O Rei, O Rodeio, O Casal e o Hospital do Câncer

03:29 Postado por Geremias Pignaton





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Em agosto do ano passado publiquei um post com as imagens acima e com o texto que destacarei abaixo:

Era o ano de 2003, auge do poder do marido da prefeita. O rodeio de Ibiraçu estava no auge também. Naquele ano, ninguém menos que Roberto Carlos, O Rei, foi a atração máxima. Numa pequena reportagem do Jornal A Gazeta, o marido da prefeita fala da grana que seria arrecada com o evento. Algo em torno de 1,6 milhões de reais. Fala também do tal hospital do câncer que começaria a funcionar no máximo em 2 anos. A prefeita atual, naquela época também prefeita, corroborava o discurso do marido numa reportagem do jornalzinho do próprio rodeio. Enfim, para entender a embromação melhor, leia o texto que escrevi ano passado:




Maio de 2003, 5º rodeio de Ibiraçu, festão. Talvez a maior festa que Ibiraçu já viu. O que era rodeio do trabalhador, então, havia se transformado em Rodeio de Ibiraçu. A cidade virava um furdunço no final de semana. Todo o Estado do Espírito Santo voltava seus olhos para a pequenina Ibiraçu. Falava-se em mais de 200 mil pessoas nos 3 dias visitando a cidade e participando da enorme festa.



Em 2003 era especial. Vinha o Rei Roberto Carlos. A festa que começou arrecadando cestas básicas, virou muito mais pretensiosa: iria converter sua arrecadação para a construção do hospital do câncer. Isso, sem dúvida, influenciou na vinda do Roberto Carlos. Ele havia perdido seu grande amor, a esposa Maria Rita, para essa terrível doença. Estava ajudando a evitar que novas vidas fossem ceifadas por esse mal.



Nosso maior líder político, o marido da prefeita, era deputado federal e estava com tudo. Tinha prestígio para tocar a empreitada. Além de trazer a maravilhosa festa, iria converter a renda para algo grandioso, fabuloso, esplêndido. Seria guindado, depois dessa imensa realização, para níveis mais altos na política. Falava-se que ele disputaria o senado na próxima eleição. A mulher prefeita engajada na empreitada dava entrevista para tudo que é jornal e revista.



Quimera, sonho grandioso, megalomania, embromação, enganação são palavras muito usadas nas ruas de Ibiraçu para definir o feito 8 anos depois. Hospital do Câncer, numa tentativa de amenizar a coisa, virou centro de referência de apoio ao tratamento do câncer. Aliás, esse nome varia muito, dependendo de quem o justifica. Fato é que tudo isso acabou como se tivesse sido um sonho passageiro. Ficou uma casa abandonada no entorno da cidade com uma placa na frente e a lembrança da juventude de todo o estado do grito do locutor: seguuuuuuuuuuuuuuuura pião!



Também ficou a sensação de que alguém levou vantagem nisso tudo. Na pequena matéria de A Gazeta, na segunda imagem aí de cima, o marido da prefeita falou em arrecadar 1,6 milhões de reais só na festa daquele ano. Relatos dos moradores do entorno da festa falam em carros fortes de transportes de valores saindo lotados do local. Essa sensação de que alguém levou vantagem, aumentou ano passado com a prisão pela polícia federal do empresário do evento, um tal Robson Rodeios.



Agravante em tudo isso é que verba federal, enviada do ministério do turismo, foi aplicada nesses rodeios. Pior, o governo federal cobrou, ano passado a prestação de contas uma dessas verbas. Mais ainda, a prefeitura se empenhava na produção do evento. Dinheiro dos cofres da prefeitura, certamente, saiam para todo esse aparato.



As imagens com as reportagens lá de cima falam muito. Eu não preciso escrever mais. Todos já sabem o que aconteceu. Se não sabem, lendo as matérias terão a ideia.



Você, caríssimo ibiraçuense, que trabalhou de voluntário nesses eventos, depois de todo esse tempo, vendo o que viu, como se sente?



O povo bom de Ibiraçu não merecia isso. Não merecia que brincassem com ele, não merecia que usassem seu nome para esse tipo de coisa. Somos motivo de piada em todo o Estado do Espírito Santo. 


Sinceramente, Caro eleitor de Ibiraçu, sabendo de toda essa enganação, sabendo que o marido da prefeita era deputado federal e teve todos os meios para trazer mesmo um hospital para Ibiraçu, você ainda tem coragem de dar a prefeitura da cidade para ele? Isso mesmo, votando nela, você estará dando de novo o poder para ele.

Oitavo Rodeio

03:52 Postado por Geremias Pignaton


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Publiquei este post em agosto de 2011. 


Dias atrás, a coluna Victor Hugo da Gazeta deu uma notinha dizendo que com a história de Centro de Câncer enganaram Roberto Carlos que fez um show em Ibiraçu com redução do cachê para ajudar a construção do tal centro. O título da notinha era "Enganaram o Rei".
Pois não foi só o rei que caiu nessa, toda a comunidade do Espírito Santo caiu.
Vejam o cartaz publicitário de um desses rodeios, o oitavo, realizado em, salvo engano, 2006.
Nele são expostas fotos de pessoas doentes, acamadas. Fotos feitas para sensibilizar, emocionar as pessoas. É uma publicidade de impacto.

No final ninguém viu nada. Cadê o tal Centro de Referência do Câncer? Onde foram parar as verbas federais empregas nesses rodeios?

Se as pessoas que pagaram o ingresso foram enganadas, imaginem aqueles seiscentos voluntários que o cartaz faz referência.

Caro leitor, ao ver o cartaz eu fiquei enojado. E você?

Ibiraçu não pode conviver com esse tipo de situação. A SACRI tem que dar uma resposta à sociedade. A reposta dada à Gazeta não convenceu ninguém. Quem responde por essa entidade?

