Janeiro e Feliz ano novo

09:08 Postado por Geremias Pignaton

O primeiro mês do ano tem o nome de janeiro em homenagem ao deus Jano da mitologia romana.
Jano é representado por uma figura humana com duas faces. Uma voltada para frente, observando o futuro, outra para trás, de olho no passado.
Muito apropriado para representar o janeiro.
Estas divisões do tempo, segundo, minuto, hora, dia, mês, ano, século, são convenções humanas e influenciam muito nossa vida. Uns as levam muito em consideração, outros apenas as seguem para não contrariar o estabelecido.
Para aqueles que as consideram muito, feliz ano novo!
Para aqueles que não as consideram tanto... Também!

Médico

02:12 Postado por Geremias Pignaton

Estranha cidade a nossa Ibiraçu.
Entre os mais de dez mil habitantes, apenas um é médico e exerce a medicina no município. Não é um médico qualquer. É o Doutor Marcos, reconhecido por todos como um excelente médico.
Marcos Moro conhece cada pessoa de Ibiraçu, sabe de seu nível socioeconômico, de seus hábitos alimentares, de seu estilo de vida, de seu psicológico. Ao dar consulta a um morador, Marcos, na maioria das vezes, tem cinquenta por cento do diagnóstico pronto.
O Doutor Marcos não trabalha na saúde pública do município. Os motivos são de ordem econômica, administrativa, legal e, sobretudo, politiqueira.
Enquanto isso... O pronto-socorro da cidade funciona desde o final do ano passado, há mais de um ano, sem um diretor clínico.
Legalmente, não pode uma unidade de saúde funcionar sem o diretor clínico.
Enquanto isso ainda... O site da prefeitura http://www.ibiracu.es.gov.br/ diz que a situação da saúde é um sucesso.

Fotografias

10:46 Postado por Geremias Pignaton

Peço desculpas aos dois zilhões e meio de leitores que não têm nada com isso. Publiquei abaixo fotos do encontro do ibirinha.com, dia 13 último, na Estância Califórnia em Ibiraçu. Grande parte dos leitores do Blog também são leitores do nosso ibirinha.

À sombra do sapotizeiro III

09:41 Postado por Geremias Pignaton

Betinho, o anfitrião. Mesmo passando por momentos difíceis, foi dez.
Que gracinhas!

A Patroa


Canta, canta, Catherina.



Angelo queria jogar futebol, mesmo com o calorão.




À sombra do sapotizeiro II

09:27 Postado por Geremias Pignaton

É madrugada! O galo cantou!
Cacau discursando contra Lula

Só bonitões e bonitonas.


Vamos abrir as tampas da comida, gente!



Que Calor!




À sombra do sapotizeiro

08:23 Postado por Geremias Pignaton

Samuel conta a quarta mentira.
Presença feminina

O gordo, o magro e o mais ou menos


Só figuraça



Eu mostro a todos o meu passarim, Araponga ( Procnias nudicollis )




