste e na maioria dos casos.

Reestruturação Administrativa

14:45 Postado por Geremias Pignaton

Hoje, neste exato momento que escrevo, acontece na Câmara Municipal de Ibiraçu uma sessão ordinária na qual se discute um reestruturação administrativa para o município.
Considero, pelo pouco que sei, esse projeto da prefeita um remendo para acomodar interesses. Na verdade não moderniza nada, não reestrutura nada, apenas acomoda interesses, em sua maioria, salariais.
Precisamos organizar a administração do município. Não podemos ter em torno de 50% da arrecadação comprometida com o gasto de pessoal. Não podemos ter na prefeitura mais de 400 servidores. Somos dez mil habitantes. Isso dá um servidor para cada vinte cinco habitantes.
Os técnicos consideram que o ideal é um servidor para cada cem habitantes. Um quarto do que temos.
Isso seria o ideal, não sei se nessa nossa cultura e nessa nossa sociedade isso é possível, mas podemos reduzir esses gastos pelo menos até atingirmos uns 30% da arrecadação.
Como faríamos isso? Demitiríamos logo um bocado? Não, poderemos fazer isso a médio e longo prazo, num tempo de uns cinco mandatos. Seria um trabalho político árduo, que envolvesse a sociedade como um todo. Desde o poder executivo, Legislativo, servidores, até segmentos organizados da sociedade. Poderíamos fazer um pacto político.
Começaríamos com uma reestruturação administrativa, extinguindo-se estruturas, fundindo-se outras, extinguindo-se cargos, até, aos poucos, atingirmos uma meta pré-estabelecida.
Pra tudo dá-se um jeito. Só não vislumbro isso na política atual.

Candidato

05:11 Postado por Geremias Pignaton

Engana-se quem pensa que o Senador Gerson Camata é carta fora do baralho na política do estado.
Incrível mas, mesmo depois de 24 anos de mandato de senador, o veterano Camata ainda tem muita lenha para queimar numa campanha eleitoral.
Nem Guerino nem Rita, comenta-se nos bastidores que o parceiro de Hartung na eleição para o senado será o italiano.
Magno Malta treme ante essa possibilidade.

Cinzas e Fogo

02:08 Postado por Geremias Pignaton

Ressaca

Após exaustivas maratonas carnavalescas, a Confraria de O PAU GIGANTE retorna. Estivemos na Sapucai, nos circuitos da folia de Salvador e nas brincadeiras de rua no nordeste e nas Minas Gerais. Entregues aos derivados do álcool e aos prazeres da carne. Para Dona Santa, nossa copeira, pessoa muito religiosa e que faz o sinal da cruz à simples visão de um torso nu, o Carnaval é coisa do demônio! Achamos que ela faz propaganda para o Tinhoso!

Ecos da Folia

Mulher nua e carnaval tem tudo a ver. Pena que estejam transformando este belo especimen em algo grotesco, com musculatura de estivador. Aquela menina, Graziane, que dizem ser modelo, mulher daquele rapaz, o Belo, que dizem ser cantor, esta com o corpo do Ronaldinho Gaucho! >>>>> O que também nos comove são as tiradas filosóficas das musas do Axé! Ivete Sangalo e Claudia Leite como cantoras, são excelentes animadoras de trio elétrico! Além de induzirem aos jovens a práticas geradoras de neuroses sexuais, como a moda do “beijar na boca”, ainda contribuem para a difusão de doenças e banalizam o contato íntimo entre duas pessoas levando-os a promiscuidade. Sob aplausos! >>>>> Paola de Oliveira, maravilha da natureza, beijamos-lhe os pés!

Palavras de ignorância

A Confraria de O PAU GIGANTE, com um ramo de arruda na orelhas para tirar o mau-olhado, vem acompanhando com pouco interesse certas discussões postadas no sítio Ibirinha.com. As postagens descambam para as considerações pessoais por parte de alguns, baixam o nível dos debates ao grotesco e não contribuem em nada para o avanço das relações políticas e sociais no Reino do Pau Gigante. As colocações prematuras acerca das opções de candidatos são de uma infantilidade de dar gosto! E os egos, inflados, perdem o senso e partem para o confronto e as picuinhas. Sugerimos, através de nossa Comissão de Combate ao Estreitamento Mental – CCEM, que os senhores tenham um pouco mais de altruísmo e voltem a tratar de assuntos relevantes e de real interesse da cidade.

Palavras de Sabedoria

Nibalas Niba, o Iluminado, diz: “Não cuspa para cima ou contra o vento. Vós podereis receber na cara o seu próprio veneno”. >>>>> Na Paz do Grande Vórtice Universal!

Um pouco de poesia... para ibirinautas desavisados!

"O amanhecer é uma lição do Universo,
que nos ensina que devemos renascer.
O novo, amanhece!"

Renato Teixeira, Membro da Confraria de O PAU GIGANTE!

Reeleição

04:28 Postado por Geremias Pignaton

A propósito do post anterior... Sou favorável que haja uma limitação no número de reeleições também para os parlamentares, assim como existe para os cargos executivos.
Vemos senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores serem reeleitos indefinidamente. Existem casos de deputados federais com cinquenta anos de mandados seguidos.
Acho que uma reeleição basta. Oito anos de mandato seguidos ou alternados seria um limitador adequado.
Difícil é o jogador que está ganhando mudar as regras do jogo. Nossos parlamentares jamais aceitarão esse tipo de mudança.
O povo poderia fazer isso na prática. Votar em nome novo.

Outro 2010

03:33 Postado por Geremias Pignaton

Este ano teremos eleições. Muitos desses políticos batidos e tradicionais, que vivemos criticando há anos, há décadas, se apresentarão como candidatos novamente.
Josias de Sousa, jornalista da Folha de São Paulo, na sua coluna de hoje pergunta: esses políticos, muitos protagonistas de escândalos, estão aí por acaso, ou por obra divina? Não, estão aí porque foram eleitos pelo voto do povo. Eles são culpados por tudo isso que vemos na política? Claro que são, mas não podemos deixar de atribuir grande parte da culpa ao povo que os elege.
Este ano, podemos fazer justiça com as próprias mãos. Podemos mandar para o ostracismo muitos desses nomes que não nos acrescentam nada e ainda, uma grande parcela, uma imensidão, que nos subtraem.
Eu, este ano, aconselho a todos com quem converso sobre o assunto a não votar em ninguém que tem ou já teve mandato. Na dúvida, votemos em nomes novos. Assim, poderemos errar, mas não permaneceremos no mesmo erro.

