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Postado por
Geremias Pignaton
Imprevisíveis como as chuvas de verão, a Confraria de O PAU GIGANTE retorna ao Blog do Gerê, para deleite de nossos admiradores. >>>>> Fim de ano movimentado.>>>>> Enviamos nossos representantes e cientistas a Copenhague para a Conferência do Clima. Um espetáculo grandioso, parecia abertura de olimpíada. Muita mídia e conversa fiada. O que não era fiado, era caro. Bilhões de euros, dólares e alguns reais para salvarmos o planeta. Tanto dinheiro sai da mesma fonte, que financia nossos temores de que cem anos de industrialização poderiam mudar o que levou milhões de anos para se formar. É como se o peido dos ácaros que vivem sobre a superfície do nosso corpo pudesse provocar nossa morte. A nossa velha mãe Terra, temperamental como ela só, periodicamente muda o clima, esquenta , esfria e da uns pinotes. Isso sempre aconteceu, continuará acontecendo, independente desse arrogante animal racional chamado homem. Como se fossemos a coisa mais importante sobre a terra, vivemos destruindo o lugar onde vivemos. E um dia, sem que possamos fazer nada, o planeta entrará em convulsão e nós, metidos a besta, seremos uma raça extinta. E a terra continuará seguindo seu caminho, a milhares de quilômetros por hora, agarrada ao Sol. Este também se apagará um dia, independente de nossa mísera existência. Triste, mas real. Enquanto isso, banqueiros internacionais emprestam dinheiro para parar o aquecimento global. Como faziam com a ameaça do buraco da camada de ozônio que não está mais na moda.
Por ocasião da comemoração do nascimento de Jesus, o filho do carpinteiro, estivemos na Chamada Terra Santa. Belém, Nazaré e Jerusalém continuam lá. Só não mudou muita coisa desde aquele tempo. O opressor continua oprimindo o oprimido, que continua sob opressão. Jerusalém é uma cidade sitiada. Nada do que foi ensinado pelo Grande Mestre é seguido. Todo o sacrifício foi esquecido. Seu aniversário é uma comemoração comercial e sua mensagem virou fonte de lucro dos mesmos hipócritas que o Sábio desprezou. Lá, como em todo o mundo.
Continuando nossa peregrinação natalina, fomos até a Lapônia à procura de Papai Noel. O Bom Velhinho que na verdade se chama Santa Klauss (nossssa!) estava puto! Reclamou que todo ano aparece um monte de gente da televisão, fazem com que ande de trenó, mostram ele fazendo brinquedos e tiram muitas fotos, em troca de uns poucos, segundo ele, trocados. O resto do ano, Santa passa enchendo a cara com uma bebida que ele mesmo fabrica, a “atucha”, uma espécie de cachaça feita com cocô de rena fermentado. Aproveitamos a ocasião e enchemos a cara com o bom velhinho. Ao final, bebados, cantamos todos juntos:
“Já faz tempo que pedi
mas o meu Papai Noel não vem,
com certeza já morreu ou então felicidade
é brinquedo que não teeeeeem!”