Brinquedo

04:41 Postado por Geremias Pignaton

Curió morreu tragicamente. A tora rolou, depois de pegar numa pedra, e foi para cima do boi. Papai correu para ver se podia fazer algo. Duas pernas estavam quebradas. Euclides olhou para papai, fez um não com a cabeça, sacou o revolver, seu companheiro inseparável, mirou na têmpora de Curió e disparou. O boi nem se mexeu.
Curió e Canário formavam a nossa junta de bois-guias. Eram bois experientes, grandes e fortes. Podiam, sozinhos, puxar uma tora imensa de jequitibá. Eles eram irmãos gêmeos, idênticos, todas as manchas pretas no couro branco eram iguais. Tinham o comportamento parecido. Curió era mais manso, um pouquinho menos agressivo. Canário era mais genioso, tinha uns rompantes inexplicáveis. Quando estava de veneta, quebrava o canzil e até a canga, mas não trabalhava, nem por reza braba. Conseguíamos identificá-los por um aleijão na orelha esquerda de Curió. Na verdade, a cicatriz de uma bicheira de quando ainda era bezerrinho.
Canário ficou só e não trabalhava mais. Deprimido, tristonho e gordo, dava pena vê-lo. Papai tentou encangá-lo com um boi de pé de nome Limoeiro, mas canário não aceitou, de jeito nenhum! Só havia uma solução: mandá-lo ao matadouro, ia dar muita carne. Euclides, o negro carreiro, não deixava, amava o animal, dizia que era como alguém da família.
Euclides era mineiro, do sertão, contavam que tinha fugido das guerras de jagunços. Tenho certeza que era um personagem de Guimarães Rosa, um desses que fugiram para as bandas das matas, depois de algum crime de morte. Era um carreiro competente, tinha os bois como irmãos. Quando sacrificou Curió, ficou tristonho, quase não falou por uns três dias. Papai tinha um relacionamento muito bom com Euclides, os dois se comunicavam com os olhos. Durante o arrasto das toras, não precisavam de palavras para guiar os bois e trabalhar a madeira. Papai dizia que Euclides era um homem perigoso, para atirar em alguém era daqui pra ali. Euclides falava que papai era um pai para ele e demonstrava muito respeito por toda nossa família. Ele morava numa tapera, dentro da mata, com a mulher e a filharada.
Matar não podia, Euclides não deixava. Ficar com aquele boi de canga sem parceiro, sem trabalhar, não dava. Soubemos que Santim Cera tinha um boi-guia “solteiro”, o companheiro havia morrido mordido de cobra. Papai o comprou pelo preço de boi de corte. Ia tentar encangá-lo com Canário.
Brinquedo era um boizão, um pouco maior do que Canário e Curió. Era da cor de um cavalo alazão, tinha uma mancha mais escura, quase preta, que ia da testa, percorrendo o lombo, até ao rabo.
Fui encarregado de levá-lo ao Olho D’água. Um dia a pé de Ibiraçu arrastando Brinquedo amarrado por uma corda. Saí de madrugada, ainda escuro. Brinquedo ia lento, com aquele andar de passos compridos e cuidadosos de boi de canga. A caminhada não rendia. Depois de passar pelo Córrego Fundo, parei numa biquinha, à beira da estrada, para comer a marmita que mamãe fizera para mim. Deixei Brinquedo amarrado na estaca de uma cerca e comi, rápido. Tinha muita pressa pois não queria escurecer na estrada. O boi ficou comendo uma moita de cana nova sobre o barranquinho da estrada. Quando resolvi seguir viagem, brinquedo empacou. Eu o puxava com força e ele nem se mexia. Eu gritava, batia e ele não se movia. Precisei esperá-lo acabar a moita toda, só aí seguiu. Vi que o bicho era genioso e inteligente.
O boi-guia de Santim Cera abria qualquer porteira, tanto as favoráveis quanto as contrárias. Podia ter argola prendendo a cabeça do moirão que o bicho dava um jeito de tirá-la com o chifre. Ele passava qualquer mata-burro, pisava pau por pau, até no meio, aí se encolhia, dava um salto e atingia o outro lado com as quatro patas. Era habilidoso como um elefante de circo. Antes de Brinquedo, uma só pessoa tocava a boiada de canga pelas estradas. Depois de Brinquedo, era preciso duas, um na frente e outra atrás. A da frente era para cercar nos mata-burros. Se deixássemos, Brinquedo passava o obstáculo e os outros iam atrás, caíam e se machucavam. Perdemos um bom boi de pé, assim. Quebrou a perna num mata-burro.
Canário o aceitou fácil. Deixamos os dois juntos um mês, sem trabalhar. Quando os encangamos pareciam parceiros treinados juntos. Brinquedo substituiu Curió à altura, só que Canário, com a parceria, ficou mais malandro. Os dois trabalhavam bem, melhor até do que a junta anterior. Entretanto, havia dias que não queriam, não tinha jeito. Fingiam que faziam força. A gente gritava, balançava o garrunchão, eles retesavam os músculos, faziam a posição de quem faz força, mas a corrente não espichava. Quando era assim, papai e Euclides nem insistiam, soltavam os bichos e davam folga. No dia seguinte eles trabalhavam muito melhor.
Aconteceu que, certo dia, Canário e Brinquedo
sumiram. Deixamos os dois juntos da boiada no nosso pasto, perto da serraria. Fomos para Ibiraçu num sábado, quando voltamos na segunda-feira, não os encontramos. Procuramos por toda parte e só encontramos dois fios de arame quebrados perto da mata, provavelmente por onde fugiram. Procuramos os rastros e nada, era uma época de seca, não chovia há mais de mês e, na terra dura, os bois não fizeram rastros. Sem os bois-guias quase não podíamos puxar madeira do mato. Só puxávamos toras pequenas. Sorte que o tombador da serraria estava cheio e poderíamos trabalhar por um bom tempo. Papai ordenou-me: “Tarcísio, largue o serviço todo dia mais cedo, por volta das três da tarde, e vá procurar os bois, todo dia, até achar. Procure primeiro na nossa terra, depois nos vizinhos. Comece a pé, depois vá de bicicleta pelas estradas e veja se alguém viu”.
Na primeira semana procurei em toda nossa terra, em volta do pasto, nas matas, percorri todos os arrastões, picadas, atravessei o brejão, procurei até na mata virgem do outro lado e não vi sinal. Nem um rastro na terra, nem uma bosta, nada.
Na segunda semana percorri as propriedades vizinhas. Passei nas casas de todos os caboclos e nas palhoças de todos os índios daquela região e ninguém viu nada. Não vi sinal dos dois.
Na terceira semana, corri todas as estradas de bicicleta. Passei na Praia dos Padres, nos Farinas, no Adrião, passei também em Santa Cruz, do lado de cá do canal, na Barra do Sahí e fui até a Barra do Riacho. Saía da Serraria por volta das três da tarde e voltava à noite. Num dia cheguei quase meia noite, era perigoso, havia onça, mas eu sempre levava uma espingarda.
Nas estradas pros lados de Aracruz, papai e Tio Gervásio procuraram com o nosso caminhão F-600. Todos já achavam que os bois haviam sido roubados.
Estávamos desistindo de procurar quando veio um temporal do sul. Choveu forte durante toda uma noite e no dia seguinte. No outro dia Euclides me acordou cedinho para procurá-los. Se estivessem na redondeza, acharíamos. Com a terra molhada eles deixariam rastros.
Quando saímos, encontramos rastros de bois no aceiro da mata, próximo ao pasto, fora da cerca. Contamos os animais no pasto e todos estavam lá. Só podiam ser deles. Será que estavam por ali, tão perto? Entramos na mata. Os rastros iam por uns cem metros.
De repente, encontramos os dois. Estavam deitados dentro da mata, já haviam feito uma clareira amassando o mato baixo. A clareira estava toda cagada, os bois só cagavam ali. Saíam à noite para comer no nosso pasto, pela beira da cerca, se escondiam na mata e não cagavam fora.
Perdemos quase um mês procurando e eles estavam a menos de quinhentos metros da serraria.
Alguns anos depois, Canário morreu ervado, no Picuã, pros lados de Santa Rosa. Depois, Brinquedo formou parceria com Limoeiro por anos e morreu de velho.
Ninguém quis matá-lo. Fazia parte da família.