Arthur Zanetti, A Surpresa Nacional

04:42 Postado por Geremias Pignaton







Ontem, o Brasil se surpreendeu com a medalha de ouro do ginasta Arthur Zanetti no exercício das argolas. Há quem começou a dizer que o Brasil é o país das argolas. Outros, como li jornal A Gazeta de hoje, dizem que Zanetti ganhou a medalha, apesar do Brasil.
O brasileiro baixinho e musculoso derrotou o favorito chinês e um italiano, que ficaram com a prata e o bronze. Porém, o maior derrotado por Zanetti foi a imprensa esportiva nacional, que nem de longe previu a possível vitória do cara.
Zanetti não foi uma surpresa total. Seus resultados eram muito bons e, mesmo não sendo favorito, podia-se prever uma boa participação dele, inclusive com medalha.
Acho que, depois de seguidas decepções com Dayane dos Santos e Diego Hypolíto, os jornalistas ficaram céticos.
Fato é que, salvo algumas raríssimas exceções, a imprensa esportiva nacional é muito chegada a um sensacionalismo, a uma patriotada, mas é uma lástima tecnicamente. A maioria dos integrantes desse ramo da imprensa são pessoas formadas em jornalismo que gostam de esportes, mas que não têm nenhuma capacidade técnica. O símbolo maior do tupiniquim jornalismo esportivo é o nosso notório Galvão Bueno.
Zanetti é um herói nacional e não foi nenhuma surpresa.


Ps - Quando vi o nome dele, lembrei-me imediatamente do conjunto de forró, imenso sucesso no Espírito Santo na década de 80, os Irmãos Zanetti, lá de Santa Teresa.
Apesar de não ser o meu gênero musical favorito, promovi alguns bailes com eles em Ibiraçu.

Gralha-do-Campo

03:26 Postado por Geremias Pignaton


                                          Fotos GPignaton///Clique nas fotos para ampliar



Ave passeriforme da família Corvidea. Seu nome científico é Cyanocorax cristatellus. Parente do corvo europeu. O nome cristatellus provém da crista apresentada pelo pássaro. É um dos maiores pássaros existente no Brasil, chegando a 35cm.
Apresenta a parte inferior do corpo de cor branca, as costas e asas azuis,  pescoço e cabeça, incluindo a crista, bico e olhos, negros. Quando mostrei estas fotos a um colega de trabalho ele ficou impressionado com a delimitação do colar negro. Conforme ele, parece que foi contornado por um desenhista.
Ave onívora, come frutas, insetos, sementes e ataca ninhos para predar ovos, inclusive de galinhas, tornando-se inimigas de habitantes do campo.
Anos atrás, numa fazenda em Alexânia-GO, vi uma plantação de abacaxis atacada por essas aves. Com o potente bico, elas furam a casca grossa da fruta, ainda verde, e comem a polpa com enorme voracidade. Ficou tudo arruinado.
Vive em bandos de 4 a 8 indivíduos. A procriação também é feita em bando. O ninho de gravetos é coletivo. várias fêmeas põem ovos e  todos cuidam da incubação e da ninhada.
O bando produz enorme algazarra por onde passa. Muito difícil não notar a presença destas aves.
Habita a região central do Brasil, dando preferência ao Cerrado. Não gosta de densa mata. No Espírito Santo, tem sido observada  na divisa com Minas. É provável, com o tempo, que apareça também na região de Ibiraçu, devido a mudança de ambiente sofrida com o fim da Mata Atlântica.
Fiz estas fotos em Chapada Gaúcha-MG, no distrito de Serra das Araras, a uns 400 km de Brasília.

A Primeira Missa no Brasil

04:56 Postado por Geremias Pignaton

                                                      Clique na imagem para ampliar


A primeira missa foi celebrada no Brasil em 26 de abril de 1500, em Coroa Vermelha, local hoje pertencente a Santa Cruz de Cabrália na Bahia. A missa foi celebrada pelo frade Henrique de Coimbra.

Mais de três séculos e meio depois, em 1860, o pintor catarinense, Victor Meireles, baseado nos relatos de Pero Vaz de Caminha, pintou o quadro da imagem deste post, retratando a celebração.

O quadro da Primeira Missa no Brasil se tornou uma das obras de arte históricas mais famosas do país. Talvez só comparável ao Grito do Ipiranga de Pedro Américo.

Quem, ainda criança, no livro didático de história, no ensino fundamental, não se impressionou com essa imagem? Eu me recordo  o que  mais me chamou atenção foi o índio assistindo a missa trepado na árvore.

O quadro de Vítor Meirelles tem 2,77 m de comprimento por 3,5 m de altura. Fica exposto permanentemente no MAM - Museu de Arte Moderna no Rio de janeiro.

Até o dia 16 do mês de setembro próximo, ele está em exposição aqui  no Salão Nobre da Câmara dos Deputados em Brasília.

Ver o quadro é uma forte emoção. Quem tiver a oportunidade não pode perder.

Sapateado

03:58 Postado por Geremias Pignaton




Meu filho Angelo frequenta uma academia de dança, onde pratica sapateado. Na ocasião dos 50 anos de Brasília ele e seus colegas fizeram uma apresentação num teatro. Todo o espetáculo chamava-se "Entre Asas e Eichos" e o número dele foi uma coreografia com a música do Capital Inicial, banda de rock da cidade.

Veja a apresentação no link a seguir. Angelo é o menorzinho.

http://www.youtube.com/watch?v=iIPmUmswx7g&feature=plcp

No final do ano passado, mais uma apresentação. Nessa ocasião uma coreografia misturando a percussão de bolas de basquete quicando com o som dos sapatos. Aqui, Angelo, mais crescidinho, continua o menorzinho e tem o número 5 às costas.

http://www.youtube.com/watch?v=ikpIC_dpE1Q&feature=plcp

Dilma e o Mensalão

06:25 Postado por Geremias Pignaton







Foi o escândalo do mensalão que deu a grande guinada na vida política da Presidenta Dilma.
 Até o estouro do escândalo, ela era uma obscura ministra das minas e energia.
Com o mensalão em 2005, José Dirceu, o poderoso chefe da Casa Civil, caiu em desgraça e Lula buscou sua austera ministra de minas e energia para comandar o governo.
Dilma, com muita competência e traquejo administrativo, conduziu o restante do primeiro Governo Lula até a vitoriosa reeleição. Depois, guiou o segundo governo com resultados melhores que o primeiro.
Em consequência desse árduo trabalho administrativo, numa inteligente manobra de Lula, Dilma saiu do campo técnico e ganhou o campo político, culminando no sucesso de sua própria eleição em 2010.
Graças ao mensalão, Dilma é a presidenta do Brasil.
É prudente que ela e seu governo se mantenham afastados deste julgamento que ocupará toda a mídia nos próximos dias.