Pronto Atendimento

04:39 Postado por Geremias Pignaton

O site da prefeitura de Ibiraçu http://www.ibiracu.es.gov.br/ desde o dia 11 não é movimentado. Ou seja, há uma semana e dois dias. A última informação postada lá relata que alguns serviços da prefeitura continuarão funcionando no carnaval. Pelo jeito, o serviço que cuida da atualização do próprio site fechou até hoje.
Ao final diz: "O Pronto Atendimento Municipal, com serviço 24 horas, funcionará normalmente com reforço no quadro de técnicos e duas ambulâncias de plantão".
Dois comentários: vamos movimentar mais esse site. Uma semana parado é muito! O post não fala de médicos no Pronto Atendimento Municipal. Será que tinha?
Outra coisa, vamos atualizar a seção do site sobre legislação. Gostaríamos de ver as portarias editadas na prefeitura. Seria muito interessante, sobretudo, ver a movimentação de pessoal.

Barragem

02:28 Postado por Geremias Pignaton

Primeiro abriram a barragem em Ibiraçu para "ajudar" no caso de enchentes. Agora, fizeram um grande buraco na represa para - dizem - pôr uma comporta.
Acho que o buraco vai ficar lá por tempo indeterminado até que as enchentes o aumente e, por fim, acabem derrubando a barragem.
Nossa história pode ir por água abaixo.
Com um pouquinho de investimento, coisa menor que se paga ao jornal de Aracruz para fazer propaganda, poderíamos fazer uma comporta eletrônica. Quando a vazão aumentar muito, prenúncio de enchente, ela se abriria automaticamente.
Isso para os que acreditam que a barragem interfere nas enchentes da cidade.
Eu acho tudo desnecessário.

Enquete da Ponte que Caiu

02:08 Postado por Geremias Pignaton

Terminou hoje a enquete neste blog sobre a ponte que caiu no Bairro Ericina em Ibiraçu. Tivemos 43 votos, não foi grande a votação, mas acredito que ninguém saiu votando em mais de um computador. Foi, portanto, uma votação significativa. Apenas quatro dos quarenta e três acham que a ponte sairá em breve. Os outros trinta e nove preferiram fazer piada com a obra. Aliás, aqui para nós, a obra merece ser assunto para piada.
Quase quinhentos mil reais para remover e reconstruir a ponte. Até agora só removeram, construíram muito pouco.
Pelo que observei das administrações anteriores que este grupo político realizou em Ibiraçu, acredito que será feito um aditivo de contrato para finalizar a obra. Dirão que alguma coisa aconteceu, que um imprevisto surgiu e farão um plus contratual. Se assim não for, para mim será surpresa.
Precisamos ficar atentos.

Cana

01:08 Postado por Geremias Pignaton

A cana que o governador do Distrito Federal vem recebendo nos enche de esperanças num país melhor.
Meses atrás, Arruda era o todo-poderoso. Contava-se que seria reeleito este ano com um pé nas costas. Seu governo ela elogiadíssimo, sinônimo de desenvolvimento, um exemplo para o Brasil.
Nos bastidores, entretanto, sabíamos que as coisas não eram assim.
Impressionou a rapidez que a justiça se manifestou no caso do pedido de prisão preventiva. O ministro do Superior Tribunal de Justiça agiu com todo o rigor e com a rapidez que esperávamos. Pôs sua decisão a ser apreciada por toda a casa. O pleno do STJ ratificou por 12 a 2 e o figurão governador, que tentava mascarar as apurações, foi para o xilindró.
Espero que isso não se torne um exemplo perdido. Esperamos essa postura sempre.
Decepção continua sendo os políticos. Na Câmara Legislativa, ainda estão com os rabos entrelaçados. Talvez agora, com o governador nas grades, o impeachment caminhe mais rápido.

Joel

04:50 Postado por Geremias Pignaton

O técnico carioca Joel Santana é quase desprezado por uma parte considerável da imprensa esportiva. Muitos desses analistas de futebol moderninhos o chamam de ultrapassado e o criticam pelo uso de métodos antiquados. A maioria faz isso por preconceito. Joel é negro, de origens humildes e tem um jeito de falar simples. Esses críticos gostam de gente articulada e de elegante aparência.
Joel não precisa provar mais nada para ninguém. Poucos conhecem futebol como ele.
Agora, ele pegou o Botafogo em frangalhos, depois de uma humilhante goleada e o levou a decisão da Taça Guanabara, derrotando o todo-poderoso flamengo.
Se derrotar o Vasco no domingo, mesmo que nos pênaltes, apagará a vergonha da goleada.
O Botafogo agora é o favorito. Não pelo Botafogo em si, mas por Joel Santana.

Gavião-caboclo

04:09 Postado por Geremias Pignaton


Neste carnaval, em Rochedo de Minas, fiz umas caminhadas diferentes para me exercitar. Normalmente, gosto de caminhar pelas estradas das roças. Como havia muita poeira, caminhei pelos pastos, nos morros daquela região. Enquanto caminho, além do exercício, divirto-me observando as aves.
Encontrei lá uma das aves mais fascinante de nossa fauna, o gavião-caboclo. Sua coloração ferrugínea é ímpar. Suas penas pretas nas asas e cauda contrastam de forma belíssima com a coloração de ferrugem. Seu voo é incomparável. Quando assustado em seu pouso, ele voa para longe e começa a circular até encontrar uma corrente de ar quente ascendente. Aí, ele plaina, atingindo uma altura vertiginosa. De lá de cima, observa seu novo pouso em segurança e desce com as asas fechadas como uma flecha.
Quando alcança uma considerável altura, devido o contraste da luz, ele pode ser confundido com um urubu.
Mede 55 centímetros e tem nome científico de Buteogallus meridionalis, Savannas Hawk em inglês. Vive na América desde o Panamá até a Argentina. Sempre encontrado nos campos e em ralas florestas. Vive solitário ou aos casais na época da reprodução, de setembro a novembro. Também conhecido nas diversas regiões do Brasil pelos nomes casaca-de-couro, gavião-fumaça, gavião-telha, gavião-puva e gavião-tinga.
Seu canto é bastante característico dos falcões e pode ser ouvido no link http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=buteogallus+meridionalis