Suiriri

03:08 Postado por Geremias Pignaton


A pedido do amigo Guti, está aí o Suiriri. Pássaro de nome científico Tyrannus melancholicus. Em inglês é conhecido como Tropical Kingbird. Acho que o "Kingbird" veio de sua valentia com os outros pássaros que se intrometem na sua área de alimentação.
Habita a América, dos Estados Unidos até a Patagônia. Na Argentina, Paraguai, Uruguai e estados do sul do Brasil, são migratórios, mudando-se para regiões mais quentes no inverno. Além do canto característico, que por onomatopeia originou seu nome popular, esse pássaro possui como característica marcante seu hábito de se alimentar. Ele elege um pouso e de lá executa voos em todas as direções para capturar insetos que passam voando nas imediações. Preso o inseto, ele voa de volta ao pouso para comer. É comum velo batendo o inseto no galho para matar. Podem também se alimentar de frutas.
Muito bem narrado por Guti o hábito de cantar. Ele escolhe horários fixos para as sessões de gorjeios, geralmente no início da manhã e no final da tarde.
Esta ave é muito bem adaptada a invasão humana. É encontrada no interior de grandes cidades, desde que tenha alguma vegetação. Pode pousar para a caça em fios, postes, antenas, telhados ou outras edificações.
Existem várias espécies conhecidas com o nome de Suiriri, mas essa deve ser a referida por Guti.
Registrei um relato ouvido do meu irmão Arísio. Ele conta que, quando trabalhava na estação de Piraqueassu, havia um Suiriri bem manso e acostumado. Eles apanhavam um inseto e o bichinho voava e o tirava da mão.

Férias

01:28 Postado por Geremias Pignaton

Apesar de não parecer, blogueiro também tem mãe e tira férias. O Blog do Gerê fecha hoje com este post e abrirá entre o Natal e o Ano Novo. Não sei precisar o dia.
Vou viajar com a família. Passarei muito rapidamente por Ibiraçu para o encontro do ibirinha.
É rápido, passa logo! Continuem com o Blog do Gerê.
Desejo feliz Natal aos meus dois zilhões e meio de leitores. Voltarei para os cumprimentos do Ano Novo.

Nuovo Mondo /// Por Fransergio De Marchi Pignaton

01:23 Postado por Geremias Pignaton



NUOVOMONDO (NOVO MUNDO) Filme que trata da migração italiana para os EUA. Para boa parte de nós Ibiraçuenses, que somos descendentes de imigrantes italianos para o ES, este filme pode ter um sabor bem especial; por isso, recomendo.A estória da família de migrantes Mancuso mostra um pouco o que nossas famílias passaram para chegar aqui, miséria na Itália, desconhecimento total do que iriam enfrentar e muitos sonhos na mísera bagagem. O filme mostra três partes bem definidas. A primeira mostras as dificuldades vividas na Itália, os sonhos e as propagandas um tanto quanto fantasiosas sobre o novo mundo. A segunda mostra as dificuldades da longa viagem, a falta de conhecimento de quem nunca saiu de sua terra natal sobre o outro lado do Atlântico. Nesta parte, está a cena, que para mim, é a mais marcante do filme. Falo da cena, onde o navio se desprende o caís. De um lado os emigrantes; do outro, as pessoas que ficam. Migram para uma terra completamente desconhecida para eles, deixam para trás sua terra e parte de suas vidas, que nunca mais tornarão a ver. A terceira parte, é a que menos tem identificação conosco, trata da chegada nos EUA, onde passam pela “Ellis Island”.
Neste local, os imigrantes eram avaliados e ficavam em quarentena para receber a permissão, ou não, de entrar nos EUA. Acredito que a entrada no Brasil foi muito mais fácil, mas as dificuldades depois ... É um filme do cinema italiano, quem só curte a adrenalina do cinema americano pode não gostar, mas pela similaridade com a história de nossos antepassados, vale a pena mesmo assim. Para mim, o filme é muito bom com ou sem similaridade com a nossa história, mas que isso dá um sabor especial, não tem como negar!!!