É Dura a Dor do Parto

04:23 Postado por Geremias Pignaton








Clique sobre a imagem para ler.






Recebi um material de campanha a reeleição da prefeita de Ibiraçu. Uma das principais promessas é por em funcionamento uma casa de parto.
Para chegar ao parto, a gestação humana demora 9 meses, aproximadamente 40 semanas. A mais longa gestação conhecida é a do elefante, que pode se estender por mais de 2 anos.
A questão do parto em Ibiraçu, entretanto, extrapola todos esses tempos e já ultrapassa mais de uma década. Desde de 1999 que o casal manda-chuva de Ibiraçu vem prometendo maternidade. Vem prometendo não. A maternidade já foi inaugurada por eles duas vezes, depois de ter recebido vários recursos federais e estaduais para ser feita.
Eu aqui de longe, me pergunto: é ou não é muita cara de pau desses dois políticos profissionais, que há 22 anos usam Ibiraçu, virem ainda mencionar a palavra parto em campanha? Ou o povo de Ibiraçu não tem memória?
Se você não lembra, vamos recordar.
Em agosto do ano passado, escrevi 4 posts contando e ilustrando essa novela de promessas e inaugurações de maternidade. Cliquem nos links abaixo para ler e recordar:

http://gereblog.blogspot.com.br/2011/08/parto-dificil-i.html
http://gereblog.blogspot.com.br/2011/08/parto-dificil-ii-maternidade-da.html
http://gereblog.blogspot.com.br/2011/08/parto-dificil-iii-onde-os-votos-nascem.html
http://gereblog.blogspot.com.br/2011/08/parto-dificil-iv-o-inicio.html

Pica-Pau-Branco ou Birro

03:40 Postado por Geremias Pignaton


                                               Fotos: GPignaton. Clique sobre elas para ampliar.



O pica-pau-branco, também conhecido como birro, é uma ave picidea da família Picidea. Seu nome científico é "Melanerpes candidus".
 O macho tem a nuca amarelada. Nas fotos acima não dá para fazer a diferenciação sexual.
 Mede cerca de 28 cm, é um pica-pau médio.
Habita praticamente todo o território nacional em todos os ambientes, evitando as florestas intrincadas.
Alimenta-se sobretudo de insetos, mas come também sementes e frutos. Ataca os pomares, como se vê nas fotos prestes a atacar um mamão. Adora também atacar ninhos de abelhas e marimbondos para comer mel e larvas.
Vive em bandos de 6 a 10 indivíduos, podendo atingir 20.
O primeiro registro fotográfico que fiz desta ave foi em Alto Bérgamo, município de Ibiraçu, de longe, agarrado num coqueiro. Também lembro-me de ter corrido atrás de um bando na propriedade dos herdeiros de Guilherme Conte, em Ibiraçu, sem ter conseguido registrar nada.
Estas fotos aí do post fiz em Serra das Araras, município de Chapada Gaúcha, no noroeste de Minas, a 400 km de Brasília. Fiz da janela da pousada onde dormi. Acordei e escutei o barulho deles no mamoeiro. Abri a janela e clic!

Imigração Italiana II

06:05 Postado por Geremias Pignaton





No mês de maio passado, escrevi o post sobre o livro "Colônias Imperiais na Terra do Café" do sociólogo trentino Renzo M. Grosselli. Acabei de ler o livro no final de junho e continuo achando que ele é obrigatório para quem quer entender a colonização do Espírito Santo, sobretudo as colônias de imigrantes italianos.

Na década de 70 do Século XIX, o Espírito Santo tinha três colônias estabelecidas pelo governo imperial, as colônias de Santa Isabel, Santa Leopoldina e Rio Novo.

A colônia de Santa Isabel, onde hoje é Domingos Martins, recebeu imigrantes de várias nacionalidades,  sobretudo alemães. A colônia não foi muito para frente e os alemães ficaram isolados por muito tempo. O livro do Grosselli trata muito pouco dessa colônia, que em termos de italianos foi pouco significativa.

A Colônia de Rio Novo, no sul do estado, deu origem a várias cidades. Podemos citar Rio Novo do Sul, Iconha, Alfredo Chaves, Cachoeiro do Itapimirim, Alegre.  Ela era dividida, naquela época, em cinco territórios numerados: Territórios I, II, III, IV e V. Várias nacionalidades de imigrantes nesta colônia: suíços, alemães, franceses e até chineses. Depois de 1875 começaram a chegar em Rio Novo os trentinos e italianos que passaram a ser maioria.

A colônia de Santa Leopoldina é que mais nos interessa em Ibiraçu e região. Antes da chegada dos Italianos, ela era dominada por imigrantes alemães e poloneses. Era dividida em Núcleos Coloniais. O primeiro núcleo era o central, Núcleo Colonial do Cachoeiro, onde hoje é a sede do município de Santa Leopoldina. Depois, em 1875, com a chegada de imigrantes trentinos ( lembrar que Trento na época não fazia parte da Itália, pertencia à Áustria ), criou-se o Núcleo Colonial do Timbuhy, onde hoje é a cidade de Santa Teresa. Em agosto de 1877, chegou o navio Columbia, seguido pelo navio Isabella em setembro e Clementina em outubro, com imigrantes italianos que foram estabelecidos num novo núcleo, o Núcleo Colonial Santa Cruz, que depois passou a chamar-se Núcleo Colonial Conde D'eu, onde hoje é Ibiraçu.