Carnaval, Pena Branca e Cuitelinho

17:02 Postado por Geremias Pignaton

Esta semana perdemos um dos últimos remanescentes de sucesso da música caipira. Xavantinho foi-se há dez anos. Agora, seu irmão, o Pena Branca, resolveu recompor a dupla.
Eu adoro música caipira, sou fã do som da viola. Pena Branca e Xavantinho foi uma das duplas mais interessantes desse gênero.
Sei que este assunto não combina com o carnaval que começa amanhã. Talvez combine com o meu carnaval que será nas montanhas da Zona da Mata mineira. Por lá, caipira é só o que tem.
Para homenagear Pena Branca, vai aí a letra de "Cuitelinho", uma canção folclórica do Mato Grosso, recolhida pelo professor Paulo Vanzolini e Xandó. Vanzolini é zoólogo, especialista em répteis e autor de uma canção clássica da MPB: Ronda.
Cuitelinho é o nome que recebe um beija-flor lá no Mato Grosso. Nesta letra, o mais interessante é a rima em "aia", compondo com o falar dos caipiras de nosso brasilzão afora.

Cheguei na beira do porto
Onde as ondas se espáia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai

Aí quando eu vim de minha terra
Despedi da parentaia
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes bataia, ai, ai, ai

A tua saudade corta
Como aço de navaia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
Os óio se enche d`água
Que até a vista se atrapaia, ai, ai, ai


Bom carnaval a todos. Eu vou sair de caipira, uai, sô!
Se der, escreverei no blog, se não der... Até quarta-feira.

Madonna Del Rosario

16:35 Postado por Geremias Pignaton



Esta igrejinha aí da foto é a Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Romano, pequeno vilarejo de Vigonovo em Pordenone, Itália. Do lado dessa igreja morava Pignaton Basilio, meu bisavô e patriarca da família Pignaton no Brasil. Ela não é uma igreja majestosa, é uma pequena igreja bem singela. Por dentro tem um belo altar esculpido em madeira. Se não é tão bela, tem uma história muito bonita. Ela foi construída em 1499. Surgiu durante a invasão turca. Os habitantes das cercanias vieram para essa localidade afim de se protegerem dos invasores. Os otomanos não apeavam de seus cavalos nem para as necessidades fisiológicas. Essa localidade era de brejais, com alguns lugares secos. Os invasores não podiam entrar a cavalo.
Nessa igreja tive uma das passagens mais emocionantes da minha insignificante existência.

Em janeiro de 1991, eu e Carlinhos, meu querido primo, encontramos os parentes em Vigonovo. Daí alguns dias eu voltei à localidade, juntamente com Charles Stefenoni, um amigo de Vitória, convidados para participarmos de uma celebração nessa igrejinha. Carlinhos não foi pois havia retornado ao Brasil.
O pároco da cidade era um descendente de albaneses chamado Dom Emilio. Nós tínhamos sido apresentados na ocasião que encontramos os parentes pela primeira vez. Contei ao pároco a saga do meu bisavô que havia partido de lá para o Brasil.
Ele reuniu a comunidade e fez uma missa linda nessa igreja em nossa homenagem. Eu e Charles no centro da igreja homenageados por todos. Na homilia, o padre fez todo sermão contando a nossa história e o nosso retorno à terra ancestral. Naquela parte da missa que o padre manda todos se cumprimentarem, ele desceu do altar e foi me cumprimentar no meio do povo. As pessoas, uma a uma, em fila indiana, repetiram o gesto do padre. Eu fiquei muito emocionado. Ainda agora, escrevendo, fiquei arrepiado. Foi a comunhão com a terra do meus antepassados.
Anos depois, em 2002, Padre Waldo Pignaton, foi lá e concelebrou uma missa com Dom Emílio falando em português. Aí foi o sacramento do nosso retorno às origens.
Posso viver duzentos anos que não vou esquecer esse gesto de Dom Emílio. Jamais vou esquecer a igrejinha de Romano e a imensa emoção que lá vivi.
Dom Emílio morreu há dois anos. Não pude reencontrá-lo quando lá retornei. Uma grande pena, tinha muito a agradecê-lo.

Na Avenida todos vão querer ver O Pau Gigante entrar!

03:38 Postado por Geremias Pignaton

A Confraria de O PAU GIGANTE, atarefada em acertar os últimos retoques nas fantasias de nossos foliões, está estarrecida com as manifestações acerca da “Quinta de Véspera”. A coisa está assim: só há um para empurrar o carro alegórico e muitos querendo sair na comissão de frente. Já escolheram até a fantasia do carnavalesco. Pegaram o homem para cristo! Madame Zoraide, nossa consultora para assuntos sexuais e que já deu muito mais que o Conde, acha que são problemas sexuais mal resolvidos que levam as pessoas a tomar certas atitudes. Vamos tomar a rua Conde D’Eu e deixar a alegria e não a tristeza ser nossa parceira. Vamos encher a rua de pessoas alegres, que querem se divertir, sem levar em conta quem patrocinou ou que “fantasia” veste! Nas palavras sábias de Nibalas Niba, o Virtuoso (Na paz do Grande Vórtice Universal!): “Não é uma questão de patrocínio, mas de tirocínio”! Mostraremos aos visitantes que somos um povo que faz política, mas que também sabe se divertir sem amarguras! Tente, é fácil! Basta ver em cada folião um seu irmão!

Um pouco de carnaval!

Pode me faltar tudo na vida,
Arroz, feijão e pão
Pode me faltar amor
Isso não faz falta não.
Pode me faltar dinheiro
Isso eu até acho graça
Só não quero que me falte,
A danada da cachaça!