Evo

02:28 Postado por Geremias Pignaton

O "cumpanhero" Evo Morales ganhou as eleições na Bolívia com um pé nas costas. Ele tem uma história política muito parecida com o Lula. Saiu do meio indígena e era plantador de coca.
A Bolívia sempre foi o atraso dentro do atraso. Ou seja, na América do Sul, um continente marcado pelo atraso no desenvolvimento, a Bolívia é o que tem de mais atrasado. O povão lá é tratado, há séculos, como animais. A distribuição de renda é ridícula. Os governos se sucediam, até bem pouco tempo, de golpe em golpe. Democracia zero. Se nossa democracia ainda é imatura, lá então nem se fala.
Pode-se contestar o Evo, pode-se dizer que ele é de ideologia vencida, mas ele representa a imensa maioria daquele povo e vem dando ares de democracia ao nosso "atrasadérrimo" vizinho.

Cascata

02:03 Postado por Geremias Pignaton

Anônimo denuncia que estão desmatando uma "capoeira" na cascata para fazer carvão. Não sei se é verdade, não sei em propriedade de quem, não sei quem está fazendo, mas as autoridades devem verificar e agir.
Se alguém tiver as fotos mande-as para o e-mail gereblog@gmail.com e eu publico, como venho fazendo sempre.
O Blog do Gerê pode ser um espaço para fiscalizar tudo, inclusive agressões ao meio ambiente.

Eleições

01:43 Postado por Geremias Pignaton

Um dia depois de conquistar o título brasileiro, teve eleição no flamengo. Vejam como é a situação política administrativa do futebol carioca. Poderiam votar apenas 5. 315 eleitores. Votaram 2342, menos da metade. A ex-nadadora Patrícia Amorim foi a eleita com insignificativos 792 votos. O segundo colocado, Delair Dambrosck, candidato da situação, teve 699. Concorreram, pasmem, seis candidatos. Essa é a nação rubro negra. Essa é a situação do futebol brasileiro, sobretudo do carioca.
Espera-se que a jovem ex-nadadora, como está fazendo o Roberto Dinamite no Vasco, traga novos ares para o futebol e o esporte.
O título do flamengo não é resultado da melhora do futebol carioca. Os paulistas vinham vencendo seguidamente 6 anos. Este ano foi um campeonato atípico.

Casagrande e Rita

01:17 Postado por Geremias Pignaton

Ontem o Site Congresso em Foco entregou os prêmios aos parlamentares federais que se destacaram neste ano. Os escolhidos passaram por uma votação entre jornalistas e os melhores foram levados a uma votação na internet. O melhor senador foi o Senador Cristóvam Buarque e a melhor deputada foi a Deputada Manoela D'ávila. Ele de Brasília e ela Gaúcha.
Dois parlamentares capixabas se destacaram. A Deputada Rita Camata foi a segunda entre os 513 deputados - duas mulheres em primeiro - e o Senador Renato Casagrande foi o quarto entre os 81 senadores.
Se levarmos em consideração que só temos 13 parlamentares, o Espírito Santo foi destaque nesse prêmio.
Parabéns aos dois parlamentares!

Irerê

02:22 Postado por Geremias Pignaton

O Irerê ou Marreca Assobiadeira ou Paturi é uma ave da ordem dos Anseriformes da família dos Anatídeos, cujo nome científico é Dendrocygna viduata. Habita quase toda a América do Sul e, curiosamente, a África Ocidental. Seu nome Irerê vem do som de seu piado. É comum, sobretudo nas noites de lua cheia, ouvir-se, mesmo em cidades, o cantar dessa ave passando voando no céu em grandes bandos migratórios. Dificilmente se encontrará um curso d'água, um lago ou lagoa, grande ou pequeno, que não seja visitado por esta espécie. Seus ninhos são construídos dentro da vegetação baixa dos banhados ou margens de rios e lagos. A fêmea põe de 8 a 14 ovos e os machos ajudam a chocar. Seu nome em inglês é White Faced, pela sua cara branca, marca inconfundível.

Se você mora em Ibiraçu e gosta de observar aves, dê um pulinho, ao amanhecer ou finalzinho do dia, ali perto do viaduto férreo sobre a estrada para Aracruz, num banhado, do lado da estrada, em frente a marcenaria dos herdeiros de Valtinho Pedrine, numa pequena propriedade de Dorvelino Cera. Ali, nesta época do ano, formam-se umas lagoinhas e os Irerês estão sempre por lá.

Clique aqui para ouvir o canto do Irerê http://www.xeno-canto.org/browse.php?query=dendrocygna+viduata

Enquetes/// Da Confraria de O Pau Gigante

01:23 Postado por Geremias Pignaton

A Confraria de O PAU GIGANTE, através de seus gabaritados assessores políticos pertencentes à Comissão Para Assuntos de Pouca Relevância - CPAPR, analisou o resultado das enquetes recentemente feitas, tanto no “Blog do Gerê” quanto no jornal Folha Eleit..., isto é, Folha do Litoral. Concluiu-se: a única coisa correta nas duas enquetes é que se virar a do Gerê de cabeça para baixo, elas ficam iguais, demonstrando claramente que o resultado depende do ponto de vista. >>>>> Num rasgo de generosidade, esta Confraria resolve agraciar os vereadores citados em ambas as pesquisas, com a Comendo (masculino de comenda) Chegados ao Pau Gigante. Os felizardos podem pegar o mimo no Pau Gigante.

