Transporte
02:35 Postado por Geremias Pignaton
O ônibus que eu pegava era cheio de estudantes. Tanto na ida, quanto na volta. Com o tempo, fui fazendo contato com eles e cheguei até a ensinar matemática e fisica no ônibus e, depois, para alguns deles, em aulas particulares.
Certa feita, pescocei a lição de geografia que um rapaizinho estudava, livro aberto, na cadeira ao lado.
A lição era sobre transporte. Dava o exemplo da europa como um transporte intermodal bem planejado e distribuído. Tudo feito sobre trens e interligado em curtas distância por caminhões.
Como exemplo de transporte irracional, o livro mostrava o Brasil. Tudo feito em rodovias por caminhões.
Corei de vergonha.
O histórico do que nos levou a isso é muito longo. Não vamos descer a detalhes. Sabe-se que na época de Dom Pedro II, o maior estadista que o Brasil já teve, a nossa rede de ferrovias era a segunda maior do mundo. Isso mudou no século XX, com a indústria automobilistica, tardiamente implantada, impondo seus interesses na época de Juscelino, prorrogando-se pelo interesse dos militares que entraram com essa história de priorizar rodovias, integrar para não entregar e outras muitas balelas.
Li hoje notícia de que o Governo Dilma quer priorizar construir ferrovias. Finalmente alguém fala nisso. Espero que ela consiga começar essa nova fase no transporte brasileiro. Antes tarde - e bota tarde nisso - do que nunca.
Estou lendo um livro do viajante francês Auguste de Saint-Hilaire. Nesse livro ele narra uma viagem do Rio, passando por São João Del Rei, pelas nascentes do São Francisco e pela Província de Goiás. Essa viagem foi feita em 1819 e o livro escrito na década de 1830. O escritor fala duas vezes da vantagem do Brasil ter muitos grandes rios para, no futuro, servir de transporte interligando as regiões mais afastadas. Até hoje não temos praticamente nada de transporte fluvial, o mais barato que pode existir.
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