Baticum

05:07 Postado por Geremias Pignaton

Vendo a vantagem de Serra pulverizada nas pesquisas, os tucanos entraram na briga, quase bate-boca com os petistas.
Escalaram FHC para bater. Concordo com ele que Dilma não tem experiência política, mas ele batendo vai fortalecer a candidata petista.
O certo mesmo seria o Serra assumir de vez sua candidatura e cair em campo.
Com Lula soprando, Dilma vai de vento em popa. Só um tremendo temporal, quase um avassalador furacão, para mudar o quadro.

Setembrada

04:03 Postado por Geremias Pignaton

No mês de setembro último, quatro leis foram editadas pela prefeita de Ibiraçu: a Lei 3031/2009 que dispõe sobre parcelamento do solo urbano, com 44 artigos e 11 páginas; a Lei 3032/2009 que dispõe sobre edificações, código de obras, com 160 artigos e, com anexos, 49 páginas; Lei 3033/2009 dispõe sobre meio ambiente, uma espécie de código municipal ambiental, com 124 artigos e 26 páginas e a Lei 3041/2009 dispões sobre posturas, código de posturas, 130 artigos 29 páginas.
Você sabia?
Essas leis são complexas e mexem diretamente na vida da cidade, sobretudo sabendo-se que nosso maior problema, as enchentes, tem tudo a ver com posturas, edificações, uso de solo urbano e meio ambiente.
Isso foi aprovado sem o mínimo de discussão com a sociedade.
Depois, no discurso populista, diz que está fazendo um governo democrático, ouvindo a sociedade, aberto a sujestões...
Culpa também dos vereadores que aprovaram isso sem divulgar e sem ouvir ninguém.
Não tive tempo ainda de ler os projetos, não sei qual os problemas que certamente estarão embutidos neles. Toda lei importante aprovada assim, longe dos olhos da sociedade, costuma vir eivada de problemas.
A divulgação e participação da sociedade é o principal elemento da conscientização.
Ainda dá tempo. Vamos pôr em discussão essas quatro leis.

Ibiracu.es.gov.br

02:26 Postado por Geremias Pignaton

Desde ontem o site da prefeitura de Ibiraçu http://www.ibiracu.es.gov.br/ tem como post principal uma publicação do Procon estadual com dicas para quem vai viajar no carnaval.
Com todo respeito às informações do Procon que são úteis, mas é muita falta de assunto para o site da prefeitura publicar isso.
Enquanto isso, a atualização da legislação que interessa a todos os cidadãos continua parada só com decretos de 2008 para trás e nenhuma portaria.
Desrespeito com o cidadão que busca na internet informações sobre a administração municipal.
O site só publica postzinhos "cobra d'água".

Mortalidade em JN

02:07 Postado por Geremias Pignaton

Feia esta colocação de João Neiva no alto do ranking da mortalidade no Espírito Santo.
Isso denota uma queda na qualidade de vida do município.
Mesmo que se esteja computando as pessoas de Ibiraçu que morrem no hospital de lá, a péssima colocação não se justifica.
Afinal, João Neiva vem sendo administrada há cinco anos por um médico.

Transparência é na Internet

01:53 Postado por Geremias Pignaton

No dia 16 de dezembro passado, a prefeita de Ibiraçu fez uma audiência para prestação de contas à comunidade. Na verdade, a tal audiência pública foi apenas um ato político e não prestou conta de nada.
Recebi os balancetes de prestação de contas do município de Ibiraçu referentes a novembro e dezembro último e, de uns dias para cá, venho divulgando alguns números, sobretudo pagamentos, contidos nesses balancetes.
Se a prefeita estivesse preocupada com a transparência, não precisaria fazer audiência pública. Bastaria divulgar esses balancetes no site da prefeitura www.ibiracu.es.gov.br .
Não dá trabalho nenhum, gasto nenhum, bastaria um clique e qualquer cidadão poderia acompanhar, mês a mês, a evolução da receita e da despesa, assim como todos os pagamentos efetuados pela municipalidade.
Transparência hoje em dia é na internet, o resto é coisa da idade da pedra.
Senhores vereadores, vamos exigir isso. Uma lei municipal pode regular a matéria e tornar obrigatório para sempre, qualquer que seja o prefeito.

Pica-Pau-do-Campo

02:41 Postado por Geremias Pignaton

O pica-pau-do-campo é um dos maiores pica-paus da fauna brasileira, mede cerca de 32 cm. Os pica-paus são da mesma ordem dos papagaios, das araras e periquitos: Psiformes. Essa espécie tem o nome científico de "Colaptes campestris" e, nos estados do sul do Brasil, recebe o nome vulgar de chã-chã. Habita todas as regiões do Brasil, do nordeste ao sul, podendo ser encontrado em regiões desmatadas da Amazônia, Uruguai, Paraguai e norte da Argentina. Alimenta-se de insetos, sobretudo cupins e formigas, que ele captura no chão. Tem uma secreção viscosa na boca que funciona como um visgo para a língua prender os insetos. Nidifica em buracos nos barrancos e vive aos casais, podendo formar pequenos bandos. Com o amarelo vivo da cabeça e do pescoço contrastando com o preto e o corpo carijó, é uma da aves mais belas do Brasil. Seu canto é muito marcante e variado, podendo ser ouvido acessando http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=colaptes+campestris.

Na minha casa, quase sempre sou recepcionado por essas aves que ficam pegando insetos na estrada no interior do meu terreno. Eles me proporcionam uma enorme felicidade com a colorida e barulhenta presença.

Lixo

01:11 Postado por Geremias Pignaton

Antes da Administração do Jauber, o lixo era um problema sério em Ibiraçu. A administração passada, por sorte, resolveu o problema. Foi instalada um aterro sanitário em Aracruz por uma empresa de nome Ambitec. Ibiraçu paga a essa empresa para receber todo o lixo da cidade.
É uma boa solução até que possamos investir nessa área e resolvermos nosso próprio caso com lixo.
Esta semana, visitei uma pequena usina de beneficiamento de lixo em Cidade Ocidental, um município goiano no entorno de Brasília. O investimento não é tão grande e o lixo se converte em riqueza para o município.
Por falar nisso... Da administração passada para agora o pagamento à Ambitec quase dobrou. Em novembro e dezembro a prefeitura pagou mais de 23 mil reais cada mês. Na administração passada pagava-se em torno de 10 mil reais mensais.
O volume de lixo aumentou ou o preço do contrato foi reajustado?