Kote denki novuco kiswirt. *
*Tradução: Até breve! (em laponês, a língua do Papai Noel)
12 de janeiro de 2010 às 07:36
Não há dúvida que nossa ingerência sobre muitos fenômenos naturais é enorme. Muitos dos desastres naturais atuais, que muitas vezes são considerados efeitos de aquecimento global, são na verdade muito mais falta de organização e planejamento humano, entramos nas áreas de risco e cada dia mais estamos presente em todos os lugares, portanto, qualquer sacudidela da natureza para se ajustar, afinal todas as “montanhas” correm para o mar, encontra edificações, rodovias, gente e um monte de coisas na frente. Hoje, muito mais do que 20, 30, 40 ... 100 anos atrás. Por outro lado, também é verdade que nesta fina camada na superfície em que vivemos, nesta única camada em que temos condição de viver, que talvez para terra como um todo faça pouca diferença, estamos sim causando grandes estragos, considerando nossa restrita condição para que a vida se mantenha. O excesso de gases lançados na atmosfera é um problema, a qualidade do ar nas cidades grandes é terrível. O aquecimento global (seja ele fruto da atuação do homem ou não) causa problemas em áreas produtivas, mudando a distribuição de chuvas e suas várias conseqüências. A escassez dos recursos naturais será um problema em breve, existe um lista enorme de minerais que estão perto da escassez nas próximas décadas. No entanto, o maior problema que vejo é a escassez da alimentação, hoje estamos cada dia mais desviando nossas capacidades produtivas para atender a outras demandas industriais, pois estas hoje estão mais atrativas economicamente. Hoje, por sorte, uma ironia nos ajuda, ainda temos um país bastante agrário, e muitos não possuem “espírito empreendedor” e se mantém fazendo aquilo que sabem, que é se dedicar à agricultura de alimentos. No entanto, à medida que oportunidades melhores para suas terras forem aparecendo, a capacidade produtiva será desviada da agricultura. Ibiraçu é um bom exemplo, cada dia mais nossas terras estão virando floresta de eucalipto. Isso é apenas um pequeno exemplo, temos as plantações de cana-de-açúcar para o álcool, teremos a mamona para diesel, entre outros. Qual será o resultado disso? Muito provavelmente, menor oferta de alimentos, maior preço. Esse é um dos motivos para os EUA insistir tanto em manter os subsídios gorvenamentais para a agricultura, do contrário, menor seria a produção de alimentos por lá, os preços dos alimentos se elevariam (para se tornar competitivo com outras demandas) e eles ficariam dependentes de outros países. À medida que os países emergentes avançarem sua industrialização, tenho a impressão que precisaremos encontrar outra Terra com mais recursos. È claro que existem muitas incertezas, e, na verdade, não acredito que ninguém saiba exatamente onde estamos, mas os indícios não são bons.
Mudando um pouquinho de assunto, aproveitando a deixa do “arrogante animal racional”. A arrogância do homem em se auto-classificar como o único animal racional é válida? Ou seria este suposto abismo de superioridade intelectual humana muito mais uma grande superioridade cultural desenvolvida em milhões de anos a partir de uma pequena vantagem intelectual sobre certos animais? Quantas coisas nós fazemos no nosso dia-a-dia que sejam frutos de nossa inteligência individual e não fruto de nossa cultura? Só umas perguntinhas para provocar pensamentos. Pensamentos! Pensamentos? Afinal o que é pensar?
14 de janeiro de 2010 às 01:33
A Confraria de O Pau Gigante pediu-me para postar este comentário ao comentário do Sr. Fransérgio Wilhelm./// A Confraria promete que vai aprender comentar no Blog assim que os seus menbros mais jovens e entendidos nessa área de informática voltarem das férias de verão./// Senhor redator de O Pau Gigante, muitos dos nossos dois zilhões e meio de leitores perguntam o que é preciso para entrar nessa prestimosa confraria. Qual seria o rito de recrutamento de novos membros(ops)?
"Sr. Fransergio, pensar é organizar aquilo que os nossos sentidos nos informam e transformar nosso mundo com essas informações. Nosso mundo é tudo em que podemos pensar. A Confraria de O PAU GIGANTE, o senhor, uma casa, a morte, deus, o aquecimento global, o que vamos comer. Esse é o nosso mundo! Pensar é, neste caso, uma vantagem. Mas é apenas uma parte. A desvantagem é que tentamos explicar o inexplicável, pensando. Isso é uma limitação. Pensar, nesse caso, é uma desvantagem! Só nos dá um vislumbre da outra parte. Mas...que parte? >>>>> Tens algo a ver com o Wilhelm Reich, antigo membro desta Confraria, que dizia que a nossa maior fonte de energia é o tesão? Saudações Cordiais!"
14 de janeiro de 2010 às 05:31
Caros membros da confraria, essa é uma boa linha de pensamento... tentarei me livrar da parte cultural e tentarei pensarei nisso, seja lá o que isso for...
Quanto ao Wilhelm Reich, estou surpreso, mas nem tanto, em saber que ele foi um menbro ativo dentro da confraria.
For those about to thoughts, we salute you!!!