Para abrir o novo núcleo de Santa Cruz foi encarregado o General Aristides Armínio Guaraná, veterano da Guerra do Paraguai. Com o sucesso da instalação do novo núcleo, Guaraná, no ano seguinte, passou a exercer a função de diretor de toda a Colônia de Santa Leopoldina, cargo que ocupou até 1882.

Em janeiro 1880, Guaraná escreveu um relatório de suas atividades ao presidente da província que foi parcialmente transcrito por Grosselli no livro. Transcrevo abaixo um trecho reproduzido por Grosselli à página 491:

O Núcleo Conde D'Eu ( que ainda por alguns anos seria chamado Santa Cruz ) era considerado o mais moderno.Sua população era de cerca de 2.000 pessoas, divididas em 308 núcleos familiares italianos, 57 de imigrantes do Ceará e 55 "de índios naturais da província". O núcleo apresentava "um notável progresso e boas perspectivas". Dividia-se nos seguintes distritos: Pendanga, Perobas, Sapateiro, Santa Maria, Mundo Novo, Aracaju e Monte Seco.

No texto acima tem dois trechos aspeados. Grosselli cita literalmente as expressões do escrito de Guaraná. Os índios aí mencionados não são relativos ao significado de hoje. São pessoas da província do Espírito Santo. Os Brasileiros começaram a exigir das autoridades os mesmos direitos dos colonos estrangeiros. Com a pressão política, conseguiram igual tratamento e muitos foram também assentados nas colônias como  eram os imigrantes. Grosselli ressalta no livro que poucos foram os colonos brasileiros que conseguiram êxito como agricultores. Segundo o autor, eles não tinham o costume de trabalharem a terra.
A expressão "um notável progresso e boas perspectivas" é um discurso impregnado de otimismo político de Guaraná, que tratava o núcleo aberto por ele quase como uma propriedade sua.
Sei onde ficavam todos os distritos citados acima. Eu nasci no distrito de Sapateiro, onde hoje é a Cascata. Só não sei onde ficava o distrito de Aracaju.
Segundo Grosselli, o primeiro navio,  Columbia, que chegou em agosto de 1877, trouxe 256 italianos, quase todos provenientes de uma pequena faixa entre o Veneto e Friuli, nas províncias de Treviso e Pordenone. Esta informação bateu com minhas observações. O meu bisavô, Basilio Pignaton,  veio neste navio, era originário de Pordenone. Encontrei naquela região, entre os rios Piave e Tagliamento, muitos sobrenomes que vieram no Columbia. Cito alguns: Pignaton, Redivo, Pianca, Campagnaro, Della Valentina, Rosalém, Spinazzé, Piol, Peruch, Sarcinelli.

Para quem quer ler o post escrito em maio, basta acessar o link http://gereblog.blogspot.com.br/2012/05/imigracao-italiana.html


Famiglia Pignaton - Encontro 19 de Agosto 2012

06:59 Postado por Geremias Pignaton

Este Blog reabre para publicar a programação do Encontro da Família Pignaton do dia 19 de agosto próximo.





Clique na imagem para ampliar e ler.


Pretendemos que este encontro vire tradição e seja realizado no mês de agosto de cada ano. A família Pignaton chegou ao Brasil em agosto de 1877.

Atarefado

03:11 Postado por Geremias Pignaton



Assoberbado,  estudando, trabalhando, fotografando, escrevendo, cantando, lendo, cozinhando, caminhando, torcendo, amando, dormindo pouco, estou verdadeiramente ocupado.
Pouco tem sobrado para o blog.
Para não ficar meia-boca, vou fechá-lo até agosto. Pode ser que volte antes, mas é muito difícil.
Enquanto isso, se tiver alguma coisa urgente, publico no coirmão ibirinha.com.br.

Corpus Christi

17:54 Postado por Geremias Pignaton


Republico post do ano passado sobre o feriado






Nesta data a Igreja Católica celebra a Eucaristia.
Lembro-me da minha infância quando, durante o dia, enfeitávamos as ruas de Ibiraçu para a procissão à tarde, início da noite.
Vem-me à memória o querido primo e amigo José Guilherme Pagiola, o Zé Pitaé. Ele era o artista desses ornamentos. Fazia o projeto dos tapetes com mosaicos feitos de serragem, pó-de-café, folhas de murta, terras coloridas, britas e areia. Também fazia os desenho de quadros no meio dos tapetes. Zé, nesses ornamentos, mostrava todo o seu talento de artista plástico.
Nós, as crianças, participávamos empolgadíssimos. Colhiámos material e ajudávamos a espalhá-los pelo chão, sempre com a rigorosa supervisão do Zé Pitaé.
Tudo ficava muito lindo!
Com o tempo, em Ibiraçu, essa tradição foi acabando e nunca mais eu vi.
Como está hoje? Ainda resta alguma coisa?

Papa-Moscas-do-Campo

05:55 Postado por Geremias Pignaton





   Este pequeno pássaro pertence à família Tyrannidea, a maior família das aves, a mesma do bem-te-vi, suiriri, tesourinha, guaracava. Nome científico Culicivora caudacuta.  Está seriamente ameaçado de extinção.

Habita o cerrado, áreas bem conservadas, e sua extinção está ligada a destruição do habitat.


Minha esposa disse que ela parece um camundongo de asas. Achei a definição fantástica. A cauda tem aproximadamente o mesmo comprimento do resto do corpo. O conjunto de corpo e cabeça  deve medir uns 3 cm de comprimento.


Ela ficou sumida aqui da região de  Brasília por uns 20 anos. Há uns 3 anos foi redescoberta na Floresta Nacional em Taguatinga. Depois se descobriu também no parque florestal do IBGE. Agora eu a encontrei, um bando de 8 indivíduos bem ativos e vigorosos, numa fazenda perto de minha casa.

Ver esta avezinha voando no campo de cerrado foi uma das maiores emoções que já senti na minha carreira de observador de aves. Muito mais emocionante foi fotografá-la com qualidade, sobretudo nas duas últimas fotos aí de cima. Fiz um book só para fotos delas. 

Viva e se eternize o papa-moscas-do-campo! 