Quadro

01:01 Postado por Geremias Pignaton

Olhando neste momento o quadro sucessório nacional, vemos que, se nenhuma alteração repentina acontecer, um escândalo forte, uma crise econômica mundial, Lula com seu poste de saia vencerá a eleição.
A oposição e Serra torcem para que algo aconteça.
Parece que quanto mais eles torcem mais chove em São Paulo.
Assim fica fácil!

Palavras de Sabedoria

06:19 Postado por Geremias Pignaton

A Confraria de O PAU GIGANTE, preocupadíssimos que estamos com as questões levantadas sobre a administração municipal nos sítios locais, sedentos por explicações que aliviem a alma dos cidadãos do Reino do Pau Gigante, resolve buscar as palavras sábias de nosso guru e profeta Nibalas Niba, o venturoso! Deslocamo-nos para a praia da Bacutia, onde nosso amado mentor descansa em luxuosa residência de um de nossos confrades cujo nome mantemos em sigilo. Antes, passamos pelo alambique do Sr. Artelino Modenesi onde adquirimos algumas garrafas de excelente aguardente para presentear ao mestre Nibalas Niba. Encontramos o Honorável Guru em meio a duas jovens em trajes sumários em uma sessão de massagem tailandesa. Após algumas pingas acompanhadas de camarões a dorê, ostras ao vinagrete e, imaginem, deliciosos torresmos, à v ista do mar recheado de garotas de famílias abastadas em pequenos biquinis, Nibalas Niba fez uma pequena reflexão sobre “a importância das bundas no contexto do aquecimento global “. E proferiu as seguintes Palavras de Sabedoria sobre a questão municipal:
“Atravessa o Reino do Pau Gigante período turbulento sob a influência do elemento Água. Deve o administrador precaver-se, pois essa influência vai persistir por longo tempo. Deve cercar-se de pessoas competentes e compromissadas com o serviço público e livrar-se dos bajuladores e dos interesses ambiciosos dos que agem como as nefastas sanguessugas. Deve ouvir o clamor popular e agir de acordo com as necessidades de todos. Deve ouvir também os opositores, inevitáveis como a própria Morte, e se resguardar da crítica improdutiva e maledicente. Lembre-se que aqueles que escrevem seu nome na história, o fazem de próprio punho. Não deve o administrador deixar que outros escrevam seu nome no Livro dos Grandes. Deve cultivar a Independência e a Autoridade. Na Paz do Grande Vórtice Universal!”

PP

02:01 Postado por Geremias Pignaton

Nos meios políticos capixabas, o Partido Progressista, partido de Paulo Maluf e do marido da prefeita de Ibiraçu, diz que vai apresentar uma boa chapa para o cargo de deputado federal. Diz que tem três fortes nomes para a disputa: o próprio marido da prefeita, Nilton Baiano e João Feu Rosa.
Como forte? Se levarmos em consideração os números da eleição passada, vemos que de forte os três nomes não têm nada. O marido da prefeita teve 61.015 votos, o Nilton Baiano teve 33.830 e o João Feu Rosa 15.608. Somados, são pouco mais de 110 mil votos.
Concordo que a votação do marido da prefeita foi substancial e podia tê-lo elegido em outra chapa, mas as dos outros dois foram baixíssimas.
Se o PP não amarrar-se numa boa coligação e depender só dos seus "fortes" candidatos, não emplacará nada.

Olavinho Papa Defunto, Prefeita e Unidos Pelo Pau Gigante

00:43 Postado por Geremias Pignaton

Comentários.

Em atenção ao comentário feito pelo Gere do Blog acerca da suposta mania do Sr. Olavo Bilac de ter relações sexuais com cadáveres, a Confraria de O PAU GIGANTE esclarece que Olavinho Papa Defunto, como era conhecido em nossas hostes, praticava tais atos em nome da ciência. Sua tese final do curso de medicina era “A falta de lubrificação das xerecas das defuntas e seus orgasmos múltiplos”. Daí a necessidade de manter relação com as falecidas. Tudo em nome da ciência!

A Prefeita.

Será que não tem ninguém para defender esta pobre mulher dos comentários feitos pelos resenheiros desses sítios. Onde estão seus seguidores? Por onde andam seus correligionários? Porca la miséria!

Unidos pelo PAU GIGANTE.
Esta Confraria, que em sua maioria gosta de um ziriguidum e de um rebolado, adeptos que somos dos festejos em homenagens ao Rei Momo e ao deus Baco, vem, através de sua Comissão Unilateral Sobre Eventos Urbanos – CUSEU, dar sua singela colaboração na questão do evento intitulado “Quinta de Véspera”. Pois bem, pessoas são pessoas e instituições são instituições. As instituições transcendem as pessoas. Hoje pessoas dirigem instituições, amanhã outras pessoas o farão. A Prefeitura Municipal e a Secretaria de Turismo devem colaborar com eventos que sirvam para esse fim, independente das pessoas. O uso político dos eventos por pessoas deve ser evitado. Não foi assim anos atrás, quando um grupo vestiu camisas vermelhas no evento? Não foi assim também quando a Prefeitura assumiu o controle do evento, à revelia do carnavalesco Vaval Pignaton? O resultado foi desastroso. Toda cautela é necessária nesses patrocínios. Senão, o carnaval vai virar uma quemerce e a bandinha vai tocar a “Oração da Família”! Ou, o que é pior, podem trazer um trio elétrico.Tire sua camisa vermelha ou verde e vista uma fantasia, de palhaço, colombina ou alecrim. Não deixe o samba morrer. Faça como na musica: “Se acaso seu bloco encontrar o meu não tem problema, ninguém morreu. São três dias de folia e brincadeira, você pra lá eu pra cá, até quarta-feira. La la la la la la! Votamos em Etelvina Valdetário para rainha da bateria. Saudações carnavalescas!