Um pouco de poesia

O peixe - Patativa do Assaré (Membro Honorário da Confraria de O PAU GIGANTE)

Tendo por berço o lago cristalino,
Folga o peixe, a nadar todo inocente,
Medo ou receio do porvir não sente,
Pois vive incauto do fatal destino.

Se na ponta de um fio longo e fino
A isca avista, ferra-a inconsciente,
Ficando o pobre peixe de repente,
Preso ao anzol do pescador ladino.

O camponês, também, do nosso Estado,
Ante a campanha eleitoral, coitado!
Daquele peixe tem a mesma sorte.

Antes do pleito, festa, riso e gosto,
Depois do pleito, imposto e mais imposto.
Pobre matuto do sertão do Norte!

Palavras de Sabedoria – por Nibalas Niba, guru e profeta.

Não há nada demais em ser um peixe e fazer o que todo peixe faz: nada! Mas vós deveis evitar as iscas enganosas que escondem o traiçoeiro anzol. Palavras bonitas, promessas vãs, intenções subjetivas são as iscas traiçoeiras. Fuja delas. Depois de morder a isca, vem o ferro, o anzol. E aqueles que manipulam a vara, sorrateiros vão vos fritar e vos comer até ao rabo. Só nada em águas tranqüilas o peixe que desconfia da isca. ##### Na Paz do Grande Vórtice Universal.

Taquarassu

02:45 Postado por Geremias Pignaton







Este riozinho aí das fotos é o Rio Taquarassu em sua cabeceira, na localidade de mesmo nome. Observem que existe alguma coisa estranha nas margens do córrego. O capim e o mato, que deveriam ser mais verdes e viçosos pertinho do curso d'água, estão mortos e secos. Indício claro de que foi aplicado herbicida praticamente dentro do rio. Parte da água que abastece Ibiraçu vem deste rego. Isso é um atentado contra a cidade, os habitantes da cidade. Mesmo se não abastecesse a cidade, seria um crime contra a natureza, contra o rio, contra a lei ambiental. Apelo novamente, agora com as fotos, às autoridades do município, precisamos identificar quem está fazendo isso e, no mínimo, evitar que se repita. Tenho informações que ano passado foi feita a mesma coisa. Pior é que não consigo imaginar com que objetivo esse herbicida foi aplicado.

Tiradentes

16:08 Postado por Geremias Pignaton

Para contrapor a enquete do Blog do Gerê, o jornal Folha do Litoral, aquele jornalzinho imparcial de Aracruz, publicou que, conforme pesquisa do Instituto Tiradentes, os três vereadores mais atuantes de Ibiraçu são, pela ordem, Beto Ramalho, Igino e Paulinho Barbeiro. Não citou mais nenhum dos outros seis.
Instituto Tiradentes? Alguém sabe o que é isso? Donde saiu isso?
Aproveito a oportunidade para convidar os três vereadores a postarem artigos no blog falando sobre suas atuações.

Absurdo

15:54 Postado por Geremias Pignaton

Hoje, o blog recebeu um e-mail anônimo denunciando o que considero um absurdo. A comunidade ibiraçuense não pode permitir um disparate destes.
O e-mail diz que na cabeceira do Rio Taquarassu, bem próximo às nascentes, não informou na propriedade de quem, foi feita uma capina química nos pastos, até praticamente dentro dos cursos d'água, com o herbicida Tordon, um veneno extremamente tóxico.
O e-mail diz que isso é frequente.
Onde estão as autoridades responsáveis pelo meio ambiente? Senhores vereadores, senhor representante do Ministério Público, aquela água abastece a cidade. Nossos habitantes estão bebendo a água poluída com o veneno.

Campeão

04:45 Postado por Geremias Pignaton

Tudo indica que o Flamengo vai levantar o título brasileiro no domingo. O Grêmio não vai fazer força - como não fez o Corinthians domingo passado - para dar o título ao rival Inter. Deve ser uma enorme festa rubronegra.
Se por acaso ocorrer uma zebra, será o segundo maior desastre da história do maracanã. Só comparável à final da copa de 1950.

Fim do discurso

04:30 Postado por Geremias Pignaton

Com o desastre de Arruda no governo do Distrito Federal, a oposição PSDB/DEM perde de vez o discurso anti-mensalão petista. Parte dele havia se perdido com o problema do Azeredo em Minas - ontem o Supremo abriu processo contra ele. Se bem que esse discurso, ainda quentinho em 2006, não produziu grande efeito.
Agora, a palavra "mensalão", que já estava proibida nas fileiras do governo, também está nas trincheiras da oposição. É como falar de corda em casa de enforcado.
Tudo indica que o próximo ano será o melhor da economia brasileira na era Lula. Quem criticou e fez piada com a "marolinha" de Lula está com a pulga atrás da orelha.
Continuando assim, o poste de saia vai chegar lá!