Estrelinha-Ametista

15:52 Postado por Geremias Pignaton

                                             foto: GPignaton/// Clique sobre a foto para Ampliar


Poucas coisas no mundo dão tanto prazer quanto estar em contato com a natureza.
Se você tem um bom equipamento fotográfico na mão e conhece um pouquinho da técnica da fotografia, é ainda mais prazeroso.
Esta foto aí é de um beija-flor minúsculo. Chama-se estrelinha-ametista. O nome vem da cor do mento do macho, que é negro, mas conforme ele vira contra a luz transforma-se numa cor linda de ametista . Não tive a oportunidade de registrar o mento ametista, mas pude observar.
Estávamos, eu e um companheiro de passarinhada, numa bela vereda,  buritis centenários e magníficos e  cachoeirinhas de águas cristalinas. Descobrimos um campo cheio desta flor rosa da foto. Disse ao companheiro que era pasto de beija-flor de bico curto, estrelinha-ametista e chifre-de-ouro.
Pena entramos no campo rosa e divisamos este aí. Eu, por sorte, consegui registrá-lo em voo sobre as flores.
Estar naquele lugar maravilhoso e poder trazer esta lembrança causou-me uma alegria imensa. Compartilhar com os leitores do blog também.

Canção da FEB

03:17 Postado por Geremias Pignaton


A Guerra é uma estupidez. Ninguém em sã consciência, que conhece um pouco da história, pode glamourizar a guerra. A história da humanidade está repleta delas.
Recebi um e-mail de um colega ex-militar divulgando este vídeo que eu achei interessante pelo conteúdo histórico e pela  letra da música.
Reproduzo abaixo o conteúdo do e-mail:


Canção da F E B ao desembarcar na Itália - 1944
Vale lembrar: 463 "pracinhas" morreram no conflito, cujos restos mortais acham-se guardados no memorial aos mortos da segunda guerra, localizado no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. Aos que tiverem a oportunidade, vale a pena conhecer.
Deveríamos tê-la sempre em nossas mentes, pois ela nos remete a lembrar para que sempre lutemos unidos por um ideal. Linda Canção!!! Lástima que hoje poucos dela se recordam.
Eles desembarcaram na Itália, cantando essa canção!
A música é do maestro Spartaco Rossi e o poema de Guilherme de Almeida.
A Força Expedicionária Brasileira, conhecida pela sigla FEB, foi a
força militar brasileira de 25.334 homens, que lutou ao lado dos Aliados na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Constituída inicialmente por uma Divisão de Infantaria, acabou por abranger todas as Forças Militares Brasileiras que participaram do conflito.

Adotou como lema "A cobra está fumando", em alusão ao que se dizia à época, que seria "Mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra".

O Cano de Um Milhão de Dólares II

08:32 Postado por Geremias Pignaton

  Em Ibiraçu nós sabemos que qualquer obrazinha é propagandeada como uma gigantesca realização. Um mata-burro ganha status de gigantesca ponte. Mil metros quadrados de calçamento parece a pavimentação de uma estrada. Entretanto, tem uma obra sendo realizada em Ibiraçu que ninguém ouve falar. Só mesmo algumas placas obrigatórias dão conta da realização. É uma reforma que está sendo feita no tal pinicão, aquele que nunca funcionou.
Pergunta-se: para quê  reformar alguma coisa que nunca funcionou? Deve ser para pô-la em funcionamento.
A reforma que está sendo feita nunca poderá por aquele sistema de esgoto de agá para funcionar.

Não preciso repetir para os vereadores e o MP ficarem atentos.

Reedito abaixo um post de março do ano passado:


O Cano de Um Milhão de Dólares





Na década de 90, por volta de 1995, ano em que deixei Ibiraçu, começou uma grande obra na cidade. Foi uma obra que trouxe enormes transtornos. As ruas foram esburacadas, o calçamento quebrado, durante as chuvas era lama, na seca a poeira, a obra se arrastou por mais de ano. Era a obra para o tratamento de esgoto da cidade. Na obra foi consumida uma verba de quase um milhão de dólares - fala-se em dólares porque a verba vinha do Banco Mundial.
O prefeito da época, senhor Adélio Cecatto, chegou a declarar que a obra depoluiria o Rio Taquaraçu e que poderíamos beber a água lá para baixo.
Hoje temos as fotos aí de cima. É a foto do monumento ao desperdício de dinheiro público na cidade de Ibiraçu. É a foto do cano que levaria o esgoto ao Pinicão, cavado e construído ao lado do viaduto da estrada de ferro, nas margens da rodovia Ibiraçu-Aracruz.
O blog não sabe de quem é a culpa por esse desperdício. O prefeito da época era o Senhor Adélio Cecatto, mas outros prefeitos vieram e atestaram o funcionamento do tratamento de esgoto. O Ministério das Cidades, responsável pela fiscalização, também atestou esse funcionamento. Entretanto, o fato é que jamais a cidade foi beneficiada por um tostão desses 1 milhão de dólares, jamais teve um litro de esgoto tratado e nunca deixamos de jogar o esgoto "in natura" no rio.
Fica aí o registro para que as futuras gerações não permitam que esse tipo de coisa aconteça. Fica também o exposto para que as autoridades competentes investiguem o ocorrido, se ainda tiver tempo. Fica a foto de uma vergonha que muitos em Ibiraçu esqueceram ou desconhecem.

As fotos foram tiradas na ponte sobre o Rio Taquaraçu, na estrada que vai para a propriedade da família Sirtoli, também que vai para outra vergonha, a casa onde disseram que funcionaria o hospital do câncer. O cano é muito fino para comportar todo o esgoto da cidade e está apoiado em trilhos de estrada de ferro, soldados sobre o rio. Vê-se nitidamente que a estrutura que foi construída era precária para o que se pretendia.

Clique sobre as imagens para ampliar.