Isopor

05:35 Postado por Geremias Pignaton

A coluna do Cláudio Humberto de hoje conta a história desta foto do Lula carregando o isopor nas férias numa praia da Bahia. Disse que os seguranças não queriam alçar o isopor para não despertar o interesse dos fotógrafos, sobretudo com o conteúdo da caixa térmica.

Nessa discussão de pega ou não pega a caixa, Lula, que não é bobo nem nada, disse para deixarem que ele mesmo pegava.

Resultado: fez uma foto que se identificou com mais de 90% do povo brasileiro. Com este calorão, quase todo o Brasil, nos dias de folga, está carregando um isopor na cabeça para uma farofada na praia, na beira de um lago ou de um rio.

A foto acima é do Márcio Fernandes da Agência Estado.

Pirataria

02:30 Postado por Geremias Pignaton

Depois do CD pirata, do disco MP3 pirata, do DVD pirata, com o advento dos livros eletrônicos e agora, mais recentemente, do I-PAD, vem aí o livro pirata.
Não sei que efeito isso pode acarretar. Espero que aumente a quantidade de leitores.
Como dizia Monteiro Lobato: um país se faz com homens e livros.
Homens piratas já existem desde sempre.
Será que um país se faz com homens piratas e livros piratas?

Carrão

01:54 Postado por Geremias Pignaton

A prefeitura de Ibiraçu pagou no dia 17 de novembro à Master Locadora de Veiculos Ltda -ME a quantia de 3.490 reais. O pagamento se repetiu no mesmo dia do mês seguinte.
Não sabemos a que se refere o pagamento, mas supomos que seja o aluguel do Bora da prefeita.
Se calcularmos anualmente, isso dá 41.880 reais. Um bora, completinho, custa pouco mais de 50 mil.

Ponte que caiu - pagamentos

12:12 Postado por Geremias Pignaton

Não é por falta de pagamento que a ponte que caiu no Bairro Ericina em Ibiraçu não sai da água.
A construtora AST, empreteira que executa a obra, recebeu nos dois últimos meses do ano passado mais de 125 mil reais da prefeitura, mais de um quarto da obra.
Foram dois pagamentos. Um em 12 de novembro de mais de 52 mil reias. Outro em 09 de dezembro de mais de 73 mil reais.
Não sei qual é problema que as obras da ponte não andam.

São Braz e Pierre Cardim

02:15 Postado por Geremias Pignaton

Hoje é dia de São Braz. Esse santo foi bispo lá na Armênia, três séculos depois de Cristo. É o padroeiro protetor da garganta. É comum entre nós, quando alguém engasga, dizermos: São Braz tem mais. Conta-se que ele foi perseguido pelo imperador local e condenado à morte por não renunciar ao cristianismo. No caminho do martírio, encontrou uma mãe desesperada com filho morrendo engasgado por espinha de peixe. Ele rezou aos céus e a espinha saiu, salvando milagrosamente a criança. Virou protetor da garganta.

Quando eu era criança, tive muito problema de garganta. Ia sempre na missa dedicada a São Braz para benzer a garganta. Ao final da missa, o padre passava com duas velas amarradas uma a outra por uma fita , colocava aquela forquilha de velas na garganta da gente e estávamos prontos para enfrentar os males de garganta por mais um ano. Dias depois, na quarta-feira de cinzas, recebíamos um punhadinho de cinza na cabeça para lembrarmos que somos pó.

São Braz, em italiano, recebe o nome de San Biagio. Morei na Itália perto da cidade de San Biagio di Callalta, em Treviso, terra de Pietro Cardine.

Já ouviram falar nesse cara? É o estilista Pierre Cardim. Ele é italiano, trevigiano de San Biagio.

Um pouco de Poesia

04:15 Postado por Geremias Pignaton

Delírio


Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!


Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.


Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.


No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci...


Olavo Braz dos Guimarães Bilac, membro honorável da Confraria de O PAU GIGANTE.

Licitações

02:25 Postado por Geremias Pignaton

O site da prefeitura de Ibiraçu, www.ibiracu.es.gov.br , exige prévio cadastro para acessar a seção licitações.
Eu me cadastrei e recebi informação automática que em três dias receberia, por e-mail, mais informações para o acesso.
Já foi há mais de uma semana e nada.
Será que meu cadastro foi censurado?
Por que esse tipo de exigência para informações que devem ser públicas?
Todo cidadão tem o direito de ter acesso a essas informações. A melhor maneira de dar publicidade, nos dias de hoje, é a internet.
Cá para nós, aquele mural na frente da prefeitura deve continuar existindo, mas é coisa da época do onça.
A modernidade pós-industrial já chegou há décadas.