2010

02:12 Postado por Geremias Pignaton

O tempo vai passando e a sucessão estadual continua na mesma. Hartung e seu governo continua jogando alto em cima da candidatura Ferraço. Este, por sua vez, com o time em campo, vai aparecendo como candidato. Luiz Paulo vai patinando na sua candidatura que não decola e Casagrande...
A novidade aparece aí. Casagrande começa a falar como candidato. Tem um pezinho atrás, mas tudo indica que vai ser candidato mesmo.
Enquanto isso, um novo instituto de pesquisas divulga a última. Conforme o instituto Visão, Ferraço tem 38,5%, Casagrande 28,5% e Luiz Paulo 12,5% na estimulada. Como não poderia deixar de ser neste período, muito antes da eleição, é grande o número de indecisos.
Ferraço, com tudo a favor, mídia, governo, partidos, vai patinando e não abre dianteira. Assim que Casagrande se definir, o troço aperta.

Xadrez

01:04 Postado por Geremias Pignaton

Olhando todo este caso de corrupção no Distrito Federal, fico pensando que poderia acontecer alguma novidade. Tudo parece já ter acontecido, tanto no "modus operandi" dos meliantes, quanto nas desculpas que eles dão quando são apanhados com o baton na cueca.
Tudo parece desaguar nas campanhas eleitorais. Desde o caso PC Farias, no governo do Collor, até os de hoje., tudo indica que o sistema de financiamentos de campanhas está gerando e acobertando tudo isso. O político que enche mais os cofres para o pleito eleitoral está mais gabaritado para ser eleito.
Uma novidade que poderia acontecer neste caso é resultar em uma modificação das leis eleitorais. O financiamento público exclusivo de campanhas urge.
Outra novidade que poderia acontecer é cadeia. Não dessas passageiras, alguns dias, algumas horas, só para sair na imprensa, fazer de conta e pronto. Cadeião mesmo, daqueles de mofar.

Vereador Nilsinho

15:07 Postado por Geremias Pignaton


Caro amigo Geremias

Estou enviando um resumo dos meus projetos e requerimentos para a publicação devido à votação que tive no seu blog. Aliás, quero aproveitar a oportunidade para parabenizar essa brilhante iniciativa, pois, de certa forma, a mídia é fundamental para a consolidação da atual democracia brasileira, e tem um papel fundamental na atuação do parlamento.

Sou Nilson Ferreira, mais conhecido como Nilsinho. Comecei a vida pública militando nos movimentos sociais, pois já tive a oportunidade de ser presidente da associação do bairro bragatto-mutirão por dois mandatos; participei também do movimento estudantil em 2005, representando minha faculdade a Univila em Goiania-GO, num evento promovido pela UNE – União Nacional dos Estudantes do Brasil. Sou presidente do PSB - Partido Socialista Brasileiro de Ibiraçu, já por três mandatos, onde tive a honra de em 2004 de ter filiado o ex-prefeito Jauber Pignaton e ter sido eleito pelo nosso partido.

Tenho a honra de ser vereador eleito por dois mandados. Já integrei a Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal e em 2006 e fui líder do então Prefeito Jauber; em 2007 fui eleito Presidente da Câmara onde tive que tomar decisões enérgicas, porém necessárias e indispensáveis para ajudar a Administração Municipal de então, daí que como primeiro ato administrativo, tendente a economizar o dinheiro publico, exonerei a Diretora Geral da Casa, um cargo que é de confiança do Presidente, portanto de livre nomeação e exoneração, posto que naquele momento entendi que o cargo não seria necessário. Criei e estruturei o Portal do Legislativo para dar possibilitar à população o acesso às informações sobre o trabalho dos parlamentares, sobre a legislação municipal, além de diversas outras informações de interesses da comunidade local, destacando-se que referido Portal pode ser acessado no seguinte endereço: http://www.camaraibiracu.es.gov.br/. Conseguimos com isso economizar cerca de 30% (trinta por cento) do orçamento da Câmara, devolvendo aos cofres públicos cerca de R$290.000,00 (duzentos e noventa mil reais). Como atividade parlamentar de destaque, algumas proposições de minha iniciativa foram aprovadas e hoje são observadas no âmbito municipal, dentre as quais se destacam: Lei n.º 2.665/2006, que prorroga a licença maternidade por mais 60 dias, sendo inclusive recomendada pelo site da sociedade brasileira de pediatria; Lei n.º2649/2006, que dispõe sobre o programa de estágio para estudantes em órgãos e entidade da administração publica municipal, denominado "A primeira chance", que se constitui numa grande oportunidade para os nossos jovens ingressarem no mercado de trabalho; Lei n.º 2.820/2007, que dispõe sobre a proteção contra a poluição sonora no âmbito municipal e dá outras providencias; Emenda à Lei Orgânica n.º 002/2009, que estabelece a redução do recesso parlamentar, antes de 90 dias e, hoje, 45 dias; Emenda à Lei Orgânica n.º 001/2009, que estabeleceu o fim do voto secreto para todos os atos que vierem a tramitar no legislativo inclusive a eleição da Mesa Diretora.