Hartung Não Disputa Vitória

03:52 Postado por Geremias Pignaton

                                                 Foto: A Gazeta

Em carta aberta à população, o Ex-Governador Paulo Hartung sai da disputa pela prefeitura de Vitória.
Hartung sempre foi muito misterioso e enigmático.
Muitas interpretações sairão dessa decisão. Eu também dou a minha.
O maior esquema político do estado hoje está na mão do Hartung. Ele substituiu José Carlos Gratz na década passada. Tirou o cabeça, substituiu algumas peças e se assenhorou praticamente do mesmo esquema.
Hoje o governador Casagrande está preso a esse esquema.
Se Hartung fosse candidato e eleito, seria certamente com o apoio de Casagrande. Isso liberaria o governador e seu governo das amarras  do esquema, inclusive para a reeleição.
Outra coisa, o esquemão hartunguista perdeu força em Brasília. Dilma e sua base não toleram o ex-governador. Tanto que alimentaram politicamente a obscura Iriny, dando-lhe até um ministério.
Outro indício de que perdeu força em Brasília é a apuração pela PF de esquemas de corrupção no estado, com grossos respingos no Hartung. Fala-se até no envio de uma força tarefa.
O esperto Hartung fez uma retirada estratégica. Vai tentar se posicionar melhor para a próxima de 2014.

Veja matéria da Gazetaonline:
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/05/a_gazeta/minuto_a_minuto/1253043-hartung-descarta-disputar-eleicao-para-prefeitura-de-vitoria.html

Ave ou Pássaro?

14:48 Postado por Geremias Pignaton

                                               Foto: GPignaton /// clique sobre ela para ampliar


Republico o primeiro post que escrevi neste blog na seção "metido a ornitólogo". Tentei explicar a diferença dos termos "ave" e "pássaro". Naquele postei um foto dos outros da sabiá-laranjeira. Agora posto com uma foto minha, a melhor que fiz da espécie. Segue o texto original:


Você sabe a diferença entre ave e pássaro? Ou será a mesma coisa? Muitos utilizam os termos como sinônimos.


Todo ser vivo catalogado tem uma classificação científica seguindo orientação dada por Lineu no século XVII: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.


Uma ave, grosso modo, pertence ao reino animal, ao filo dos vertebrados e a classe das aves.


A classe das aves se divide em várias ordens. Entre essas ordens, estão os passeriformes.


Os passeriformes são os pássaros. Geralmente são aves de pequeno porte e canoras.


Assim, todos o pássaros são aves, mas nem todas as aves são pássaros.


Não confundir pássaro com ave pequena. Os beija-flores são as menores aves existentes e não são pássaros, são trochilideos.


Uma galinha não é um pássaro é um galiforme. Uma rolinha é um columbiforme.


O sabiá da foto acima, o sabiá laranjeira, é um pássaro do gênero tordídeo, cujo nome científico é turdus rufiventris, conhecido na nossa região de Ibiraçu como sabiá vira-bosta.



Flores Para Dona Julyta

07:48 Postado por Geremias Pignaton






fotos GPignaton///clique sobre elas para ampliar


Depois do funeral da mamãe, tive uns dias de folga em Ibiraçu. Saí passarinhando para espantar um pouco a tristeza. Fiz fotos de muitas flores. Mamãe adorava flores. Tenho certeza que, se do outro lado da vida houver flores, mamãe está no meio delas.


Rabilonga

04:35 Postado por Geremias Pignaton



                              Fotos GPignaton///Clique sobre a imagem para ampliar


Estas fotos foram feitas em Ibiraçu. Foi na propriedade dos herdeiros de Tio Gervásio, numa matinha ao lado do córrego Perobas, no caminho da propriedade dos Contes.
Em Ibiraçu esta ave Cucolidea é chamada de rabilonga. Tem vários nomes Brasil afora e o nome mais comum é alma-de-gato.
Já publiquei um post sobre ela com foto de outra pessoa. Você pode acessar no link http://gereblog.blogspot.com.br/2011/05/alma-de-gato.html#links

Com foto minha feita em Ibiraçu, ela fica mais charmosa ainda.

Famiglia Piol

03:19 Postado por Geremias Pignaton


                                              Foto do Acervo de Zé Cera/// Clique sobre ela para ampliar

 A Família Piol é uma das maiores famílias italianas de Ibiraçu. Tenho muito orgulho de pertencer a essa numerosa família. Minha avó materna, Joanna - a segunda sentada da esquerda para a direita -,  era  casada com Vovô Beppe Furieri.

Da esquerda para a direita, em pé, Agostinho, Santa, Jacinto, Beppe e Rosa. Sentadas, Regina, Joanna, Lúcia, Maria e Hermínia.

Agostinho originou uma enorme família de Ibiraçu,  pai de Hilário, Derval, Arlindo e Dona Velina, esposa de Wilson Maioli.

Santa, acho que foi a última que morreu. Foi casada com Deolindo Batisti e também teve uma grande família. Mãe de Aristeu, Rita, Malvina.

Jacinto mudou-se para João Neiva e conheço pouco os seus filhos.

Beppe é o pai de Pedro Piol, muito conhecido por todos de Ibiraçu.

Regina é mãe de Dona Albina, esposa do Ciro Peruch, avó de Lupiciano, Angélica, Marta, Roque,Miguel, Regina.

Joanna mãe de minha mãe e de grande parte dos Furieri de Ibiraçu.

Lúcia era casada com Francisco Pignaton - Tio Chico -, mãe de Deolindo Pignaton, Jaime Pignaton.

Maria era esposa de Santin Cera, mãe de Otávio, Dorvelino, Irineu e avó de José Cera, que me emprestou a foto.

Hermínia era esposa de Santo Pignaton - Tio Santo.  A família toda reside em Vitória e Vila Velha.

Os Piol se caracterizaram por serem pessoas calmas e tranquilas, traço de personalidade da maioria dos membros desta família.

PS - O fotógrafo não fez um bom trabalho. Deixou muito pé e cortou cabeças. Mas dá para o gasto.

Flor Cósmica

07:07 Postado por Geremias Pignaton



                                                  Fotos: GPignaton/// Clique sobre elas para ampliar

Só as fotos. Não há necessidade de palavras.