Sant'Ana

01:00 Postado por Geremias Pignaton

Papai, naquela época, trabalhava de madeireiro. Aliás, sempre vi papai trabalhando de madeireiro. Ou trabalhava na serraria, ou, como naquela época, tirava a madeira em toras das matas e as vendia aos proprietários de serrarias.
Era um trabalho árduo. As árvores, jequitibás, currubixás, bicuíbas, farinhas-secas, joão-moles, parajus, macanaíbas, cedros, vinháticos, pequiás, milhos-torrados, jucutupês, ipês, copaíbas, sangue-de-gatos, angelins, eram derrubadas com machados, serradas com traçadores manuais e arrastadas por bois para os tombadores, locais onde os caminhões pegavam as toras.
Na região de Ibiraçu, meio norte capixaba, a floresta atlântica era rica em madeira, mas o relevo era impróprio para a exploração. No terreno acidentado, cheio de granito, a abertura de estradas só era possível com o uso de muita dinamite.
Papai não tinha trator, abria estradas a enxadão e rachando as pedras com bombas de dinamite. Assim, a atividade deixava pouco lucro. Só se via um pouco mais de dinheiro quando, com muita sorte, se achava um jacarandá ou uma massataíba, madeiras raras e caras.
Nas minhas férias escolares, adorava ir para o mato “trabalhar” com papai. Mamãe preparava nossas marmitas bem cedinho e nós saíamos a pé para as matas. Ora íamos para o Aricanga, ora para o Picuã, para o Morro do Sapateiro, Monte Negro, Córrego das Freiras, Taquarassu, dependia de onde o papai estava explorando a mata.
Eu o ajudava fazendo mandados, transportando ferramentas, pegando água para beber, tangendo os bois de canga, serviços leves que um menino podia fazer. Entretanto, a maior parte do tempo, eu ficava me divertindo, caçando com a seta e com os cachorros, tomando banho nos rios e cachoeiras e observando os animais da mata, meu passatempo predileto.
Adorava quando havia a necessidade do uso das dinamites. As explosões me divertiam. O estampido ensurdecedor e os pedaços de pedras voando pelos ares faziam meu espírito juvenil viajar por aventuras imaginárias.
Papai me ensinava a trabalhar com os artefatos explosivos. Ajudava-o a fazer os buracos nas pedras. Usávamos um “ponção” – um pedaço roliço de aço com uma ponta afiada-, batíamos com a ponta na pedra, usando uma marreta pesada. Eu ajudava segurando, suspendendo e abaixando o “ponção”. Papai batia com a marreta.
Depois de prontos os buracos , profundos uns cinqüenta centímetros, botávamos a banana de dinamite dentro de cada um com espoleta e pavio, enchíamos os buracos com areia seca socada. Aí, era pôr fogo, gritar o alerta, correr para longe e observar a explosão.
Quando o tiro era bom, nós comemorávamos felizes. Quando era ruim, lamentávamos e preparávamos logo uma nova explosão.
Assim, muitas estradas até hoje existentes na região foram abertas. Muito suor, fadiga e dinamites. Assim também, muitas árvores da esplendorosa Mata Atlântica vieram abaixo.
Justiça, entretanto, seja feita: nunca vi meu pai botar a mata toda abaixo. Ele só derrubava as árvores maduras, deixando o resto da mata intacta, ou, no máximo, com toda condição de se regenerar.

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As luzes do poste de madeira acenderam. Pareciam brasas iluminando, mal e porcamente, a noite que começava a cair.
Nós estávamos, depois da sagrada pelada vespertina, sentados perto do poste. Eu e minha turma do Bairro São Cristóvão: os Polacos, Roque Surlo, Papagaio, os meninos da Mercedes, Bebete, Celso e Oberdã.
A conversa fluía aos borbotões. Começou com os comentários da pelada: um comentava as caneladas, outro os dribles sensacionais, outro os gols perdidos, outro o golaço... Foi para o filme do Daniel Boone da TV e culminou com o convite de alguém para irmos à festa de Santo Antônio no Maffei.
Alguém comentou: todo bairro e valada têm uma festa junina, só nós, aqui no São Cristóvão, não temos. Aqui ninguém se interessa!
Eu falei: “não temos porque não queremos. Já pensei nisso. Porque não fazemos uma?”
O Bebete disse: dá tempo ainda para esse ano.
“Porque não fazemos no dia de Sant’Ana? Vinte e seis de julho. Dá tempo! Sant’Ana é a padroeira daquela igrejinha lá na Cascata, tem a ver conosco”. Falei, imaginando a festinha nossa no terreno vazio ao lado do Posto do Antero Bragatto.
A turma gostou e foram acrescentando novas idéias: as meninas fariam a decoração com bandeirolas e lanternas. Traríamos lenha da mata do Aquiles para a fogueira. Traríamos também um tronco de pendaíba para o pau-de-sebo. Faríamos uma vaquinha para o prêmio.
O dia de Sant’Ana ficou muito bom. Era em julho, bem distante das outras festas e com tempo para divulgarmos e convidarmos amigos de outros bairros.
De toda a preparação da festa, o mais marcante e emocionante foi o pau-de-sebo. Eu e mais uns quinze garotos subimos o morro do Odérico Sarcinelli e entramos na mata do Aquiles Modenesi. Procuramos uma árvore de pendaíba retinha e de bom porte que desse para arrastarmos. Achamos a árvore desejada, derrubamos a machadadas. Paulinho da Mercedes era o nosso operador de machado. Tiramos a casca para que ela deslizasse melhor, amarramos uma corda na cabeça do tronco e arrastamos. Enquanto estava na mata, o trabalho foi árduo. O tronco embaraçava nos cipós e nas árvores. Quando saímos no pasto do Odérico, aí foi fácil. O tronco descascado deslizava bem sobre o capim. Na descida, jogamos o tronco rolando morro abaixo.
Era só deixar secar uns dias, prender o prêmio, passar o sebo e levantar.
Chegou o dia de Sant’Ana. O terreno baldio ao lado do posto ficou bonito. As meninas, lideradas pela Marilda e a Preta, fizeram as bandeirolas e penduraram em postes de caibros que nós fixamos.
A fogueira, imensa, bem no centro do terreno, tinha, na base, vários dormentes velhos da linha do trem, os restantes eram troncos roliços tirados da mata do Aquiles.
O pau-de-sebo, bem untado, esbranquiçado, com uns dez metros de altura, ficou ao lado da fogueira.
No canto, perto da casa dos Ferraz, uma barraquinha para a canjica, os doces e os bolos de fubá feitos pelas meninas.
Quando a noite ia caindo, no lusco-fusco, na hora de acender a fogueira, a lua cheia dourada, imensa, para enfeitar mais a festa, nasceu entre a primeira e a segunda montanha do Aricanga.
Tivemos um pouco de trabalho para acender a fogueira. Na noite anterior havia caído uma chuva e a lenha estava ainda molhada.
Acesa a fogueira, deu-se início à festa. Alguns tentavam escalar o pau-de-sebo. Os mais espertos deixavam os afoitos tirarem o unto para, ao final, subirem.
A comida era farta na barraquinha das meninas.
O duelo ficava por conta das bombas. Quem tinha as mais fortes? Uns compraram bombas na venda do Mauro, outros na do Pedro Gabriel, na do Arsênio, do Roque. Eram todas iguais, menos as do Roque. Essas eram mais grossas e mais fortes. Eram tiros ensurdecedores. Havia também umas bombas fininhas, traques de nada, as “peido-de-velho”.
Eu não tinha bombas. Não me lembro se não as quis comprar ou se não tinha dinheiro.
Lá pelas tantas, quando os meninos discutiam quem tinha a explosão maior, eu disse que tinha uma bomba muito maior que a de todos. “Então solta. Vamos ver! Maior que estas do Roque, duvido!” Os meninos me desafiavam a provar a afirmação.
Relutei um pouco, pensei, medi , repensei e disse para esperarem que ia em casa buscar. Fui em casa e, sabendo onde papai guardava as espoletas das dinamites, apanhei uma e voltei para a festa.
Cheguei com a espoleta metálica na mão e, por sorte, tinha consciência do perigo. Todos voltaram atenção para mim. Disse: “vocês vão ver! Será uma explosão como vocês não imaginam. Afastem-se da fogueira!”
A expectativa estava formada. Demorou algum tempo para que a área em volta da fogueira fosse evacuada. Todos saíram, menos um vizinho mais doido que não acreditou muito na minha ameaça. Disse asperamente: “se Geraldo não sair eu não solto a bomba!” Geraldo, sempre ameaçando voltar, saiu um pouco, até uma distância de uns cinco metros que eu julgava segura.
Joguei a espoleta para dentro da fogueira. Pouco antes que ela atingisse o fogo, só com o calor, deu-se o estampido. Todos os paus da fogueira, com exceção dos dormentes da base, foram arremessados para fora. Tições menores foram arremessados longe. Brasas atingiram as crianças que observavam . Mesmo os que estavam prevenidos se assustaram. Da casa dos Ferraz, que tremeu, saíram todas as pessoas. Geraldo, o mais próximo, caiu e ficou branco como uma vela. Os moradores mais distantes saíram para ver o que era aquilo.
Papai, que conhecia bem aquele estrondo, já veio imaginando do que se tratava. Não perguntou nada a ninguém. Pegou-me pela orelha e foi me arrastando para casa. Eu, na ponta dos pés, ouvia dizer que nunca mais me levaria para trabalhar no mato.
Preferia ter levado uma surra. Aquela ameaça era demais. Entrei em casa chorando e arrastado pela orelha.
Felizmente, a ameaça de papai não se concretizou. Nas férias de dezembro seguinte, estava no mato com ele.
A festa de Sant’Ana se repetiu vários anos, entretanto, nunca mais se viu uma bomba como aquela.