Veja, ainda, alguns requerimentos e indicações propostos e aprovados: fornecimento de um kit lanches para pessoas carentes que saem do nosso Município para fazer consulta em vitória; construção de uma quadra de esporte no bairro bragatto-mutirão; reurbanização do centro da cidade de Ibiraçu; revisão do plano de cargos e salários de todos os servidores municipais; revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos do que trata o inciso X, do art. 37 da constituição Federal e inciso IX, do art. 70 da Lei Orgânica; redução da carga horária diária de trabalho de 8 h para 6 horas, como forma de incentivo ao funcionalismo municipal que ocupam cargo efetivo e que hoje não conta sequer com um plano de cargos e salários digno; construção de um centro de referência e assistência social – CRAS no bairro bragatto-mutirão; serviço de atendimento medico SAMU para atender não só os munícipes, mas todos que transitam pela BR 101, ao longo do Município.

Acrescente-se que a Sra. Prefeita encaminhou à Câmara um Projeto de Lei de n.º 2.752/2009 em 30/01/2009 - ocasião em que nosso Município estava em estado de emergência por 90 dias, devido as fortes chuvas - , elevando os valores de suas diárias e do seu vice em 540% (quinhentos e quarenta por cento), oportunidade em que questionei e critiquei essa atitude fortemente no Plenário da Casa, alegando que o momento era inoportuno para discutir esse tipo de projeto, pois nossa população estava sofrendo grandes prejuízos e nossa função era discutir soluções práticas e objetivas em favor da população, não de interesses pessoais como estava na proposta, repercutindo assim na mídia estadual, sendo noticiado no dia 06/02/2009 pelo jornal A Tribuna, posição que fez a Prefeita recuar e retirar o referido projeto da pauta. Ai está um pequeno resumo do meu humilde trabalho para justificar minha votação no blog, querendo ressaltar, ainda, que sou da oposição por discordar, estritamente no campo da ideologia política, com o modelo do grupo que está administrando nossa querida cidade por mais de vinte anos. Esclareço, enfim, que atualmente me dedico de forma integral à atuação parlamentar, no exclusivo serviço de meu mandato, justificando, assim o salário percebido, atendendo todos os dias, de segunda a sexta-feira, das 13:30 as 17:00 horas na Câmara Municipal. Estou à disposição para qualquer esclarecimento pelo tel. (27)32571417- (27) 81228794 ou pelo e-mail nilsinho.ferreira @ig.com.br, aceitando criticas e sugestões, que poderão, inclusive, se tornarem proposições legislativas.



Ibiraçu 01/12/2009.




Um forte abraço do amigo.



Nilson Ferreira (Nilsinho)
Vereador PSB Ibiraçu ES

Brasília

15:19 Postado por Geremias Pignaton

Estamos acostumados em Brasília com os escândalos importados, protagonizados por políticos de outros estados. Agora, talvez o pior que já se viu, acontece com os nossos.
Todo o Brasil está abismado. Quando pensávamos que tínhamos visto de tudo, eis que aparece um pior ainda. Nunca vi, nem em filme de Hollywood, tanto dinheiro vivo passando de mão em mão, de cueca em cueca, de meia em meia.
Governador, vice, secretário, deputado distrital, assessor, empresário, ex-governador, desembargador... Tudo!
E preparem-se. É costume da Polícia Federal , neste tipo de operação, ir soltando as provas aos poucos para os envolvidos se enrolarem. Acho que ainda não vimos tudo.
A cena mais deprimente foi aquela dos três ladrões, depois de repartirem o butim, orando a Deus, agradecendo a cura de de um deles e se confessando instantaneamente.
O povo do Distrito Federal está muito preocupado. A cidade é um canteiro de obras. Está toda esburacada com obras por todos os lados. O Governador abriu trocentas e inaugurou apenas algumas. Sem dúvida, vai haver dissolução de continuidade. A cidade pode virar um caos.
O poder executivo, o legislativo e judiciário estão todos envolvidos, estamos acéfalos, temos que cortar as cabeças podres.
Só vislumbro uma saída: intervenção federal. Sei que Lula não vai querer, mas não terá outra alternativa.