Imigração Italiana

05:59 Postado por Geremias Pignaton

                                               Foto: Arquivo Publico do Espírito Santo


 Estou lendo o livro "Colônias Imperiais na Terra do Café" com subtítulo "Camponeses trentinos ( vênetos e lombardos) nas florestas brasileiras - Espírito Santo 1874-1900". O livro é do sociólogo e historiador trentino Renzo M. Grosselli. Foi escrito originalmente em italiano e editado na Itália em 1987.  Em 2009 traduzido e editado pelo Senado Federal brasileiro,  é leitura obrigatória para quem quer entender o fenômeno migratório italiano, sobretudo para o Espírito Santo. 
O Livro tem um capítulo dedicado ao Núcleo Colonial Conde D'Eu ( Santa Cruz ) que deu origem a Ibiraçu.

Abaixo um trecho para aguçar a curiosidade dos leitores: 

Páginas  95 e 96:

... Foi em 1873 que a palavra 'Brasil' tornou-se comum nos vales trentinos. Começaram a propagá-la os 'caçadores' a serviço de Pietro Tabachi. Mas já em 1875, Caetano Pinto havia criado no norte da Itália e no Trentino uma verdadeira organização para atrair emigrantes em potencial. Pinto assinara , em 30 de junho de 1874, um contrato com o Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Brasil. Este contrato previa o compromisso de introduzir no país, no curso de uma década, 100.000 europeus ( especificamente alemães, austríacos, suíços, italianos do norte, bascos, belgas, suecos, dinamarqueses e franceses), dos quais ao menos 80% fossem agricultores, 'saudáveis, trabalhadores, de boa moral, nunca menores de 2 anos e nem maiores de 45, salvo os chefes de família'. Pinto receberia uma quantia considerável para cada imigrante que, através de sua organização, tocasse o solo brasileiro. Ele assinara um outro contrato com outros sócios para enviar, apenas ao Estado do Rio Grande do Sul, 40.000 imigrantes, também no curso da década. O contrato assinado com o Ministério da Agricultura, aquele dos 100.000, referia-se, no tocante às vantagens oferecidas aos emigrantes, à Lei 3.784, de 1867. Uma vez no Brasil, todo imigrante poderia escolher seu destino, ou seja, optar por encontrar emprego nas cidades, nas fazendas privadas ou aceitar um lote de terra nas colônias que o Estado ( além de algumas províncias e alguns entes privados ) havia estabelecido em alguns pontos do país. De fato, a escolha restringia-se às fazendas e às colônias, uma vez que as cidades não estavam em condições  de absorver um número significativo de artesãos e trabalhadores do gênero. Nas fazendas, os imigrantes deviam entrar em acordo com o proprietário para trabalhar suas plantações ( sobretudo o café ) como meeiros ou de alguma outra forma.
         Nas colônias do Estado ( a grande maioria dentre as existentes no Brasil, na época ) o imigrante receberia um lote de terra de dimensões que variavam entre 15 e 62 hectares. Além disto, receberia um subsídio a fundo perdido e uma outra pequena quantia em dinheiro para cada componente da família, que seria restituída ao estado, juntamente com o valor da terra, no curso de cinco anos a partir do segundo ano após tomar posse do lote. O lote deveria conter uma casa provisória e cerca de 5.000 metros quadrados de terreno livre de vegetação e pronto para o cultivo. A lei ( e portanto o contrato que dela derivava ) tratava também de sementes e instrumentos agrícolas que seriam entregues ao colono, no momento em que tomasse posse do lote, estes também debitados ao mesmo, devendo ser pagos da mesma forma como seria paga a terra. Todos os filhos homens do imigrante, ao completar 18 anos, poderiam solicitar por sua vez um lote de terra, nas mesmas condições do pai. A lei previa também um período de tempo durante o qual o imigrante seria mantido e hospedado pelo Estado. Este período compreendia praticamente os dias  entre o desembarque em um porto brasileiro até o momento em que o colono tomava posse de seu lote. Finalmente, a lei de 1867 estabelecia, entre outros itens de menor importância, que durante os primeiros seis meses de colônia o imigrante teria direito a 15 dias  por mês  de trabalho, pagos pelas autoridades coloniais, na construção de obras públicas indispensáveis à colônia, ou seja, estradas, pontes, casas para a recepção dos colonos e imóveis para os empregados da administração colonial.


O tal Caetano Pinto vivia em Paris e inicialmente embarcava os emigrantes em portos franceses, sobretudo Marselha e Le Havre, passando depois para Gênova.

O grande atrativo do Brasil era a viagem paga pelo governo brasileiro. A condição de pobreza nos campos italianos não permitia que eles tivessem condições para viajar por conta própria.
Em vapores a viagem durava um mês. Em veleiros, o dobro. Muitos foram enganados com promessa de viagem em vapor e quando chegavam ao porto era veleiro. As condições de viagem eram precárias com super lotação e muitas mortes.

Em Ibiraçu, no início, consta que os colonos trabalharam para o governo na abertura de estrada para Santa Cruz.

A região trentina na época era austríaca, por isso o texto a destaca do norte da Itália.

Até 1880 foi assim. De 1880 para frente a lei de 1867 foi revogada e a viagem era feita por conta dos emigrantes. Mesmo assim, o fluxo migratório não parou.

Não gostei muito da escrita do livro. O texto é meio enrolado. Não sei se é o texto do autor ou a tradução. Entretanto, nada que comprometa o entendimento e o valor da obra.

Quem quiser adquirir o livro, basta acessar o link a seguir e pagar módicos R$ 25,00. O senado manda pelo correio sem despesa adicional. Vale a pena.

http://www.senado.gov.br/publicacoes/Livraria/asp/publicacao.asp?COD_PUBLICACAO=627&COD_CLASSIFICACAO=1


Coruja-da-Igreja ou Suindara

03:25 Postado por Geremias Pignaton


                                             Fotos: GPignaton ///Clique sobre elas para ampliar.