Februus

06:34 Postado por Geremias Pignaton

Fevereiro é o segundo e mais curto mês do ano. Tem o nome originado de Februus, deus da morte e da purificação da mitologia etrusca.
Fevereiro tem 28 dias e 29 nos anos bissextos. Houve época que fevereiro tinha 29 dias e 30 nos bissextos, mas teve um dia subtraído para agosto. César Augusto, imperador romano, exigiu que agosto, mês criado em sua homenagem, tivesse 31 dias como julho, mês criado em homenagem a Júlio César.
É o mês no qual as mulheres falam menos.

Canário-da-terra

04:40 Postado por Geremias Pignaton


O canário-da-terra, também conhecido nas diversas regiões do Brasil como canário-da-horta, canário-da-telha, canário-do-campo, chapinha, canário-de-chão, coroinha e cabeça-de-fogo, é uma ave da ordem dos Passeriformes, cujo nome científico é Sicalis flaveola. É um pássaro admirado pelo belíssimo canto estalado. Por isso, apesar de ser crime, é muito aprisionado em gaiolas. Também é usado em rinhas de apostas em brigas. Os machos são muito territorialistas e brigam sempre que têm seu espaço invadido. Mede 13,5 cm e pesa em torno de 20 gramas. Tem a cor predominante amarelo-olivácea, com asas e caudas cinza-oliva. A fêmea e o jovem tem a parte superior do corpo olivácea com muitas estrias pardas por baixo. Vive em quase toda a América do Sul, em campos secos, campos de cultura, caatinga, bordas de matas, áreas de cerrado, campos naturais, pastagens abandonadas; pomares, jardins e gramados próximos do homem. Alimenta-se de grãos quase que exclusivamente, somente em algumas ocasiões come insetos. Na região de Ibiraçu, essa espécie era abundante até o início da década de 1970. Depois, desapareceu. De uns anos para cá, a espécie retornou ao nosso convívio com muita força e vigor.

Ouvir o canto no http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=sicalis+flaveola

Pra que tanta pressa?

03:40 Postado por Geremias Pignaton

A prefeitura de Ibiraçu abriu inscrições para diversas vagas em contrato temporário. Entre as vagas, quatro para médicos. Anunciou no seu site www.ibiracu.es.gov.br dia 29, sexta-feira passada, com inscrições por um dia, só na mesma sexta-feira.
Para provocar ainda mais a nossa inteligência, o site disse que quem quisesse tirar dúvidas poderia ligar para a prefeitura - deu os telefones - só no período da tarde.
Por que um prazo tão curto? Os possíveis candidatos a médico, por exemplo, teriam que vir de fora da cidade.
Isso faz-nos pensar besteira. Ou é jogo de carta marcada, ou não querem contratar médicos, alegando que não apareceu candidato. Ou os dois. Ou esperamos alguma explicação.

Frota

01:40 Postado por Geremias Pignaton

Os leitores continuam informando que os carros da Prefeitura Municipal de Ibiraçu não estão recebendo manutenção. Tem um Ford Cargo rodando com escapamento furado, atentando contra o silêncio.
Manter as viaturas em bom estado é zelar pelo primônio público.
Coisa feia ver um carro da municipalidade caindo aos pedaços pelas ruas.

Royalties

01:29 Postado por Geremias Pignaton

Abre hoje o Congresso Nacional para mais um ano de trabalho. Em pauta, a repartição dos royalties do petróleo do pré-sal. Esse será o tema mais polêmico nessa reabertura. O governo pretende aprovar ainda neste mês. Muitos interesses em jogo. Estados produtores disputando com os demais. No meio, cortando e distribuindo o bolo, o governo federal.
Lula e seus líderes deverão atuar com toda habilidade do mundo. Caso contrário, poderão se queimar.