Morangos de Sétimo Dia

03:11 Postado por Geremias Pignaton

Vovó, mãe de papai, viveu muito. Nos dias de hoje, muita gente atinge 80, 90 anos com saúde, mas naquele tempo, nos idos da década de 1970, chegar a essa idade era um feito. Vovó chegou aos 86 anos com uma boa disposição, muito ativa e sem nunca ter ficado doente. Chegou, mas não passou. Adoeceu, não sei de que, e morreu em quinze dias, pegando todos nós, que achávamos que ia passar dos cem, de surpresa.
A missa de sétimo dia da vovó foi feita no Seminário Comboniano. Padre Carlos, muito amigo de nossa família, achou melhor fazer na igreja de Nossa Senhora da Saúde, no interior do educandário, que é grande e podia comportar nossa enorme parentada.
No dia da missa, marcada para as 10 horas, eu, minha mãe e o meu irmão gêmeo, Isaias, chegamos com quase uma hora de antecedência. Mamãe precisava cuidar da organização da missa junto com o padre Carlos.
Enquanto aguardávamos, eu e Isaias passeávamos pelos amplos salões e corredores do imenso edifício e olhávamos os seminaristas nas salas de aula.
Chamei Isaias para irmos ao teatro, perto do campo de futebol e ao lado de um pátio, onde os seminaristas e os padres cultivavam uma horta. Lá encontramos um irmão leigo, um espanhol alto com barbas compridas e mal-encarado, trabalhando nos canteiros. Aproximamo-nos, curiosos, para ver o trabalho do irmão que cuidava com carinho de um canteiro bem no meio da horta. Olhei, ainda de longe, as plantas que se pareciam com rabanetes, todavia os frutos cresciam nos ramos. Ao nos aproximarmos mais, vi que os frutos eram iguais uma ilustração que havia no meu livro de português. Eram morangos! Fiquei muito tempo parado admirando aqueles frutos lindos, vermelhos e brilhantes.
Sempre que folheava a cartilha, imaginava o gosto dos frutos, deviam ser docinhos. Pensava que morangos dessem em árvores como as carambolas, os cajás, as pinhas, as mangas e laranjas do nosso quintal.
Num movimento quase inconsciente, abaixei-me para apanhar um. O Irmão levantou-se e, gesticulando bruscamente, gritou com forte sotaque espanhol: “não, niño! Ainda não estão prontos para colher!” O grito do irmão espanhol quase me jogou no chão de susto. Isaias também me repreendeu: “Elias, não deve mexer onde não é autorizado!”
Não conseguia prestar atenção na missa que padre Carlos conduzia com seu vozeirão. A igreja estava cheia de filhos, netos e bisnetos da vovó e o irmão espanhol barbudo estava na primeira fila com aquela carranca de bravo.
Se o barbudo estava na missa, os morangos estavam sozinhos, sem ninguém a vigiá-los. Eu conhecia muito bem o seminário e podia facilmente entrar naquele pátio, mesmo se estivesse trancado. Bastaria passar por dentro do alojamento dos seminaristas mais jovens, pular da janela ao telhado e descer pela calha para o interior do pátio.
O pensamento de roubar os morangos não saía da minha cabeça e quando voltei a prestar atenção na missa, era a homilia. Padre Carlos fazia elogios à vovó. Prestaria atenção ao sermão, mamãe certamente iria me cobrar o conteúdo, e, assim que começasse o ofertório, iria roubar os morangos.
Subi as escadas do alojamento com muita cautela e observando atentamente qualquer movimento. Escutava o cântico do ofertório com a voz da mamãe que se destacava. Pensei em desistir, mas o prêmio por aquela transgressão era tentador.
Para minha sorte, o alojamento estava deserto, só ouvia alguém conversando nos quartos dos seminaristas maiores. Pulei da janela ao telhado, caminhei, pé ante pé, até a calha, desci pela coluna e, antes de atingir o solo, saltei, caindo sobre um canteiro de alfaces.
Escolhi os morangos mais vermelhinhos e graúdos. Não comi nenhum na horta, fui enchendo os bolsos de minha calça curta. Depois dos bolsos, enchi as mãos, abri o trinco do portão fechado por dentro e saí.
No alto do morro do seminário, sob um imenso molembá, comi os morangos como se saboreasse a comida mais deliciosa do mundo. Antes de pô-los na boca, um a um, apreciava a beleza dos frutos vermelhinhos.
Deu-me arrependimento. Não por ter roubado as frutas, mas por ter abandonado a missa da vovó. Tinha uma ótima relação com ela e achava que era seu neto predileto. Nesse drama de consciência, a morte me veio à cabeça. Já tinha passado da fase de preocupar-me com ela. Pensei alto, quase gritando: “vou viver muito, existem muitos morangos no mundo para colher”.
Voltei à igreja a tempo de pegar o final e participar dos cumprimentos. Com o gosto das frutas na boca, sorri, vitorioso, para o irmão espanhol barbudo.

Madame Zoraide responde ///Da Confraria de O Pau Gigante

03:10 Postado por Geremias Pignaton

Recebi outra mensagem desta que se intitula Andorinha Triste do Pombal. Ela diz: “Madame Zoraide, fiz na noite passada tudo que a senhora me falou. Comprei na loja de roupas intimas um conjuntinho lindo de calcinha e sutian, arrumei a cama com lençóis de algodão (setim é muito caro), preparei os petisco e botei as Lokal no congelador, acendi umas velas e me perfumei toda. Nunca me senti tão gostosa. Na hora das...coisas, eu quis brincar de Chapeuzinho mas ele preferiu brincar de Bambi. Foi uma noite m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a! Ele não bebeu água nem uma vez. Mas, Madame Zoraide, ao acordar dei por falta dele. Procurei pela casa e nada. Em cima da mesa tinha um bilhete que dizia assim: “Andorinha, fui embora com o entregador de água mineral. Cansei de fingir ser o que não sou. Agora quero muita água... com gás!” E agora, Madame, o que devo fazer?”.

Pequena Andorinha Triste do Pombal. Quando você me falou que era uma mulher bonita e que seu marido bebia mais água do que afogava o ganso, eu logo desconfiei! Senti logo que a doce andorinha embarcou em canoa furada. Tentei reverter a situação desconfortável para você, seca, enquanto ele quase morria afogado de tanta água. Recomece sua vida, pois você é jovem ainda e encontrará o seu verdadeiro macho, digo, companheiro. Por via das dúvidas, pegue água na Biquinha. Sempre a seu dispor, Madame Zoraide.