Fantástica ave. De ocorrência mundial, com exceção dos lugares muito frios. Ganhou seu nome comum por gostar de nidificar em torres de Igrejas. Alimentação muito variada: ratos e pequenos mamíferos, morcegos, insetos e outras aves.
Em cima, o adulto que eu acho ser um macho, embaixo os filhotes dentro do forro de uma casa abandonada na chácara do meu vizinho.
Quando nos aproximamos do ninho, eu e um colega passarinheiro, escutamos um barulho parecido com um vazamento de gás. Se o sujeito for medroso e não sabe de que animal se trata, é arriscado correr.
A cabeça desta ave tem o formato de uma antena parabólica. Isso é para captar os sons. Este bicho ouve muito bem e se guia para apanhar as presas mais pelo som do que pela também excelente visão. Pode apanhar um rato dentro de um capinzal, sem vê-lo.
Depois de ter feito estas fotografias e ter contato mais de perto com ela, fiquei fã desta espécie. O voo dela é magnífico.

Ladrilho Hidráulico e Casas de Madeira

07:33 Postado por Geremias Pignaton

                                            Foto: http://www.demetrioribeiro.com// clique sobre ela para ampliar


Na foto aí de cima, vemos uma reunião no interior da Igreja de Demétrio Ribeiro.
Posto esta foto para os jovens de Ibiraçu verem o piso de ladrilho hidráulico da Igreja. A igreja de Ibiraçu era assim, com ladrilhos muito parecidos. Aí alguém teve a infeliz ideia de substitui-los por granito.
Nada contra granito, mas o ladrilho era histórico, cultural, nos remetia a um período da nossa existência. Além, é claro, de serem muito mais bonitos.
A nossa memória sempre foi negligenciada em Ibiraçu.



Aproveito a oportunidade e alertar para mais um fato de negligência com a memória.
 Quando se anda pelos bairros de Ibiraçu, ainda se pode encontrar várias casas feitas com madeiras. Algumas delas em situação precária.  Essas casas são do tempo que a madeira era nossa maior riqueza. Muitas árvores tombaram e estão nas nossas ruas abrigando moradores. Essas casas históricas devem ser preservadas.
 Atenção vereadores e prefeita! Vamos tombar as nossas históricas casas de madeira. Elas são parte de nossa identidade.

Flores do Cerrado - Fotos Passarinheiras

04:04 Postado por Geremias Pignaton


                                            Fotos: GPignaton ///Clique sobre elas para ampliar


No mato, atrás de passarim, também para flores sobra um tempim.
Nem só de aves vive um passarinheiro.
A florzinha de baixo tem um colorido muito interessante. A base da pétala, quase vinho, contrasta com o restante rosa, quase branco.
O cachinho amarelo, na sombra da mata, recebe uma fresta de sol.

Próximas Eleições

03:43 Postado por Geremias Pignaton


                                                    Foto: alosertão.com.br

Depois da eleição francesa, as atenções do mundo se voltam para a eleição em novembro nos Estados Unidos.
Será que a crise derrubará também o Obama?
Obama foi eleito cercado de muitas expectativas, esperava-se muito dele. Jovem, cheio de idealismo, negro, de origem pouco convencional para um presidente americano, ele assumiu em meio a uma crise quase sem precedentes na história, depois do desastre que foi a administração Bush. Com tudo isso, ele pouco pode mostrar ao mundo e teve que administrar mais voltado para o ambiente interno. Foi apenas um presidente americano, ficou muito distante de ser um marcante líder mundial.
Difícil dizer que um presidente americano foi bom para o mundo, mas os democratas costumam ser um pouquinho melhor que os republicanos. Só para lembrar os mais recentes: Carter, Clinton e Obama, contra: Reagan e os Bushs.
Acho que o tal Mitt Romney é muito fraco, mas a crise pode derrubar mais um líder, agora o maior de todos, o primeiro presidente negro da história americana, o super carismático Obama.

Borboletas

08:33 Postado por Geremias Pignaton


                                             
                                                     Fotos: GPignaton///Clique sobre elas para ampliar


Estando no mato passarinhando, além das aves, encontra-se outras belezas: rios, cascatas, paisagens, flores, borboletas... Com a máquina preparada na mão, não custa clicar. Também não custa compartilhar essas belezuras com os leitores do blog. De quebra, divulgar um pouco deste meu trabalho de fotógrafo amador. Estou aprendendo ainda, sou um fotógrafo sofrível, mas dá para produzir alguma coisa interessante.
O melhor de tudo é estar em contato com a natureza e desestressar.

Estradas Assassinas

06:22 Postado por Geremias Pignaton

                                                Foto: A Tribuna

Na capa da Tribuna de hoje, a foto do morador de Ibiraçu, Roberto Demuner, protestando contra a violência das estradas federais no Espírito Santo.
Ele perdeu duas esposas em acidentes rodoviários.
 A primeira esposa, a Zezé, conheci bem. Ela foi minha aluna e foi fisioterapeuta de Papai. Sempre tratou meu velho com enorme carinho.
O acidente que a vitimou marcou também minha família. Rúbia, esposa de Saulo, meu sobrinho, estava junto com ela no carro. Foi na rodovia BR 259, logo prá lá de João Neiva, as duas iam juntas para a faculdade, quando o carro foi atingido por uma roda que se soltou de um caminhão.
Grande parte dos acidentes nas rodovias são provocados por culpa de motoristas imprudentes, mas uma grande parcela também é provocada pelas péssimas condições das estradas.
Demuner é  vítima disso tudo. O seu sofrimento é irreparável.

Leonardo Boff

06:44 Postado por Geremias Pignaton





Sempre me identifiquei muito com as idéias do Teólogo e ex-frei Leonardo Boff.
Ele está muito além das idéias religiosas que ouvimos por aí. Tem a concepção libertadora de Deus.
Não se trata apenas da ideologia esquerdista que tentaram rotulá-lo. Vai muito além disso.

Li hoje um texto dele publicado na Gazeta de Vitória que muito me agradou. No texto ele faz uma distinção entre panteísmo e panenteísmo. O primeiro termo eu conhecia e, salvo engano, foi cunhado por Espinoza há quase 4 séculos. O segundo para mim era novidade.


Leia você também: http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/05/noticias/a_gazeta/opiniao/1223100-panteismo-x-panenteismo.html